28.7.07

DeixarOQueNãoServe

Existem mil coisas na vida que é melhor deixar para trás, roupas que não servem mais, CDs riscados, sapatos velhos, meias furadas, coisas fáceis de se livrar, mas existe uma coisa que é preciso deixar para trás, mas com uma certa dificuldade, os amigos que na verdade nem são tão amigo assim...
O que quero dizer? O que quero dizer é simples, existem amizades que agregam valores, que nos fazem bem, que só por existir já é válido, mas existem algumas pessoas que entram em nossas vidas e por um tempo é bom, mas com o tempo, percebemos que já não vale mais a pena, que é só dar e não volta nada.
Os bons amigos, os de verdade, estão lá, para sorrir ou chorar, beber ou simplesmente ver TV, mas estão lá, e é o que importa, crescem junto, evoluem e falam sobre mil coisas, são amigos dos mais diversos tipos, e cada grupo é um, isso é agregar valor.
O que incomoda, são os "amigos" que acham que você deve sempre estar lá, quando a recíproca não é verdadeira, são os amigos que não aceitam um não, são os amigos que na verdade não são.
Mesmo sendo difícil deixar para trás, é preciso, guardamos na lembrança os momentos bons, esses, provavelmente serão ótimos colegas de copo, de balada, mas não conte com nada além disso.
Então, o que venho fazendo é o seguinte, guardando os bons amigos cada vez mais perto, deixando os que me aborrecem cada vez mais longe, afinal, pessoas novas conhecemos todos os dias, não é preciso colecionar amigos para ser feliz, é preciso sim, conservar os bons, os que valem a pena.

19.7.07


Algo mudou na essência do que antes era apenas casca, cresceu, amadureceu, é novo mesmo já sendo conhecido, ainda meio sem saber do amanhã, um passo por vez, um dia a cada novo dia, talvez seja, desta vez, o para sempre que achávamos ser da última, talvez não, mas desta vez com mais sinceridade, falando tudo no momento de ser dito. Com mais compreensão, mais carinho, talvez seja diferente da paixão que tanto me faz suspirar, mas é algo novo, e não sei onde vai dar.

Ainda sem saber exatamente como é, mas nunca sei mesmo, é um sentimento meio novo, como pisar num lugar seguro, terra firme ao invés de ar, mãos dadas caminhando, sorrindo e falando, novos assuntos, mesmo cheiro, sorrisos, diferentemente do que foi.

Ainda sem fechar as portas, com medo de me sentir presa, uma vez há muito tempo atrás, me parecem mil anos na verdade, me senti como numa gaiola sem portas ou trancas, e era bom, estava lá porque queria estar, mas cada sentimento é um, como me disseram, cada história é única, e provavelmente não me sentirei da mesma forma novamente, tudo é eterno na medida em que dura, são chamas, que apagamos ou não.

Estou tentando fazer reviver essa chama que jurei não mais acender, nunca diga nunca não é mesmo? Mas é assim, a vida nos coloca nos lugares mais inesperados, vou tentar remar conforma a maré desta vez, sem crises, sem tempestades, a tempestade que faz sou eu.

Não sei dos passos, não faço ideia do caminho, ainda no escuro, apenas vivendo, instantes, eternizados na memória, o que será, nem sei, nem quero, apenas indo, desta vez, caminhando.


16.7.07

LágrimasSorrisosETentação




E depois de tudo, um sorriso, doce, ingênuo, um sorriso, simples momento onde tudo é esquecido, um brincadeira, singela, por tão poucos entendida, nossa, e não é fácil, depois de tudo, acordar e lembrar-me de que sorri, simplesmente sorri, saber que depois de tudo, isso também o fez sorrir.


Neste momento me parece que a vida me mostra outros caminhos abre outras portas, prendo meus pés no chão, como explicar que depois de tudo, se pode voltar atrás, viver sem ter aquilo, acontece que a racionalidade não me entra, seria mais fácil entrar, aceitar o pedido, mas depois de tudo, da paixão, do corpo quente, seria morno, e tenho medo de voar novamente para longe e fazer outro coração sangrar.


