30.6.07


Tudo torto, errado, estranho, nem sei explicar como foi, mas quero e acho que fiz errado, e aí sumiu, e não era assim que deveria ter sido, mas o outro lado foi importante, conversamos, jogamos limpo, dissemos todas as verdades, embora opostas, cada uma com sua própria razão, e tinha momentos em que o coração estava longe, outros mais perto, meio perdida mesmo, sempre foi assim mesmo, não deveria nem ter entrado, ou deveria? Os "se" da vida, vida maluca, uma verdadeira piada, tragicomédia grega, ahhhhhhhhhhhhh. Mas não tem como não rir também, afinal se não fosse engraçado, não seria comigo, vai ser mais ainda quando eu falar em voz alta, gargalhando, muito café e cigarro até compreender tudo o que aconteceu.

Mas não queria ter ficado sem minha luz, estava ali por ela, com ela, e acho que fiz errado, mesmo não sendo tão errado assim e acho que vai entender, afinal, somos parecidos nesse sentido, não sei se compreenderia em seu lugar, acho que sim. Afinal, sempre devemos jogar limpo, mas cumpri o que prometi, fiel aos meus próprios sentimentos, naquele momento, e uma só boca foi beijada nesta noite de tantos encontros e desencontros, não faria de outra forma, ou até faria, mas a coisa desandou, quer dizer, não tanto assim, andou num outro sentido, meio invertido, mas é assim mesmo, nunca vou com a maré, e ainda não digeri tudo, ainda não faz tanto sentido assim eu acho.

E nesta manhã falei muitas verdades sinceras que talvez tenham feito sangrar um coração, mas não poderia mentir, omitir, esconder qualquer fato, e ainda não sei o que vai ser daqui por diante, nem quero, um dia de cada vez, um momento por vez.

Não quero prever, não quero prometer nada, ainda não tô achando muita graça, meio anestesiada, foi muita coisa, mais de 24 horas ligada, muita informação, caminhos cruzados, três, estranho, os olhos não querem fechar ainda, será que estou dormindo, alguém me avisa, ouvi dizer que o sinônimo do meu nome é vida, concordo, vivendo, fazendo como for, metendo os pés pelas mãos, intensidade, pressa, paixão por movimento, não quero parar ainda.

Não tá dando certo agora, ainda não faz muito sentido, então vamos lá, ainda não posso olhar para trás e acreditar, não sei se um dia poderei, porque aconteceu muita coisa, não tenho mais as certezas que tinha naquela época, então, não posso prometer e disse que nem vou pensar e não vou mesmo, vai ser como tudo, se um dia vier o impulso, não veio, era outro, e queria ontem poder estar em dois lugares ao mesmo tempo, dentro e fora, mas optei mesmo sem saber estar optando, não pensei, nunca penso na hora mesmo, mas foi bom, quase tudo foi dito, não lembro de tudo, horas falando falando falando, ainda não compreendi tudo o que eu disse e fiz, mas sei que fui sincera e isso é bom, não apenas comigo, mas com tudo.

mais madura eu acho, antes não teria me importado, mas agora faz diferença, pois não quero magoar, então acho que estou pensando um pouco e mesmo assim sendo sincera com o que sinto, nunca tinha feito isso antes, nunca aconteceu do racional e emocional funcionarem ao mesmo tempo, sensação boa, meio completa.

É, ainda não tudo, mas já é um começo.

29.6.07

SonhosEVerdades


Elevador, escadas, surpresa, surpreendida, amigos, correr, esconder, lágrimas, descer, parar, olhar, não crêr, um presente, 1,99, pensando, escuro, conheço, já disso, textos trocados, continuados, apagados, modificados, incerteza. Falávamos do tempo, não me lembro, uma música, mudei o final, nada do que foi, acho que era assim, de novo do jeito que já foi um dia, isso, um oceano, cheio de lembranças, será que ainda será? Dois do mesmo, no mesmo dia, portas fechadas, ou apenas encostadas? Não há como saber, só o tempo. Procuro saber? Não sei se quero, a surpresa pode ser boa, gosto de ser surpreendida, da maneira que for, é o aperto fininho que dá no coração do não saber.


Ainda quero, um pouco mais dessas pequenas coisas, quero muito mais de tudo um pouco, nem tudo, nem tão pouco. Dias corridos, muita coisa pra fazer, não dá pra dormir, adoro, assim, sonho acordada, coisas que ainda virão, de umas já sei, tantas outras, nem quero, ainda vou fugir, passar um tempo só, no meio do mato, escondida, no sol, na água, recarregando energias, pensando na vida, sentar no meio da estrada, ver o carro de boi passar, com a leveza de uma brisa, sem pressa, sem brigas.


Ainda meio bagunçada, um gosto na boca, salivando, esperando sentir, eu vou, é o que quero, ainda quero, antes que não tenha mais graça, esse prazer ainda quero sentir, já está acabando o tempo que tenho, mas virá, pelo simples fato de que quero que venha, nem tão poderosa assim, tenho apenas essa minha certeza de que quero, preciso ver isso de perto, é doce, tão doce que chega a enjoar, mas quero, me lambuzar desse sentimento ruim que nesse momento é tudo para mim.


E então seguirei, sem mais me importar, pois aí sim, terá sido justo, correto, exato, preciso, mas não só por isso, mas porque o outro lado é bom demais, e dessa vez sem pensar no daqui a pouco, nem no amanhã, apenas o mel dos olhos, adoçando um pouco a vida, quero sim, quero mesmo, escuro, música alta, uma caixa fechada, surpresas.


Cores, todas? Não sei, não lembro mais, um frio gostoso que entra pela janela, desperta, acorda, um novo dia, mais vida, mais um dia, tantos outros, sem pressa. Pensamentos novos, de uma vida já vivida, pondo tudo para fora, arrumando a casa, o novo não se demora a chegar, tudo têm de estar em seu devido lugar, para poder bagunçar de novo.


Voando, revirando, chamando, gritando, apenas o de sempre, dessa vez sem pressa, na hora que chega, esqueço de tudo, corro, fujo, sinto, acredito, mais instantes para guardar, não existe mais espaço, dou um jeito, entulho, enterro, não importa, sempre cabe, mesmo não fazendo parte, sempre há espaço, para mais passos.


28.6.07

Descobrir


Preciso de um tempo, descobrir novos rumos, procurar novos objetivos, rever minha prática, repensar um pouco quem sou, agora, tudo meio novo, decisões, adiadas por tanto tempo, estava um tanto alheia creio eu. É um constante questionar do dia-a-dia, será que está ajudando, acho que perdi um pouco das minhas crenças, recomeçar tudo de novo, isso é preciso, todos os dias, questionar o que se faz.



Ainda entendo a arte da mesma maneira que entendia lá atrás, me questiono se tenho feito um tanto disso diariamente, não comigo, mas com os pequenos, percebi o sorriso, quando tudo era mais leve, quando eu não me preocupava tanto com o tem que ser, ainda estou aprendendo muito, ainda é tudo muito novo, mas é isso, é isso que quero, mas quero mais disso, encontrar novas saídas, onde procurar?



O que realmente faz a diferença? Se sempre bati o pé pela individualidade, como posso hoje tratar como se fossem todos iguais? Me incomoda o fato de não ter tempo para cada um, então preciso encontrar uma coisa que leve todos a caminhar, a pensar em si, mas como se me preocupa também o ter que ter algo concreto, penso que os resultados são mais subjetivos do que isso, é tão pessoal para cada um.



Gostaria de me sentar com cada um deles, fazer um planejamento diferente, pequenas oficinas dentro de uma só, será que dou conta? Se me preocupa a tinta na parede, nos bancos e no chão, tantas pequenas burocracias diárias que acho que acabo perdendo um pouco da prática.



Preciso de um novo plano, encontrar uma nova eu para eles, me questiono todos os dias, estou certa? Não quero ser a professora que não pensa neles, quero ser a que pensa neles todos os dias, acho que preciso desse tempo que está chegando, chega hoje, para pensar, voltar nova, focada, neles.



Entenda, que as crianças são meu maior motivo, me fazem nova todos os dias, mas sinto que ultimamente deixei elas um tanto de lado e pensei só em mim, e é tão difícil admitir que acho que errei com eles, mas espero que ainda dê tempo, de fazer tudo novo, e de finalizar o ano com meus pequenos sorrindo, é o que quero, para eles e para mim, o sorriso deles me move, me alimenta.



Deveria olhar para as fichas? Buscar diagnósticos? Não acredito, não é o diagnóstico que traz as respostas, são os olhos, os sorrisos, as mãos sujas, é isso, é nisso, pensar em cada um, relatar cada um procurando neles a solução!



Eu errei, bem a tempo de descobrir e mudar, e percebo que errar faz parte, sempre fez e defendi isso, o erro nos faz pensar pra frente, mudar o ponto de vista, buscar novos caminhos para acertar, mais leve agora, mais contente, por saber que sempre posso, me achar entre os erros.

27.6.07


Necessidade de escrever, sem saber o quê, sem motivos, ou títulos, ou lembranças, apenas escrever, as vezes é assim, talvez no meio do texto encontre o motivo das palavras, um pouco sem nada creio eu, acho que o coração tá meio apertado, medos vazios, sem o ter que ter realmente, afinal, não seria possível mesmo, acho que é um pouco do Adeus, acenando os braços, por isso a angústia, o querer viver novos momentos, não se vive do que já se foi, apenas o é, faz parte, intrínseco dentro do ser.