E são curtas as linhas que me fazem sorrir, relembrar, brincar, provocar, satisfazendo um pouco, nem tanto, mas tem o outro, e as promessas são sinceras, verdadeiras, mas e tudo aquilo que move? A paixão, me disseram, com todas as letras que A paixão é fácil. Só quem a viveu com toda sua intensidade, sabe que não, pois quando a paixão se vai, acaba, parece que falta um pedaço.


Seria eu capaz de viver na calmaria do amor? Sem queimar, sem arder, sem braços, sem suor e vento, sem carne e beijos, braços e lágrimas, lábios e língua... O amor me parece seguro demais, como estacionar à sombra de um velho carvalho, não quero segurança, quero vento, vendavais e tempestades, trovoadas, sentidos plenos, olhos fechados diante do salto, abrindo ao cair, quero isso, coisas que me movam.


O amor é seguro demais, posso eu me acostumar? Perderia tudo o que sou, o que me move e faz viver. Será que sou eu quem confunde o que é o que, ou vagarei pela vida de paixão em paixão, fugindo como o diabo da cruz do amor, entendo eu o que é amor?


Não há como comparar são sentimentos tão distintos o que sinto neste momento, mas me prendo ao sorriso, algo precisa acontecer logo, tão logo seja tarde demais, que não saberei nem mais, como já não sei explicar.


Talvez nem um nem outro, algo novo, uma nova coisa, qualquer coisa, que me faça sentir, essa confusão de nomes e declarações, de opções e soluções. Deste momento em que tenho que escolher e não quero, a vida que me leve, me deixe viver momentos, não quero tomar mais decisões do que as que já tomo diariamente, ainda mais esta que pode ferir um outro ser.


Me prendo ao sorriso, as vezes acho que ainda acredito, as vezes ainda quero mais ver, braços, mas não devo, não sei, e foi no exato momento em que as flores já faleceram, algo brotou da terra, tão frágil, tão novo e tão conhecido. Das cinzas, uma pequena chama, e me parece consumir, mas pequena, ínfima perto de tudo que já queimou, que me afasta da calmaria, mas me afasta da calmaria.


Um Chinfrim um dia me disse: descobri que amo, eu não entendi, como se troca tudo o que foi, por algo tão calmo, sem fogo, hoje entendo menos ainda, pois chegou o meu momento de virar as costas para a paixão, e eu não sei se quero.


Algo desse ordinário ainda vive em mim, desses momentos intensos, que me fazer flutuar, trocaria o céu pelo chão? Andaria eu por caminhos comuns, perderia minha essência, que é voar.


Ainda confusa, entre o céu o mar...




14.7.07


Olhos abertos antes de adormecer, pensamentos, coração acelerando, acelerado, ouvindo apenas as pulsações, coisas deixadas para trás, por puro descaso de simplesmente não estar afim, tantas coisas que me esqueço diariamente, farei farei, farei, o quê, não quero, nem sei mais.

Afazeres diários que me cansam por não querer o cotidiano. O todo dia me cansa, sempre as mesmas coisas, rotinas que me prendem e coleiras visíveis, olheiras, olhos fecham, sono vêm, nada mais do que o mesmo de ontem, o mesmo papo, a mesma história, explicações que não quero dar, nem mais ferir, pois o é todos os dias quando digo não, não agora, não sei se depois...

Seria mais fácil dizer sim, voltar àquela velha rotina, apenas sorrir, fingir ser feliz? Não posso, negaria quem sou e seria eu a fechar as algemas de minha vida, pulso cortados, querendo fugir, os braços doendo, forçando um momento de partir, não seria eu se dissesse sim, nem em mim, morreria, tudo, tudo o que sou, não sei se o momento voltará, neste instantes, nesses dias, não acredito e nem quero pensar.

É bom, o reencontro, estar perto, nem tão perto, entende? É uma linha tênue entre dois mundos e não quero ultrapassar, mas acontece que a alma, bichinho engraçado, quer um pouco, mas nem tanto para abrir todas as portas novamente, então me prendo, digo não, e parece mentira e não sei explicar.

Porque é o querer fazer parte mas nem do todo, pois me parte, então confundo, confusa, sempre assim, e aí confundo, os olhos que buscam e vêem apenas o que querem ver, não ouvem as palavras que explicam mais que a alma, ao menos neste momento, onde tudo parece incerto e não sei nem quero responder mais a estas perguntas, nem mais falar nesse assunto, que me irrita, me enche, me deixa arredia.


CalarMe


Não, eu não precisava dizer, minha natureza escancarada o faz em silêncio, conta nos olhos, se o faço através de palavras é para meu puro deleite, me irrita ter de me explicar quando não quero, as palavras me saem um tanto atrapalhadas, engasgadas, ferindo e cortando, querendo sem querer, as vezes é necessário dizer muito mais de uma vez, o que me cansa, me tira do prumo e grito.

Mas existem pessoas que não nos pedem explicações, gosto dessas, das ironias sarcásticas de teus risos e sorrisos de lado, dos olhos com brilho de quem sabe entender, gosto dos jogos não ditos, e quando ditos tanto mais têm a esconder em suas sinceras verdades ditas entre olhos que mentem.

Esses jogos perigosos, de contos mal contados, bem vividos em mentes, corações, almas e sentidos, esses jogos não tem fim nem meio é só princípio, infinito em si mesmo, a corda estica, estanca, soa, fina, não rompe, puxamos, é um jogo, cada vez mais um pouco, não me canso, me intrigo, mistifico, desvendo e cada vez me perco mais.

Gosto, desse gosto proibido, não dito, é o perigo, o que mais me atrai, sem cheiro, mais disso, não é o mesmo, apenas o começo, mais uma vez, do mesmo lugar de onde partimos, brincando, mãos ao fogo, queima arde e quero mais.

Não fujas, nem finjas, gostas disso tanto quanto eu, o perigo, que sai do lugar comum, que convida para a vida, nem minha, nem sua, está aí, para ser vivida, são apenas lapsos, momentos em que se pode escapar, apostando fichas, sem ter como pagar.

Ficaremos em divida, mas há tempo, o tempo cobra, com juros, então joguemos, brincaremos com a vida, apostaremos com o fogo, deixaremos arder, mesmo em palavras, meras provocações que fazem apenas arder de longe o coração frio.

Fecho os olhos, me deixo sentir, suspiro, pescoço, lábios, suor e sangue, braços, mãos pernas, corpo e desejo, gosto, cheiro, tesão e paixão. Mas é pouco, quero mais, calaria-me, se fosse capaz, mas não seria eu, quero mais, olhos negariam?

Negariam? Diriam que não?Resistiriam? Os meus os ou seus?

12.7.07


A doçura de um momento roubado, um amor destonado, perguntas que não querem responder, instantes que não querem ceder, as dúvidas e são muitas, os olhares poucos para tanto tempo, o não saber mas ter certeza do amanhã, ou não.

Respostas vazias, sem o querer confirmar, pois do amanhã, nem meu destino pode confirmar, continuamos na corda bamba, sem pender para lá ou para cá, nos olhos apenas a certeza de um dia chegar do outro lado, que lado? É mesmo o que quero? Caminhando sem juízo, querendo encontrar um destino já perdido, nada aqui dentro, nem dor, nem sofrimento, talvez momentos de pura fantasia, cores escondidas, por trás de tanta purpurina.

Alguns momentos voltam, tão rápido quanto se foram, mas são apenas minúsculos instantes, sem fundamento algum, apenas não deixando esquecer o que já foi esquecido e perdido, mas existiram passagens, que não quiseram dissipar e por noites que me pareceram intermináveis, atormentaram meus sonhos e pesadelos, e lágrimas escorriam, nessas noites, pensava nunca mais poder encontrar, nada igual, hoje apenas a certeza de que embora nada possa comparar, outras ainda surgirão, talvez com mais ou menos intensidade, talvez com mais ou menos paixão.