Palavras já estão clareando, entrando, fazendo entender, entrando na pele, já faz parte, as agulhas curaram um tanto da dor, agora já cicatrizando, agora as palavras penetram na pele e se fazem compreender, não por ninguém em especial, foram momentos que me fizeram entender novas coisas, a respeito de mil outras da vida, não apenas do coração.

Como me fazer entender de forma mais clara? Cada momento de reflexão sobre o que já foi me mostra que os momentos, todos, cada um deles, foi, infinito em sua própria beleza e sentimentos e sensações, que devem ser guardados, foram sempre o que deveriam ter sido, certos ou errados, a eternidade, é isso que fica, sempre, sem remorsos.

E é preciso não parar nunca, nada espera, o relógio não pára, é precisos alimentar com novas coisas, regar novos sentimentos todos os dias, não deixar nada morrer, e não importa se ainda estará lá ao amanhecer, ficou o que já se foi, e novas coisas ainda virão todos os dias.

Correndo contra o vento sempre, revirando olhos, sorrindo, esquecendo da etiqueta, das boas maneiras, falando alto, dançando sem ninguém olhar, que venham os novos e os velhos momentos, há tempo para tudo menos para ficar parada.

Não importa mais se sozinha ou acompanhada, importa o que sinto, e como isso toma conta do corpo, precisei descansar, deixar o corpo inerte por um dia inteiro, acordar para perceber, é como um cavalo selvagem guardado na garagem, precise ser livre, correr por qualquer lugar, saltar pelos carros parados no farol, tenho pressa, não posso mais parar, acompanhe de puder ou quiser.

Não existem planos para o amanhã, ele chega, se tiver de chegar, ele volta se tiver de voltar, mas existem poréns, sempre existem, tudo é só, se eu quiser, como quiser, da maneira que eu quiser. Agora peguei as rédeas com as mãos nuas, o coura arde entre os dedos e seguro cada vez mais forte, agarrando cada instante, sentindo com intensidade das águas geladas.

Indo, indo, cada vez mais longe, mais perto de onde quero estar, não existe um limite cada vez mais alto, rindo, indo, indo, rindo, indo, alternadamente ao mesmo tempo.

Parece confuso? Não importa é assim que é a vida, e é deitada na cama, que tudo encontra o seu lugar, sem que seja preciso pensar muito, as coisas se encaixam.

Não esperarei mais a vida, ela já está aqui.

26.6.07

InvertidoInvertendo


Passo os olhos nas notícias, em cada esquina, em cada canto, nada mais certo no mundo, valores perdidos, crianças roubadas, jovens bandidos, adultos coniventes, antes tivesse falando de pessoas sem condição alguma de discernimento, falo de pessoas com todas as condições de vida que a vida permite, estudo, casa, família, conforto, comida... matando, roubando, espancando.

Também não falo da periferia, aqui, nos jardins, bairro alto padrão, luxo total, esfaqueamento na esquina, sangue, sem motivo, sem vergonha, correria, gritaria...

A vida se tornou artigo de luxo, guardem suas vidas no cofre, mandem para uma conta na Suíça, nosso bem mais precioso, e mais frágil também, quanto custa a sua vida? Quanto tempo leva um sujeito para roubá-la de você?

Alguns pensamentos me deixam aflita, é saber que cada um de nós têm em suas mãos, braços, pernas, cabeça e coração o poder de tirar uma vida, já lhe ocorreu isso hoje? Falamos de assassinatos com tal naturalidade, que parece algo banal.

O que é uma vida? O que é tirar uma vida? Carregar em suas mãos o sangue e alma de um sujeito, seja ele quem for.

Me vêm agora na memória imagens de jornais antigos, quantas pessoas morreram nos últimos anos de forma brutal, nos esquecemos delas, pois diariamente abrimos os jornais para mais imagens, mais corpos dilacerados, espancados, furados, esfaqueados...tantas atrocidades que fazem parte do nosso dia-a-dia, como o pingado na padaria da esquina.

Estamos mesmo nesse caminho? Nos tornaremos essas pessoas frias que jantam vendo no Jornal Nacional as notícias de obituários? Quantos mortos todos os dias mais serão precisos para que algo mude dentro de nós? Como se muda esse quadro?

Tenho um milhão de perguntas e nenhuma resposta, um coração cheio de culpa por não saber o que fazer para mudar, onde começa a loucura e termina a sanidade? Somos todos seres humanos tão cheios de ódio e repulsa que nossa nova terapia é matar?

Penso no absurdo de tirar um vida, sim, me causa asco, ânsia, angústia, medo. Não acho palavras para exprimir minha careta, a respiração me parece falhar um pouco e na garganta tenho um nó, quero encontrar uma resposta, ou algo que pelo menos me dê certa esperança em mudar.

Qualquer coisa, isso tudo já foi dito por inúmeras pessoas, o que fazer, como mudar, estamos voltando à Idade da Pedra, não, nem lá, quando ainda éramos quase animais matávamos dessa forma, é desumano, irracional, acho que é isso, estamos nos tornando uma nova raça, Homo Ab Irato, seria este o latim correto da coisa? Não importa, se esta é a evolução do homem moderno, quero ser arcaica.

25.6.07

AindaDoMesmo


Tanta coisa misturada, muita coisa ao mesmo tempo e me confundo, não entendo certas coisas, não deveria sentir isso entende? Porque sei que não vou voltar atrás, não aceitaria de novo mesmo porque foi tudo muito errado e tão certo ao mesmo tempo, nunca deixaria que entrasse novamente em minha vida, mas é pra onde fogem sempre os pensamentos e sentimentos, e tenho buscado outras coisas que me levem a outros lugares.
Foi tão intenso, tão lá no fundo de tudo, que ainda me sinto as vezes tentando sair desse buraco, eu enxergo a saída, claramente mas parece que subo subo e nunca chega, ainda não totalmente fora, mas nem mesmo dentro, era tudo o que eu sempre quis e já não sei mais ...
Não atrapalha o dia-a-dia, só quando estou sozinha absorvida pelos sentimentos é que volta, nem tão forte, nem tão fraco, são imagens, coração ainda fraco, pulsa, sente, quer mesmo sabendo que não voltaria atrás, não depois de tudo.
E quando apago a luz à noite, busco outros rostos, outras memórias, sonhos e planos, e não sonho, quando adormeço, se vai totalmente, não habita esse lugar. O que é bom, já é metade pra fora, já não é tão fundo assim, quer dizer que está partindo, essa partida demora, eu entendo por isso continuo vivendo, calmamente, nem tão calmo assim também, um pouco mais centrada em mim talvez, mais resguardada, senti falta de mim um tempo.
Recuperando então as energias, ficando comigo, coisa boa, mas ainda suspiro, vai passar, tão logo o sol se ponha no horizonte, passará, e será um dia apenas lembrança fria, do que um dia já foi incêndio.
Eu fico tentando ponderar as palavras, acho que só piora na verdade, porque aí também não serviria de nada dizer palavras vagas de coisas que são na verdade bem concretas, ao menos para mim.
A verdade é que tá doendo ainda, muito mais do que eu gostaria, e quando me vejo em situações novas, é ali atrás que está meu sentimento, comparo quero aquilo de volta, nada será igual, eu sei que se um dia pudesse voltar atrás, faria tudo novamente, mas sei também que no futuro se algo acontecer, não viveria de novo, esse é um conflito muito grande.
Queria ainda poder dividir tantas coisas, contar, fazer junto, que grande merda não? A chama ainda não se apagou completamente aqui dentro, um dia ainda vai, não sei se por ser recente, não sei porque, não sei de mais nada, sei que ainda dói, demais...

24.6.07

Passado


O passado, bateu à minha porta, trazendo consigo saudades de um tempo que já se foi há muito muito tempo, o problema é justamente o tempo, não me lembro mais tanto das coisas ruins, fico tentando resgatar o sentimento do término, mas ele me foge, na verdade, não me lembro nem das coisas boas, não, não é não lembrar, eu tenho as imagens, mas não os sentimentos. É estranhos, foram alguns anos, e agora depois de meses, já não sei mais, não me lembro como era, é estranho tudo isso.

Mas a saudade não é do amor, acho que não, é da pessoa, é de rir junto, de conversar, beber, não sei, é meio confuso, e fico sabendo de você, e fico tão feliz por saber que você mudou, que tá crescendo, queria isso lá atrás, mas agora já é tarde, erro nosso, não soubemos levar, mas precisávamos estar assim, separados para perceber não é mesmo? Eu errei também, muito, não sou perfeita.

O tempo faz isso né? Ensina, mostra, conta. Queria pelo menos ser sua amiga, mas você não me deixa mais fazer parte da sua vida, bobos nós não, ficamos perguntando para os outros de nós mesmos, querendo saber, mas ninguém dá o braço a torcer, é assim mesmo, quem sabe um dia não nos esbarramos.

Tenho medo desse momento, não sei como vamos reagir, é estranho, mas sei lá, vamos ver como o mundo caminha, não é tempo agora, nem há como saber se um dia ainda será, fomos muito duros um com o outro e agora escrevendo, me lembro, dissemos coisas que não podemos apagar, um para o outro, fizemos coisas que não serão esquecidas nunca.

É me lembro, acho que ainda é preciso mais um tempo, para esquecermos de tudo. Mas mesmo assim, ainda quero saber de você.

22.6.07

PalavrasDeUmaCriança


Ensinamos nossas crianças, dizemos-lhes como se tornarem adultos responsáveis, falamos que brigar é feio e que elas devem aprendem a resolver seus problemas de forma pacífica, sabemos nós adultos o que é fazer isso? Muito dinheiro é investido em guerras, se esquecerão também nossas crianças dessa lição valiosa? Ensinamos nossas crianças a dividir, sabemos nós o que é dividir, vivemos acumulando riquezas, fechando nossas casas, trancando nossos carros, fechando os olhos para tudo o que está do lado. Ensinamos nossas crianças a importância do meio ambiente para a sobrevivência de tudo o que vive e respira, o que sabemos nós sobre preservação, que mundo estamos deixando para que elas cresçam?

Falamos muito para nossas crianças, mas o que temos feito de concreto? Vivemos a realidade do velho ditado, faça o que eu digo mas não faça o que eu faço.


Por quanto tempo mais seremos assim?

21.6.07

PortasEJanelas


Feche a porta, não passei mais por este batente, tranque também as janelas, não pularei o muro, não deixarei que nada interfira no percurso, não olharei para os lados, embora, algumas vezes os olhos saiam de foco, não, essa porta não, acharei outras, tantas abertas ou encostadas, mas não esta, ainda as vezes suspiro, baixo, escondido mesmo de mim, mas não mais, não importa, não é hora, nem chegará, talvez, mas não agora.

As vezes o coração lembra, a cicatriz lateja, mas não, não mais, embora, não, foi duro chegar até aqui, mas que graça teria o caminho sem as pedras que nos fazem mudar, embora a saudade sussurre, me finjo de surda, sigo, canto, pulo e danço, não importa, já importou, muito, agora, apenas imagens, um tanto apagadas, cheiros, perdidos, gosto...não lembro, apenas imagens e alguns sentimentos.


O pensamento voa e lembro, não quero, busco outras coisas, vasculho no interior do armário por outros momentos, os acho, os revivo em minha mente, busco na realidade, olho, vejo me vê, não sei, é estranho, ainda existe algo, mas não sei em que tanto, em que canto, talvez seja apenas ilusão, mas busco, para não pensar no resto.


Comparo, tão distinto, chega a ser até engraçado, como pode, só comigo mesmo, assim que eu gosto, pessoas diferentes, me fazem sentir diferente. Não há como comparar, são sorrisos, olhos, cabelos, corpos, tudo avesso, contrário, oposto, então a música, esta me agrada mais, muito muito mais, mas é a música que os torna iguais, a paixão pela melodia, o saber do som. Embora diferentes acordes.


Então, mesmo não sabendo se ainda é, busco, olho e me faço crer, talvez nem queira realmente, mas é só para me enganar, faço isso de maneira consciente, quero mais, ajuda, atrapalha, sou assim. Me faz sonhar, talvez hoje, se torne realidade, ou talvez não, mas ainda assim, vou me divertir, como sempre fiz, e rir, e dançar e cantar e escrever e quem sabe até pintar.


A vida é curta demais, e existem portas que simplesmente, é melhor fechar.


20.6.07

MaisPerto


Um pouco mais perto de mim, aqui do lado, sem silêncio, declarações, menos inspirada talvez, mas mais perto de algo, qualquer coisa, eu mesma, dançando, voando alto entre notas tocadas, um pouco disso, outro tanto daquilo, música, vibrando paredes janelas e gato, música alta, momento só meu, comigo, em boa companhia, sorrindo, fazia tanto tempo, precisava disso, ainda quero mais, só comigo, não importa o que pensem, é assim que gosto as vezes, sinto falta, eu.

Pra mim, me presenteado de mim um pouco, que bom, é bom, mas preciso me segurar um pouco, não deixar que saia de controle, se sair também faz parte, gosto assim, do jeito que for, como for, se tiver de ser, mas nesse instante me vejo comigo, cuidando do que é meu, egoísmo? Não, é preciso estar bem para poder fazer com qualquer outro, nunca por outro, podemos estar ao lado, mas ninguém completa o que já é completo, se caminha junto, de mãos dadas, é pra ser companhia, não fardo, não muleta. Quando já se sabe disso é mais fácil e não há quem impeça, felicidade é assim, é saber pequenas coisas, ainda não completa de mim, mas caminhando, sempre em busca de algo mais, nunca estarei completa, espero nunca achar tudo o que procuro, quando se acha tudo, pra que viver, se não existem sonhos para realizar?

Ainda tantos...quero mais, já foram muitos, quero muito muito mais disso, quero um pouco de tudo e mais nada do que foi, coisas novas, qual a graça do que já se viu? Talvez, por instantes, hmmm, não, como diria Pessoa, quero a realidade do agora, é isso, sentir todo momento do agora, instantes perdidos, é vida jogada fora, quero mais de tudo isso, agarrar o mundo com as mãos, respirar momentos, expirar o que já foi. Mais, muito mais.

19.6.07

Janelas


Saberíamos tanto assim sobre nós mesmos ou seria um blefe? Quem é quem neste mundo tão louco e caótico em que vivemos? Para onde caminham os passos apressados que passam por nós todos os dias, sem nem ao menos cruzar um olhar, pessoas passam diariamente, já parou para pensar que a cada janela acesa do outro lado da rua existe um vida? Uma vida mesmo, com problemas, risos, alegrias, tristezas, contas, amores, ódios, uma vida inteira, uma não, milhares, são pessoas vivendo coisas, e nem nos damos conta, para onde irão? O que pensam, o que falam? Do que sorriem, ou choram? Mil vidas vivendo todas ao mesmo tempo, coisas tão complexas quanto nós, e já parou ainda para pensar que cada um desses milhares de seres vivendo ao seu redor é único? Que não existe outro igual no mundo?

As vezes me pego olhando a janela e pensando nos outros, pessoas caminhando pela sala, trocando de roupa, as vezes, pessoas na janela, não sei se podem me ver, não sei se imaginam o que eu penso, acho que não, pois não poderia pensar, sequer imaginar o que ele pensam, mas acho incrível, como existem milhares de mundos e não nos damos nem conta, são pessoas vivendo coisas, sei que parece óbvio demais, mas não é maravilhoso pensar nisso?

Olhar um pouco além do próprio umbigo, mesmo assim, mesmo as pessoas próximas, que convivem conosco, não sabemos delas, nem acho que seria possível, pois as vezes penso que somos imprevisíveis para nós mesmos, oscilamos, isso é estar vivo, é oscilar, é não seguir sempre conforme a maré, é viver.

Acredito que vivendo, cada dia, aprendemos um pouco sobre nós, mas mesmo que vivêssemos uns mil anos, não seria possível saber tudo, pois ainda bem, nós mudamos diariamente, a partir das novas experiências que nos deixamos viver, aprendemos, somos novos a cada dia, e que graça teria se não o fôssemos, faça um teste, pegue suas fotos, desde o nascimento, as ordene de forma cronológica, óbvio que as da infância até o final da adolescência lhe parecerão muito diferentes, mas as últimas, pegue as de cinco anos atrás, compare-as, veja o quanto mudou, as feições, o corpo, mas principalmente, veja os olhos, eu espero sinceramente que a cada ano estejam mais brilhantes, mais vivos, caso não estejam, quem sou eu mas, aconselho que viva mais, que curta um pouco mais e se perceba um pouco mais.

A vida está aí, para sermos, para existirmos, mais ainda para vivermos e de que valeria a vida sem as pequenas e a grandes aventuras diárias? Faça algo para mudar o mundo, ao menos pense em mudar alguma coisa, já é um passo, viva, mas não deixe que este viver seja feito apenas das coisas fúteis, sim elas são importantes, mas não são tudo, não sei, tente algo diferente a cada dia, fale com desconhecidos, alegre alguém que mal conhece, doe as coisas do armário, leve uma criança no Mc Donalds, não sei, não sei todas, na verdade acho que não sei nem 0,1% das respostas, menos ainda das perguntas, mas faça algo, ao menos, pense em fazê-lo, já é um começo.

VelhorAmigos


O telefone toca, inesperadamente, vozes velhas conhecidas, saudades, tanta coisa nova, silêncio, é tanto pra contar e se busca na memória palavras, tanta coisa, ouvindo falando, querendo gritar, mas amizade boa é assim, não tem tempo, não se pede perdão por sumir, pois na verdade não se some, está no coração.

Telefone toca, felicidade, saudade, tanto Rock pra pôr em dia, já passou tanto tempo, pensamentos mudaram, corações se partiram, mas sobram sempre os bons amigos, desses que aparecem na hora que mais precisamos, conversar, bater papo, jogar conversa fora, o tempo passou, mas nada mudou, a amizade se manteve, confesso que as vezes tive medo, achei que fosse ficar só pra outra vida, ainda bem que voltou, querido amigo, que saudade, que bom te ouvir, senti falta, confesso, foda-se, sou piegas mesmo, viciada nos bons e velhos amigos, adoro.

Tantas saudade, tantas lembranças, tanta coisa engraçada, e sempre conversamos, algumas vezes quis ligar, mas foi assim, cada um seguiu, tínhamos de fazer isso, viver mais um pouco, mas quando é sincero, se mantém, existem coisas na vida que não morrem, grandes amizades são assim, como um cactos, não é preciso molhar sempre, está lá, vivo, guardando água, guardando tudo, é só o que se precisa, guardar.