Me pego de novo, envolvida em palavras que jurei não mais proclamar, envolta em pensamentos em lembranças em momentos...talvez, talvez ainda sinta algo, talvez ainda lembre, mas não quero, já morreram todas as flores, faleceram, de morte morrida, não matada, em seu próprio tempo, tempo, coisinha gozada, o tempo, correndo em seu próprio momento.

Um dia, tão logo me permita a vida, também irão as flores do meu próprio jardim, não deixando nem semente, apenas lembranças, nem doces, nem amargas, apenas lembranças, memórias sem gosto, sem cheiro nem cor.

Eu e meus devaneios, perdida no que ansiava em dizer no começo, me esqueci, já não têm importância, eram apenas palavras, que puxaram outras, dizendo coisas, fazendo lembrar, apenas lembranças, nada mais.

9.7.07


Cantar, berrar, descabelar, bem alto, rindo, com os melhores amigos, pagando mico, todos juntos, sem perder o ritmo, perdendo a voz, os sentidos, o prumo e o mito, bebendo comendo, sorrindo, sem neuras, sem escrúpulos, sem máscaras. Nós, apenas nós, sendo apenas o que sempre fomos, divertidos.

Até amanheceu e só parou quando os olhos fechavam, quando não se podia mais falar, não havia voz. Faria sempre, faria com vocês todos os dias, sendo assim, ainda teremos muitos outros, mais do que momentos, muito mais que instantes, uma vida.

Porque quando é assim, é para sempre. Obrigada meus amigos, meus amores, meus irmãos, por mais uma noite daquelas, onde o chão todo é jaca, e enfiamos os pés de salto e tudo.

Obrigada meus companheiros, por serem sempre o sempre fomos, muito mais do que amigos, muito mais divertidos, sempre.

6.7.07

Renascendo


Foi lá de cá, um dia, mais tarde, tão tarde que nem sabia mais, tão cedo que não se pode recusar, nem ao menos acreditar, um azul consumindo tudo, era o céu, envolvendo com a claridade do dia no brilho da noite. Um tanto atrapalhado, pela estranheza de todos os fatos, nem lá nem cá, tudo ao mesmo tempo, pensamentos, cabeça funciona, o corpo não obedece.

Era ou não? Instante, momentos, segundos, só cabeça, o resto não obedece, devia, ou não? O que é e não é, não importa, neste momento nada mais, descobertas, pessoais, ainda oscilando, entre cá e lá, mas firme, sabendo já é mais fácil, lembrando, o tempo inteiro, energia flui, transforma, renasce, brilha, mais de mim em mim, mais feliz.

Universo conspira, energia muda tudo ao redor, perto só de quem vale a pena, atraindo apenas energias boas, muda tudo, novos olhos, olhares, estranhezas que sempre agradam, tudo fluindo de forma tão nova e clara, nítido contorno.

Coração tomado, de coisas minhas, sem querer dividir, ainda completando de si mesmo tudo o que pode, transbordando, tanta coisa, sem medo, é a vida que se segue, se acha, encontra a si mesma no meio do caminho, que mais bela companhia, si e si mesmo, apenas os bons e velhos amigos de sempre.

Muita coisa pra fazer, ver, ouvir e sentir, sem pressa, caminhando junto com o tempo, em seu tempo, mais tempo, tanta vida ainda por vir, de tudo um pouco, tão certa quanto o ar, passando, ventando e voando, apenas indo, comigo.

5.7.07

Respostas




Me lembrei, não sei se foi algo que vi, um estalo, é por isso, estou parada porque quero, porque precisava me lembrar, do quanto sou muito mais eu do que alguém, que a paixão é minha, é algo interno, parte de mim e não depende do outro, precisava desse tempo para me lembrar, tinha esquecido, que louca, achei o sorriso, estava dentro do coração.