E tá tudo tão mudado agora, com você, comigo, tanta coisa, crescemos, acho que sempre cresceremos, é, faz parte da vida, crescer cada dia mais, mais um pouquinho, mas ainda bem, que ainda somos assim, meio Rock, meio Roll, as vezes MPB, outras um samba de raiz, quem sabe boleros, são muitos os ritmos que embalam e embalarão tudo em nossas vidas, hoje quando você ligou, um pouquinho anos 80, dançante, é, foi isso, vontade de dançar, é um velho amigo, voltando, isso traz felicidade, muita, é bom.

Muita coisa pra pôr em dia e somos assim, sempre muita coisa pra dizer, desculpe se ouvi pouco, estava feliz, e as vezes, quando fico feliz, fico assim falando, falando, falando, que nem boba, mas tudo bem, pois ainda vou ouvir muito, quero saber tudo, tanta coisa nova.

Estarei aqui, sempre estive, estaremos sempre, mesmo distantes, obrigada amigo, por voltar, por sempre ter sido, mesmo distante, um grande amigo. Let´s Rock n´Roll again!

18.6.07

Pesadelo


As palavras sumiram, quase todas, me restaram algumas, me parecia que junto com elas, levaram também tudo elas representavam, todos os sentimentos, me sentia vazia, então me vi de volta à casa de meus avós, de noite, dizendo adeus à amigos, um assassino, manco, rondava a casa, não podia fechar a porta, seus olhos verdes encararam os meus, deitada, o corpo transformou-se, algo frio, acordei, era tarde, quatro e pouco da manhã, ainda pensando nas palavras, roubadas, perdidas para sempre, medo, acendi a luz, ainda as palavras, assustada, sozinha, estava confusa, não sabia o que fazer, quase liguei, mas não, não poderia, era meu, ainda pensando nas palavras, adormeci, tudo voltou, o roubo, o monstro, num cenário lírico, das imagens já usadas, coloridas, numa corrida louca entre a procura do que me foi tirado e a fuga do que me perseguia, amigo virtual, era o cavaleiro no cavalo branco, protegendo, ajudando, pessoas estranhas saiam de salas ajoelhadas, maltratadas, lugares cheios de gente, não encontrava nada, apenas um amigo, me dizendo o que fazer, entre o dormir e o acordar, meio sem saber.

Manhã fria, imagens cortadas ainda na cabeça, nem tão assustador quanto me pareceu na madrugada, mas ainda sim, vim conferir as palavras, todas salvas, cada vírgula ainda postada, imaculada, tudo aqui, nem tudo, nem todos os sentidos, ficaram no solar, estão morando agora com o Senhor dos Sonhos, irei visitá-los na madrugada, quando meus olhos forem capazes de fechar, quando for necessário adormecer, se for possível.

Estarão lá, aqui, nesta esfera, apenas palavras, contando histórias, malucas, perdidas, um dia já sentidas, quem sabe então um dia, quando lendo essas palavras possa novamente sentir um pouco de tudo, mas neste momento, apenas nos sonhos, no mundo paralelo, onde podemos voar, sentir, acordar sem nada.

Liberdade, me sinto mais livre hoje, mais tranquila, bons pesadelos que levam consigo tantas coisas, seriam então sonhos?

17.6.07


Queridos amigos, tipos, anos, cabeças, certezas, memórias, tamanhos, espessuras, frescuras, distâncias, sorrisos, papos, tatos, comidas, origens, amigos, distintos contidos todos em todos os meus cantos, fazem parte do que sou e nunca deixarão de o ser, cada um à seu modo especial de ser e de viver, cada um com um sorriso diferente para me dar e me fazer sorrir, amigos que ficam longe por muito muito tempo e quando estão de volta, parece que não se foi um segundo sequer, amigos que bebem, amigos que não bebem, os que se drogam e os que não, tem também os que fumam, os ex-fumantes e os não fumantes, tem também os esportistas, e os sedentários, ah, amigos, amigos de todos os tipos, quem se importa, são amigos, amizade sempre transcende, parece clichê, piegas, ficar falando dos valores que têm um grande amigo, mas acontece que tem gente que não sabe o valor que têm, um verdadeiro amigo, daquele amigo que podemos ficar apenas em silêncio e sempre tá tudo bem.

Gente nova têm surgido, ô coisa mais boa, energia renova, papo novo, tudo de bom, é a vida que não nos deixa parar, sempre trazendo gente nova, refrescando os ares, o tempo passa e nem se percebe que já é quase de manhã, são conversas, risadas, tirações de sarro, piadas...

Não precisa nada, é só juntar gente bacana, numa casa acolhedora, e deixar que as coisas aconteçam da maneira que têm de acontecer, tudo se dá sozinho, uma timidez inicial, vai abrindo espaço para conversas mais triviais, então surgem assuntos mais engraçados e quando se dá conta, pronto já foi, já está todo mundo enturmado, rindo, falando, todos ao mesmo tempo, o tempo passa e o assunto não termina, é gente nova, um entrando na vida do outro, coisas gostosas, momentos que não se demoram a passar, mas que se espera continuem voltando sempre!

As pessoas não deixam de me espantar nunca, amo, amo cada uma à sua forma, maneira, tipo, todos, pessoas, sujeitos, indivíduos que agregam valores novos, que te trazem para novos mundos, universos paralelos, diversos, todos fazendo parte de uma coisa só, mas tão diferente que sempre dá prazer, aumenta o repertório, traz um novo ar para respirar.

15.6.07

SentidosPerdidos


Sempre esteve aqui, guardado calado, fingindo as vezes não existir, tentando sempre não acreditar, mas nada daquilo se foi, e agora que voltou, parece que foi ontem que tudo aquilo aconteceu, as conversas, as risadas, os instantes que quase falávamos, as músicas, o palco, as luzes, o som alto demais, mas quem precisava falar?

Incrível como o tempo nos dá tempo para tantas coisas, mas não para esquecer plenamente, seguir sem pensar, sem sonhar, apenas adormecido pelos momentos conflitantes que precisávamos crescer, passar por dores e amores, para entender, mas ainda não é tempo, aprendi isso, deixar que o tempo dê seu jeito, com calma, embora totalmente fora de minha natureza impulsiva, serei calma.

Que a vida tome seu rumo, no lugar e hora marcados, um dia, quantos forem precisos, não deixarei que a ansiedade tome conta, não cantarei músicas de Bebel e Cazuza, embora esta, ainda viva em minha memória, serei outra, uma nova, calma, serena e tranquila, outra, embora ainda a mesma, outra, embora nova.

Foi preciso tempo, para que o tempo se encarregasse do momento, foi preciso calma, para que a calma se mostrasse própria, cheia de mistérios que talvez só Alice possa compreender, ou talvez nem ela, mas são delas as palavras que sempre mantiveram esse algo vivo, alguns dias adormecido, outros, é, nem tanto.

E quando penso parece que tudo sempre fez questão dos encontros desencontrados, de coisas que nos obrigam a ter coragem, pois se um dia, isso for real, será preciso muito, será preciso mais que força para retirar pedras, coisas, pessoas, tanta coisa no caminho...que até me aprece impossível que possa se concretizar.

Mas é a memória, dos teus olhos, do chamado, da música, das pequenas histórias, isso ainda vive, estranho, pois me parece tão perto, mas provamos, um para o outro, um pelo outro que fomos capazes de não apagar os momentos, de lembrar, recordar, das pequenas coisas. Não adianta explicar, não vale a pena compreender, é isso, ponto, e vai ser, como tiver de ser...

PalavrasEVírgulas


Entre palavras e vírgulas e frases, tentando entender, querendo explicar, não existe forma, não tem contorno, são pensamentos, jogados, espelhados numa tela de computador, mil sentidos, cada um com o seu, não importa, são palavras, não têm a pretensão de ferir, nunca tiveram, foram palavras, sentidas com tamanha intensidade que pediram ser escritas, tatuadas, eternizadas de qualquer forma possível, cabível, menos que o sentimento, pois não cabe em si, nem no outro.

Entre gestos e beijos, nada cabe, nem tudo conta, apenas o momento, ficará guardado, entre tantos outros, mas palavras talvez não expliquem, nem pretendem, é a verdade de cada um lida com os olhos da alma, palavras sem podem ser mal interpretadas, mas de que importa medi-las então, nunca farão o mesmo sentido, serão sempre lidas, sempre interpretadas à maneira que nos cabe, únicas, palavras, jogadas, não ditas, esquecidas, fugidas, roubadas, palavras que só querem dizer, sem se importar com o quê.

Palavras que contam aos pedaços, que mexem com os passos, que correm noutra direção, não querem ferir, já quiseram, e mesmo em sucesso, não curam, não querem mais, são doces, ou o tentam ser, mas´são as mãos que tomadas de sentimentos, insistem em escrever de forma que pareça mais do é, menos ternura e mais agulha, mas são palavras, apenas palavras, histórias, tantas, instantes, infinitos...

Mas agora em face de outras palavras, trocadas, escritas, não ditas, são novos rumos, novas verdades, já não há mais espaço para ferir, agora, graças as palavras, são doces, memórias, contos, caixas, não caberia em uma, é grande o que foi.

Talvez num outro mundo, em outra vida, de novo, mas agora não mais, e isso entristece, por saber que era certo, por ainda no fundo crer em coisas banais, mas não se pode dizer que foram caminhos ou momentos errados, foi um encontro, mas por motivos outros, desencontrado, momento errado, talvez?

Foi antes, mas éramos apenas transeuntes, passamos, um pelo outro, sem nos ver, fechando os olhos, mas talvez não fosse lá, e quando foi, alí, tão perto, não existem forças para lutar, caminhos se cruzaram, e poderiam seguir juntos, mas agora separados, lá na frente, não acho, não acredito, mas é o mundo, pregando peças?

Quem se engana de si mesmo? Não se engana, não creio que se engane, mas quem sou eu, apenas um pássaro sobrevoando, tirando conclusões por trás de nuvens, não, são apenas o que os olhos cansados já não podem ver, então, não valeria tentar compreender, está embaçado...

Mas são apenas palavras que já foram e já voltaram e nada disseram, nem vão, não há o que dizer, são apenas palavras, voando com o vento.

14.6.07

MãeSãoSóPalavrasMasNãoDizemTudo


Obrigada, por sempre ter sido essa pessoa tão especial em minha vida, por além de me ensinar valores, sempre acreditar em minha decisões, mesmo as mais estranhas e erradas.
Me ensinou sempre tanto, nem sempre com paciência claro, mas também como, já que sua filha sempre foi tão voluntariosa, mas com classe, com um joguinho de cintura, acabava contornando, mesmo as maiores crises.
Mais do que tantas mães, sempre foi amiga e confidente, sabendo ouvir, mesmo as maiores cagadas, dando colo e puxando a orelha, de leve...
Obrigada, por me deixar crescer, por ter fé, mais ainda por apoiar, toda e cada decisão, no fundo você sempre soube, da criação que me deu.
Obrigada, por sempre respeitar meu silêncio, por me deixar pintar todas as paredes, por me deixar chegar em casa nos horários mais estranho confiando, e mesmo sabendo quando eu estava aprontado, acreditou que eu saberia o momento certo de cair fora, eu caí e foi graças a confiança que depositou em mim.
Obrigada, por me dar banho frio quando eu precisei, por beber comigo em tardes de domingo, batendo papo de bar, muito mais que mãe, sempre foi, sempre vai ser, te amo.
Obrigada, por ter me apoiado nos momentos que mais precisei, por segurar minha mão e me fazer continuar, por ser meu porto-seguro, sempre, por nunca ter fechado as portas, nem as janelas.
Obrigada, por ser meu exemplo, meu modelo. Mãe, palavra tão curta com tantos significados e significantes, mãe, nem expressa tudo o que você é e foi e será sempre, agradeço à Deus, por tê-la posto em meu caminho, desde os primeiros passos até agora, já mulher.
Fico falando obrigada, mas também preciso pedir desculpas, pelos cabelos brancos que fiz nascer, pelas noites que você ficou sem dormir, pela adolescência tardia, por algumas palavras duras...
Muito mais que mãe e filha, você é o máximo, que mãe seria amiga de meus amigos, que mãe compreenderia todas as besteiras que falamos e riria junto, te amo, te amo tanto, não cabe, nem em palavras, muito menos sentimentos.
Quem mais falaria mal comigo de todos os canalhas, contaria para mim como o mundo gira e que é só questão de paciência, obrigada mãe, por ser minha mãe, por ser tudo.
Quem entederia, meu bater de pezinho e meu bico, tirando de lá um sorriso?
Amanhã é o seu dia, mas assim como você, nunca esperei mesmo o dia certo... sempre parecidas, nunca iguais... Te adoro, te adoro porque adorar é ter amor incondicional, é mais entende, porque você é sempre mais, pra mim!


Obrigada por tudo!

13.6.07


Quero errar tanto mais do que tenho errado, caminhar por caminhos mais tortos do que tenho caminhado, deixar que mais tempestades façam parte de minha vida, as coisas calmas assim me assustam, tudo muito morno, vento brando, sem sal, menos ainda pimenta, tudo tão certinho em seu devido lugar, quero remexer uns livros, mudar poltronas de lugar, me parece tudo assim tão correto, tão arrumado, acho que vou bagunçar uns papéis da escrivaninha, pra ver se fica mais engraçado.

Tá certo a calma, é acalma, mas também nem tanto, só um pouquinho mais de som, só um pouco mais alto, só pra atazanar o vizinho vou dançar de salto, beber um pouco só pra ver em dobro, rever velhos amigos ver se rio um pouco, tá bom, tá gostoso assim, é a calma é boa, daqui a pouco chove um pouco, arranco uns cabelos, brinco um pouco com o tempo, agora tá bom, nem tanto assim, é diferente, tudo meio novo, mas é bom, as loucuras diárias ajudam a manter a calma.

Tanto ainda a se fazer...um música talvez, um verso um poema, novos sonetos de fidelidade, ganharam outros tanto significados inimaginados, conta a vida, um pouco de tudo agora estampado, eternizado, já são 13, talvez algum dia venham mais, essa é diferente, são palavras já ditas, escritas, cantadas e versadas, mas cada vírgula traduz algo que já foi e ainda será, momentos instantes que há tanto havia esquecido, em quarenta minutos, a dor se foi, levando consigo outras tantas, deixando apenas recordações de coisas boas, sem mais arrependimentos, histórias, contadas, cada uma um livro velho, comprarei novos, tantas estantes vazias...

Que venha e continue vindo vida. Sorriso maroto, hoje, daquele sacana, meio de lado, falando, pensando, cantando, eu de novo, saudade de mim, de ser eu um pouco, alguns dias já se foram, eu, de novo, que bom, e nem faz mais falta, não ser outra, era eu, uma outra, sempre sou e tantas em uma só que acho até graça, as vezes nem sei quem é, é tudo eu, sempre é, embora em muitas faces de mim, mas estava com saudade dessa, mais divertida, cínica, sem dramas existenciais, eu pura e linda, simples assim.

Mais tantas, outros dias, quantos mais, muitos, não quero ir, um dia vou, não agora, nem poderia, tem tanto ainda pra me fazer rir. Obrigada dia, por ser mais um, entre tantos outros que ainda virão, pelas noites de estrela, tenho tantas guardadas, e mais tantas ainda para guardar...

Eu de novo, mais um entre tantas, nem mais nem menos...

Percurso


A vida é um constante caminhar, dela fazem parte todas as pedras, preciosas ou não que recolhemos pelo caminho, fazem parte todos os que acompanham parte, grande ou não, do percurso, dos amigos, amores e família que conquistamos na estrada, digo família, pois levamos conosco quem bem entendemos, sendo família ou não.

Algumas vezes paramos, sentamos, choramos, e cabe apenas a nós, levantar, prosseguir, o tempo perdido é de cada um, então pergunto, querido leitor, quanto tempo você já perdeu sentado na estrada olhando para trás? Quanto tempo perdeu se perguntando o porquê das coisas que passaram? Quanto tempo mais se arrependendo?

Somos tudo pelo qual passamos, não arrependa, não procure respostas, elas não existem, quer dizer, existem, mas não estão lá atrás, estão ali na frente, na curva, aparecerão, um dia, o mundo gira, responde, explica, e nada melhor que o tempo para nos fazer compreender certas coisa, então siga, não pare, nunca.

Creio que tem dias que é preciso sim, sentar, descansar, chorar um pouco e se lamentar, mas, não prolongue sofrimento algum, não deixe que o fardo pareça ser na verdade mais pesado do que realmente é, nada, nem ninguém merece mais do que instantes de sofrimento, afinal, carregamos o que bem entendemos, e se carregamos foi porque num dado momento pareceu correto.

Preciso contar um segredo, no meio do caminho aparecerão pessoas que te magoarão e mais tantas que você magoará, e isso faz parte do crescimento, existem maneiras, de fazer isso certo, mas demoramos a aprender, então não se culpe por um dia fizer alguém derramar uma lágrima, pois esta mesma pessoas um dia fará, ou já fez o mesmo. Pode ser mais ou menos suave, mas acontecerá.

Não quero parecer pretensiosa, dizendo que sei todas as verdades do mundo, sei do meu caminho, das coisas que aprendi, das pessoas com quem convivi, mas digo, não mudaria uma vírgula, uma palavra, um insulto, um gesto de amor, nada, faria tudo da mesma maneira.

Errei tanto no caminho, peguei atalhos, caí em buracos, mas tudo me fez ser quem sou, e ninguém pode me dizer que o errado não se tornou certo, pois tornou, explicou coisas, ensinou tantas outras.

Na vida, querido confidente, não existe certo e errado, existe apenas o caminho, que escolhemos seguir, se chama Livre Arbítrio

12.6.07


O sol entra, seca, arde, muda, colore, vive dentro, não sai, quer ficar, não vou, nem quero mais, já foi, sincero, egoísta, pensei, esqueci, já não mais, palavras, sem palavras, não quero ouvir, não interessa mais, perdi o interesse, mentiras, máscaras, tudo ao mesmo tempo, ardeu, curou, passou, machucou, parou, cessou, lembranças, doces, azedas, passado vivido, se vive do agora, histórias, fábulas, contadas, já ditas, repetidas, esquecidas, não se esquece, se guarda, no fundo do armário, junto com as coisas que não se sabe onde pôr, está lá, sempre estará, no meio do entulho, guardada, adormecida, não desperta mais, coma, desliguei os aparelhos, deixei morrer, melhor assim, pensei em mim, melhor enterrar, estará lá, entre tantos túmulos perdidos, mortos, mas não esquecidos.

Alma volta, sorriso vem, e já se foi, esqueci do era, porque sofria, é a vida, girando, correndo, algo muda, todos os dias, e aí uma hora, quando menos se espera, já se foi, não se quer mais, nem ouvir, nada, nem nada, nem palavras, pra quê, fazer voltar de novo, não se faz, está lá, só se tira de novo no armário para ter que guardar de novo, então pra quê, não faz sentido, seriam explicações vazias, verdades não minhas, então de que interessa, de que prestariam? Nada faz mudar, nem faria, não faz sentido, não vai fazer, é uma coisa vazia, oca, de casca fina, não quero mais, nem pra mim, nem pra ferir, pra quê, não há motivo mais.

Uma semana, um mês, um ano, uma vida para entender, não se vai, não fez nem vai fazer, sentido algum, sentimentos passam, é parte de tudo isso que vivo, que sou, ainda muda, eu mudo, todos os dias, um pouco do todo e tudo de mim, é assim, e faz crescer, ensina, são folhas de árvore no fim do outono, viram adubo, fazem crescer mais flores da primavera, e acontece tudo de novo, são estações do ano, passando num ciclo infinito do ir e vir, chegando, inverno passa, logo aquece de novo o verão e o sol toma de novo, e um dia volta o frio, já sabemos, tudo gira.

è uma cirando infinita de crianças cantando nas esquinas, música de roda, tudo roda, vai, não se volta, já não é o mesmo pois tudo brota, são jardins de vidas, crescendo fundindo, mesclando igual, diferente, água e vinho, cantando, sorrindo curtindo, nada mais importa, não tem sentido, não quero mais, só isso, só disso.

InspiraçãoChronica


Quanto tempo demora o tempo pra passar, quantos mundos é preciso para poder mudar? Vejo caras-pintadas nas ruas de São Paulo, maquiadas, cimentadas de tanto descaso e solidão, o tempo corre, ninguém espera, nada, passam por cima de corpos já mortos enrolados em cobertores rasgados, crianças perdidas fugidas, fingindo ser bandidas, quem as culpa? Eu não, nem poderia, maldita vida, sabemos nós, o que é ser assim? Antes fosse um belo país das maravilhas, mas não somos, não é, vai ser? Não vejo, quem sabe cética, deveria acreditar, quero mas, é, não, talvez a cada passo de dois gatos pingados em direção a algo melhor, não vale, não vai, o país não anda, não caminha, estagnado, tão belo, tão pobre, podre, tem jeito, remédio, remendo?

As notícias já não assustam, não são sórdidas ou tórridas o suficiente, vemos, comendo pipoca, pensando na roupa de amanhã, nada abala, nem corpos dilacerados na porta do carro, é apenas a cabeça balançando dizendo não, vamos parar com as rondas da meia noite de sopas e cobertores, distribuiremos pinga, cola, crack e todos os alucinógenos possíveis, não culpo, quem não bebe para esquecer, para enganar a fome ou o frio?

Remexendo lixos, revirando latas, cães, não, são homens, mulheres, crianças, brigando por um resto de comida podre jogada no dia de ontem, uma migalha um pão velho, qualquer coisa que se possa engolir, palavra gozada, engolir, engolimos os outros, seus rostos, seus restos, seu cheiro e aparência, passamos correndo, não vendo, será que não vemos mesmo? A verdade é que já faz parte da paisagem, tão belas árvores, construções arquitetônicas, belas esculturas cheias de pomba, e a criança, largada, esfarrapada, cheirando cola, que bela paisagem, tudo se encaixa, tão coloridas as ruas, esculturas se movem, correm fogem, roupas rasgadas, cheias de suas cores já sujas pelo tempo de uso, nada mais destoa aos nossos olhos já cansados.

É a lama que desce do morro, vai tomando a cidade, sujando sapatos novos, atrapalhando o trânsito, entre os carros, estamos atolando, nem vendo, andamos pela lama sem o sentir realmente, continuamos, não se pode parar, sentamos no bar e falamos, só, falamos, palavras que fazem pensar, pensar...tão distante do agir, o que se há de fazer? Por onde começar a limpeza das ruas, é o que todos querem? Ou continuaremos blindando carros, fugindo para longe, Terra do Nunca tão almejada, quem muda ou se muda? Se faz? Como?

Sei que o que digo não muda, nem esperaria que mudasse ou contaminasse qualquer outro, estamos já todos contaminados pela bela podridão da paisagem.

11.6.07


Engraçado, pois o tempo passa, as águas rolam, e o teu sorriso ainda consegue iluminar meu dia, falar, sobre tudo que foi e como conosco foi tão diferentes desses nossos erros, dessas nossas encrencas, falamos pouco, nem precisava muito, tua energia é boa, me faz bem, queria contar mais coisas, sem tempo, mas tudo bem, é bom saber de você, saber como andam as coisas, que está lendo, escrevendo, quero ler tuas palavras, sei que são boas, cada um voou para um lado, mas tudo bem, porque foi da maneira certa não é? Engraçado, vivermos situações semelhantes, mesmo sem saber um do outro.

Obrigada, por ser essa pessoinha tão especial e iluminada, tão cheio de energia, mesmo com a garganta estourada...se cuida, mas tudo bem, porque mesmo quando você não se cuida, acabo cuidando de você, instinto materno? É acho que é. Mas tudo bem porque hoje cuido de você sem me preocupar com o que vai pensar, faço de coração, isso sempre fiz né, mas é que agora é diferente.

Mas tenho que confessar, que a perna bambeou, um pouquinho, mas bambeou, mas não quero falar, porque se eu começar, me conheço, vai acabar saindo coisa que não tem que sair, palavras assim meio perdidas, confusas no meio de tanta coisa que está acontecendo e você sabe, mais ou menos, mas sabe, mas você tinha razão lá atrás, como é mesmo aquela história de carros e bois, quem vem na frente mesmo?

Mas sabe o que acontece, sou assim mesmo, não sei a ordem das coisas e acho que são todos como nós, acredito, me deixo levar, coloco expectativas, mas é assim mesmo meu amigo, um dia as pessoas vão comprar Coca-Cola e esquecem da vida, esquecem do outro, esquecem da história da raposa, mas a vida segue, e toda grande ou pequena história deixa algo, um aprendizado, deixa alguma coisa, nem que seja mais uma cicatriz, só pra contar história, viram poesias, sambas, nos fazem dançar, chorar junto com a cuíca, mas é bom, só não dá pra parar.

Tá vendo como me extendo? Só queria mesmo dizer que foi bom, te ver de novo, sentir tua energia e me alimentar do teu sorriso. Beijos

10.6.07

NãoDitasNemIrão


Não sei como seria, nem o quero saber, é o algo novo que não me faz tremer, mas são as conversar, os pensamentos, a saudade, o sentimento, não é nem lá nem cá, ainda morno, mas querendo borbulhar, não sei se pelo álcool, ou pelo passado que já quer passar, é o querer saber mesmo não tendo como, é o momento presente que está assim, não como queria, nem como não quero, só assim, presenteando, passando, normal.

Creio ser esse o problema, normal...vi filmes esses dias que me fizeram refletir, filmes bobos que refletem exatamente o que já sei, o que vai ser, e que merda, não poder fazer nada além do que já fiz para querer dizer dos erros, das angústias, do não poder voltar atrás, já vivi isso, já vi esse filme e já li essa história, já sei o final e que grande e enorme merda, não quero nem vou dizer, pois parecerão palavras soltas no ar, parecerá desespero, mas sei e não posso explicar, queria colocar cara-a-cara, presente e futuro, para saber, mas não adiantaria, pois não se aprende sem viver.

Como ficar com as mãos atadas e deixar que isso se vá, mas vou, sem problemas, consciente, vou, mas ainda quero ouvir, parece que não vou, se foi, me disse que não mas foi, e eu esperei, queria ouvir, queria mesmo, olhar nos olhos, mas, é, parece que não, medo? Não, espero que não, espero que qualquer outra coisa, não medo.

Estranho, engraçado, tudo tão, tão diferente, e eu não disse metade do que devia, é meu único arrependimento, não ter dito, disse, de outras formas, mas não ecoaram as palavras de meus lábios, ecoam agora, sozinhas, falo pra mim, grito, berro, mas não foram para quem deveriam de direito, palavras, meras expressões de sentimentos, palavras, que me importariam ter sido ditas, tantas, tantas... Não, não valeriam de nada agora, seriam apenas como areia jogada ao vento, palavras, não ditas.

Será que um dia, qualquer um ainda, um dia, direi, sim, direi, não serão para o mesmo, espero, não sei, na verdade no fundo sei, hoje quero, mas, não, amanhã não, será outro, ou qualquer outro, mas não, não o mesmo, esse já foi, já passou, se foi, ficará apenas a rusga de não ter-lhe dito, e ouvido tudo que devíamos, se foi o tempo, e é isso que sobra, aprendendo que não importa, mas tudo, tudo mesmo deve ser dito, apenas revelarei uma pequena, ínfima parte, do tanto, também me fazia, querer ser mais e melhor...

9.6.07

QualDosLados?


Me encontro entre os ditos modernos, penso como os ditos artistas e filósofos, ouço um pouco do que todos ouvem, vejo mais que muitos vêem, vivo tanto quanto todos que têm pressa, convivo com os loucos, ensino os especiais, falo com os pensadores, tatuo como os roqueiros, danço como as passistas, caminho com a segurança dos gatos de rua, sonho com contos-de-fadas como toda garotinha, acredito nos homens como toda mulher já vivida, ando pelas ruas como toda criança bandida, circulo pela noite com toda familiaridade da dita bôemia, falo como as bichas, quero o que querem todas as românticas caipiras, caço como as aves de rapina, encaro os olhos como um grande felino à espreita, sei do futuro tanto quanto uma cigana de rua, lembro do passado tanto quanto os idosos do asilo, faço tudo ao mesmo tempo como os que são considerados hiperativos, mudo de humos como os ditos bipolares, me fecho em meu próprio mundo como os ditos autistas, gosto da tristeza como os que se denominam poetas das ruas, gosto do silêncio obsceno dos cemitérios como os intitulados góticos, abaixo os olhos e simplesmente sorrio como todos os falsos tímidos, acredito em palavras como todo adolescente ingênuo, voo alto como qualquer pássaro, encontro alívio no fumo como qualquer cretino viciado, me divirto como todos que não têm medo de se divertir, canto alto como todo belo desafinado. Ultimamente, nada disso têm feito sentido.

Estou achando tudo um tanto chato demais, sem sabor, sem cor, sem cheiro ou forma, tudo tão igual a qualquer dia normal, sem intensidade, odeio dias comuns, sem nada de novo para ver o ouvir, apenas as mesmas caras, os mesmo papos, a mesma eu, andando sem sair do lugar, procurando o que já encontrei, nada, tudo igual a ontem, preciso de algo que faça arder, aqui tá tudo morno, sem nada para contar, novidades de um dia qualquer, não tem ninguém com quem eu queira falar, me enterrar na cama, um bom livro vai ajudar, nada, tudo igual...

O tédio é pior que a morte, consome, aos poucos, olho e não vejo nada, nada interessa, nada onde queira realmente pousar os olhos, procurando, tentando achar o brilho em qualquer coisa, mas me parece tudo um pouco opaco, nada, nem sol, nem chuva, tempo bobo, sem foco, sem ter no que apostar, nem sei se quero também.

Tudo tão chato, não gosto assim, nunca gostei, olho pro mar e está tão calmo, nem peixes nadando, nem brisa soprando, sem nuvens no céu, nem marolas para contar história, nada, calmaria, estou navegando no meio do nada, sem ilhas ou portos, também não faria diferença, não quero atracar em lugar algum, uma tempestade seria bom, mudaria os rumos, levaria tudo para um antigo baú, empoeirado, mudaria a vista da janela, que já conheço todos os detalhes, são imagens que já vi tantas vezes e me canso, é dia, mas não vejo nada, a noite chega e estou na mesma, querendo ir, mas não sabendo como partir, é tudo igual e não tem pra onde ir.

Estou andando, caminhando sem parar, em círculos, ou seja, parece que ainda não saí do lugar, não é mesmo? Não existe um motivo aparente, nada, mas é assim, sem graça, sem movimento, são as coisas que me matam por dentro, essa vontade do novo, mas sem saber como, não há ninguém com quem queira falar, sei que é preciso, mas não quero, nesse momento, parece que nada agrada.

NoMeioDoCaminho


Ainda no meio do caminho, olhando as vezes para trás, vendo tudo cada vez menor, cheiro tem vezes que volta, aí o coração aperta, é do abraço, é, é o abraço...nunca mais, mas os braços, com força, é, são braços, era o coração, batendo apertado, nunca mais, era a barba roçando, nunca mais, palavrinha difícil, mas não importa, pois não quero saber do que será, mas é que hoje, acordei com o cheiro das cores do que hoje está preto e branco, não me assusto, acho normal, tem dias que é assim mesmo, não importa o tempo nem as consequências, as vezes é bom, não marejo mais os olhos, não faço isso há muito tempo, nem quero mais, pois não sinto mais dor, é só uma saudadezinha.

As coisas ainda andam, o mundo ainda gira, não vou parar, pode não ser mais igual e é claro, nunca será, tudo na vida é um só, então se já foi, haverão outros, nunca iguais, cada um deixou à seu modo uma certa saudade, que não passa, ainda bem, pois assim não esqueço, quer dizer que foi especial, pois se não fosse, nem estaria aqui. E a cada passo e a cada novo, levo um pedaço, deixando também um coração em troca, pois sempre morro, renasço diferente, a cada passo, e é bom, porque não é igual, sempre diferente, seguindo por qualquer caminho, ou janela, ou rua e quem sabe uma grande estrada, não importa por onde, ando sem pensar no caminho.

Seja o que a vida me trouxer, vai ser, talvez nem tanto quanto foi, muito louco isso, e já foi, tão rápido, ainda no meio do caminho e não importa, olharei para trás sempre que quiser, não importa, é onde estou, no meio do caminho, dizendo adeus todos os dias, e faria novamente tudo de novo, igual, sem tirar nem pôr, vou indo, dizendo tchau, com um certo aperto no coração, confesso, tenho brincado um pouco, não importa, pois ajuda, mesmo não sendo o mesmo.

estou brincando com o vento, deixando um pequeno redemoinho me levar, as folhas secas voando em círculos, sem sair do lugar, tons de ocre, voando, bem devagar, brincando com o tempo, sem o querer passar, assim, devagar mesmo, diferente de tudo o que foi, não importa, deixará saudade, sempre, mas tudo bem, ainda quero me lembrar...

8.6.07

TempoPresente


Segundo Krishnamurti, "Se não houvesse amanhã, somente o agora, o medo, enquanto movimento de pensamento terminaria". Não precisaria dizer mais nada, nem refletir na verdade, as palavras do mestre dizem muito, na verdade dizem tudo, não existe um amanhã, é tudo hoje é agora, é esse o momento, e quem seríamos nós, seres comuns, pensando apenas no que há de ser, tanto será teu medo que quando olhares para trás, verás que na verdade, nada viveu, paralisado pelo medo do que será, terá apenas um ontem vazio.

Não me arrependo do que foi nem do que hoje se transforma, cada novo cintilar do hoje é apenas o estopim da chama do amanhã, não me preocupa o precipício, nem as mágoas, muito menos o choro perdido, se não viver o que é, não terá nada que seja, a vida se transforma no eterno agora, com pressa do que é vivo, não há como me enterrar em medos e frustrações, são apenas mais páginas aprendidas e apreendidas, momentos que fogem, se piscar os olhos, não vou piscar, nem um segundo sequer, passos firmes em direção do agora, rindo, sorrindo, vida!

Quem são os corvos à espreita na estrada, meros observadores sem vida, quem me julgará no fim da vida além de mim? É meu o momento, para ser vivido e as convenções da vida ordinária não me agradam, quero mais que tudo isso, mais que um simples respirar, quero arfar todos os dias, não caber dentro de mim, é assim que levo o meu mundo, momento particular, só meu, para usar sempre a meu bel prazer, meu, é assim que quero tudo, para mim, do jeito que eu quiser levar, meu no eterno agora do puro gozar.

EmBoaCompanhia


Adorar, do latim adorare, amar ao extremo, sem criticar ou julgar, isso me pegou hoje, adorar, enquanto amar, que vem do latim amare, ter amor a, gostar muito de, desejar, escolher, apreciar, preferir, amor, ah, agora entendo, não quero ser irônica, já sendo, mas achei gozado, também não estou brava não, nem irritada, nada, na verdade bem tranquila.

O sinal de fumaça deixado no ar me fez refletir muito, olhava à maneira como formavam desenhos no céu, contando histórias que já conheço, mas desejo saber mais, não por masoquismo, não por querer brigar, não sei nem se quero falar, acho que apenas ouvir, por uma questão de respeito, por querer olhar uma última vez nos olhos e me despedir, virar a página totalmente, sem querer voltar.

Direi apenas uma coisa, não fui vítima, estava onde queria estar, erramos, não, não acho, nada foi errado, foi certo no momento que tinha de o ser, intenso como deveria, e cumpriu sua missão na vida, chacoalhar um pouco, mudar rumos e perspectivas, estávamos onde queríamos pelo tempo que durou. Acabou, e a vida segue e traz coisas, as vezes antigas, tão antigas quanto um amigo da infância, que me fez ver outras coisas, num dia diferente, que durou o que dura um dia, 24 horas, que passaram devagar, bem devagar, com cheiro de preguiça, de ficar em boa companhia.

Acordar, dormir, comer, mudar de canal, dormir de novo, abraçar, beijar, dormir, pensar em comer e acender um cigarro, dormir, ver mais televisão, abraços, beijos, Tv, dormir, comer, abraçar, fumar, dormir de novo. Que delícia, dia calmo, em boa companhia, pensar que desde criança já nos conhecíamos, tanta coisa diferente mas ainda as mesmas, muito ainda pra viver, dessa vez, sem pressa, veja bem, não é uma questão de cautela, ou medo, é diferente, engraçado, já sabemos tanto, mas são novas descobertas, conversas bem diferentes, pessoas antigas em novas cruzadas.

Obrigada tempo, por não se demorar a passar, por sempre trazer algo novo nesse meu mundo doido, corrido e sentido, mais um dia, amanhã outro e depois outro e outro e outro, sem tempo para parar.

6.6.07

Silêncio




É o silêncio que me mata, que consome cada célula ainda vida de uma casca quase vazia, é a vontade de saber em uma linha, de ouvir em uma palavra, são momentos que me fazem perder o dia, esquecer do caminho.


Esse silêncio surdo, mudo, cego, me fere, contamina, assombra, assusta, me pega de jeito me joga na cama, silêncio absurdo, sem pressa, fica aqui do lado, calado, eu berro, canto alto, e bato, mas nada, é só silêncio e calma, mas nada, o telefone toca mas não é ninguém, o celular apita, mas não é nada que eu queira saber...Ouço vozes que não me respondem da boca que quero ouvir, vejo olhos que me olham mas não têm nada a dizer.


A ansiedade, do não saber que já se foi, e não voltará, um vazio apenas tomou seu lugar

Consciente


Hoje mais consciente que ontem, do que sinto, senti e continuarei sentindo falta, não é da história, são os gestos, não das das mentiras, são das promessas (não realizadas, mas promessas), não é dos olhos, mas das palavras, não é do sexo, mas dos momentos, não é do homem, mas de sua idealização. Construí um castelo de nuvens, escrevi uma história em meus pensamentos, e dela se materializou você, perfeito em todos os seus defeitos, lindo em toda sua simplicidade, verdadeiros entre todas as mentiras, eu vivi um lindo conto-de-fadas, com você, e só poderia ser assim, para acordar mais consciente, saber mais de mim, e do que quero e de como vivo.

Foram sonhos realizados, destroçados porém vividos, e como viver sem viver isso, sem passar por isso, foram belos momentos, vislumbres reais de sonhos não realizados plenamente. Entendo que estou sendo redundante, mas cada dia me sinto mais consciente disso tudo, e não é triste, não sinto dor, estou bem, feliz por ter acabado, pois poderíamos ter caído num lugar comum e seria muito infeliz, pois essa bela história deve ser guardada assim, por ter sido intensa, por ter sido vivida, e única.

Sabíamos que seria assim, rápido, veloz, sem tempo, momentos de uma vida vividos em poucos instantes. Bom, fugaz, acabou, que bom, não poderia ter sido diferente, foi o que veio para ser.

Hoje mais consciente, amanhã ainda mais.

EraUmaVezUmOutroLado


Era uma vez o outro lado da história da mocinha, aliás queridos leitores, que lapso, esqueci-me de dizer seu nome, na verdade me esqueci, chamaremos então, a pequena menina-mulher de Fiona, é, é um bom nome não é mesmo? Mas podem mudar se quiserem, o que é um nome afinal, diante da história de um vida...

Acontece que nossa mocinha, quer dizer, Fiona, enquanto andava, após fugir do grande lobinho mau, descobriu que ela própria havia sido uma menina má, muito, muito má, pois assim como o lobinho usou Fiona pois queria mudar sua vida, se transformar em algo, não melhor, nem pior, apenas diferente, vejam bem, o lobinho queria também viver aventuras, tentar algo novo, mesmo que fosse por pouco tempo, para tanto, precisava de alguém que o mostrasse como. Já a pequena Fiona, buscava realizar mais um de seus sonhos, queria um companheiro de viagem, queria caminhar junto, e quem melhor do que alguém totalmente diferente dela, se fosse igual, não teria graça e não aprenderia nada, ela escolheu o lobinho, mesmo sabendo que talvez um dia se cansaria dele e continuaria sozinha sua jornada, mesmo sabendo que o lobinho também poderia voltar atrás, mas algo mágico aconteceu entre, algo que Fiona não poderia nunca imaginar, ela se apaixonou realmente pelo pobre lobinho, e se esqueceu de não acreditar nas doces palavras de seda do lobo. Acontece querido leitor, que Fiona mantinha um diário de viagem, o lobinho, sabendo de tal presente, leu Fiona, não apenas suas palavras, mas leu também em seus olhos, reflexos puros de sua alma transparente, e usou desse artifício para conquistar o coração que queria ser conquistado de Fiona. Este talvez tenha sido o único e maior erro do lobo, pois se antes tivesse sido diferente, se o lobinho fosse honesto e dissesse que de nossa mocinha só queria a companhia momentânea, que nenhuma promessa seria feita ao vento, pois promessas, aprendeu agora nossa mocinha, são apenas previsões de atos que não se realizarão, se, o belo lobinho abrisse realmente o coração, ainda teria o coração de nossa Fiona, ela ainda estaria lá, como esteve desde o começo. Mas também, o lobo não sabia, e jogou, sujo mas jogou. Estou eu aqui falando apenas mal do lobo, não é assim também, já contei que nossa querida Fiona, sabia ser o lobo um lobo e não um cordeiro, ela fez tudo o que fez porque quis, usou o lobo também, jogou também, com outras fichas, mas jogou, ela queria se satisfazer, e conseguiu, estava cansada de andar sozinha e queria também sentir um cheiro novo, para isso, usou o lobinho, mergulhou com ele num mundo novo e viveu.

Moral da história, meus amigos, não há moral nessa história que ainda não chegou ao fim, nossa mocinha, a bela Fiona, agora caminha, sabendo mais, querendo muito, muito mais, está mais confiante, mais forte e na próxima aventura, quem sabe, não realize outros sonhos?

DoisMundos


Hmmmm, hoje descobri, nos usamos, cada um a seu modo, por seu próprio propósito, fomos ambos bonecos, meras marionetes, sem o próprio saber de o ser e do próprio saber de o fazer, fomos usados, eu e você, usamos, eu e você, cada um à seu modo, fomos e seremos, engraçado isso, real, verdadeiro demais, nenhum perdedor sem ganhador, engraçado demais... Você, por querer algo que anda não sabes explicar, eu por querer, desejar tanto algo, que me fiz acreditar, bonecos, eu e você, fantoches usados, sem saber de o ser e de fazer.

Fomos o que deveríamos ter sido, fomos, e digo agora, com orgulho, fui e fiz, fui e foi bom, em mil diferentes aspectos e lavarei, memória, aprendizado e glória, farei desenhos com carvão, escreverei nossa história, pois agora entendo, compreendo, que fiz para nós, o presente de tudo isso, o futuro, hahaha, não ligo, hoje, não quero, mas o futuro, só rindo, por saber do que será, e sei, mas hoje, que bom, se foi e deixou, o que deveria ter deixado...

5.6.07

EraUmaVez


Era uma vez uma linda garotinha, com sede de descobertas, curiosa que só ela, fuçava, olhava, sentia, corria e brincava, não tinha medo de nada, mas mesmo assim, as vezes, dormia com as luzes acesas, só para garantir que nenhum monstro a importunasse durante os sonhos, a garotinha foi crescendo, se transformando em mulher, ainda curiosa, ainda dormindo de luz acesa, mas agora, sabia mais, sabia do tempo e de todos os seus segredos, tinha sede de vida, mas tinha mais, tinha sonhos, cada vez maiores, nenhum obstáculo era grande demais, adorava os desafios se fosse fácil, ela logo se cansava.

Um dia, entre o ser menina e ser mulher, fugiu de casa, queria descobrir o mundo, ver pessoas, durante suas andanças, conheceu muita gente, as pessoas a intrigavam, era apaixonada por gente, dos mais diferentes tipos, e olha, querido leitor, existem muitos, incontáveis tipos, não apenas em seus estereótipos, mas também por dentro, tem também aqueles, aqueles muitos que são de um tipo e fingem ser de outro, esses nossa garotinha gostava muita, os chamava de lobos em pele de cordeiro, acontece que esta garota era muito, muito esperta e sempre via por trás das fantasias usadas, ela achava muito graça em tudo isso, pois essa gente que andava pela rua fantasiada não se dava conta da fantasia, incorporava os personagens, tinha dias que a bela menina se sentava no chão e ria tanto, mas tanto que as lágrimas rolavam de seus belos olhos puxados. Ela se contorcia de tanto rir, colocava as mãos na barriga e se dobrava sobre o próprio corpo.

Acontece que um dia, numa nova cidade, ela conheceu um desse cordeirinhos, e embora soubesse ser ele realmente um lobo, se deixou levar, e nesse meio tempo ela ficou confusa, pois os olhos do lobinho eram na verdade muito brilhantes e vivos, ela não sabia se acreditava no pobre lobinho, cheio de promessas ou no que seus olhos viam, então, pobre mocinha, ela mesmo colocou uma fantasia, e acreditou no lobinho, mentiu para si mesma, então, numa bela noite de lua cheia, o lobinho mostrou os dentes, colocou as garras para fora, a mocinha aterrorizada gritou, gemeu e chorou, mas correu, deixando para trás apenas a fantasia que usava para acreditar no lobo.

Ela ficou um tanto assustada, chorou bastante naquela noite, acuada numa caverna escura, no dia seguinte, continuou ali escondida, com medo, confusa, o lobo, apesar de ser lobo e dela saber do ser lobo do lobo, acreditou que ele pudesse mudar, por ela, e ser melhor, mas ele era um lobo, com natureza de lobo, embora seu espírito ansiasse por mudar, sua natureza falou mais forte, e ele tentou comer a garotinha.

Na manhã do terceiro dia, a garotinha acordou e tinha companhia, pássaros e borboletas, um urso, um veado, um gato, um coelho e muitos outros, ela não tinha mais medo, nem mesmo do lobinho, ela achava que tinha feito por ele tudo o que podia, até colocou sua vidas em suas mãos, sem se importar com o perigo que ela própria corria. Ela não queria mais ver o lobinho, mas não o desejava mal, apenas não ligava mais, não tinha medo, nem raiva, nem mágoa, sentia pelo lobo mau, por não saber ou não conseguir ser o que no fundo sempre quis.

A nossa mocinha pegou suas coisas, sua pequena malinha e continuou sua jornada, saltitando, cantando, querendo ainda o mundo descobrir.