Foi um tempo difícil, pois achei que depois de tudo que passou, eu precisava de alguém que fizesse toda aquela loucura, aqueles instantes, aquele furor e paixão, achei que alguém tinha que trazer de volta, esqueci que tudo aquilo sou eu, pura e simples, eu sou paixão, e óbvio que sou movida por ela, afinal, sendo eu dona de minha própria vida e movida por paixão, sou eu a própria paixão, o vento que sopra em meu rosto, sou eu quem faz ventar, são minhas as asas para voar.


Falei tantas coisas sobre caminhar junto, sobre paixão, sobre estar sozinha, e agora me pego na minha própria mentira, querendo me enganar, não preciso de nada além de mim, e quando me descobrir por completo, pois ainda não me sei de todo, então, as coisas acontecerão, se eu quiser, se eu achar que agora está bem caminhar com alguém.


As vezes eu esqueço um pouco de mim, nesses momentos é que vêm a melancolia, não é o estar sozinha, é o estar sem mim, sim, é ser a casca vazia de toda vida que me faz cheia e completa, tão cega, era só olhar no espelho, e eu tentei me avisar e mais um vez fechei os olhos.


Um estalo, algo, não sei, um brilho, meu brilho, pode parecer arrogante, não me importo, sou eu sorrindo, meus olhos, brilhando, que falta de mim dançando, cantando, que boba, procurando uma paixão que estava aqui o tempo todo, mas foi bom, é como chorar, para depois sorrir, pois só quando choramos damos valor ao sorriso, não foi isso que disse Victor Hugo?


Me perdi, para agora me encontrar, mais bela, mais forte e confiante do que antes, mais madura um pouco também, nova, querendo o mundo, cheia de vida e sangue circulando, não estou cabendo em mim, explodindo. Soltei as rédeas, correndo, dona do meu próprio destino, enfim, saudade, de mim, era eu que estava procurando, eu estava aqui o tempo todo.

BiscoitoDaSorte


Quem diria que a sorte encontrada dentro de um biscoite feito de uma fina massa de açúcar poderia me fazer pensar? "Você é o mestre de sua própria vida." Sim, sou e sabendo disso, ainda consigo rir das pequenas previsões que a vida me traz, não, não vidente, apenas conheço alguns olhos e o que estes buscam, soube naquele instante, que um novo jogo estava começando, tão óbvio quanto dois e dois são quatro, embora existam contestações a respeito, o mistério também me faria ir, traria consigo esperanças, então compreendo e já sabia o que esperar.

Não levo a mal, faria o mesmo, sem pestanejar, correria, buscaria, até desvendar e quem sabe a paixão estaria ali escondida.

Na verdade acho que fico escrevendo escrevendo escrevendo, porque têm uma coisa aqui dentro assustando, apavorando e não sei bem se quero desvendar esse mistério e o que fazer exatamente com ele. Porque, se for mesmo, não sei o que fazer, não sei se quero passar por tudo isso novamente, mas também, como passar pelo resto disso tudo sozinha, acho que é só pânico, não existe um motivo para não ser, fico tentando relembrar qualquer momento onde a coisa possa ter estourado ou falhado ou não sei e nada me ocorre pois não existe um porquê, não tem como.

Mesmo assim me falta coragem, quanto mais esperar pior é, mas também, ah não sei, preciso sair da toca, logo, agora, uma cerveja, vinte e cinco mais, esquecer de mim um pouco, rir, espairecer, falar, um amigo, é tudo o que quero, mas é só um, específico, que me faz rir, sempre fez, só isso, mas também, não quero ligar, loucura isso, acho que, nem eu me entendo.

Essa mania de me isolar, querer ligar e não fazê-lo, sou só eu? Não quero chorar, nem vontade de lágrimas, acho que é de sorrisos, de rir, é me falta um sorriso, ta meio perdido por aí, não sei onde guardei, deve estar num lugar tão óbvio, já procurei nos cantinhos, em baixo do sofá, atrás da cama, até na despensa, mas lá, só os não perecíveis, droga.

Sim, sou dona de meu próprio destino, destino é vida, é caminho, é mais que tudo, até a morte, mas quero perder um pouco das rédeas de tudo isso, deixar rolar, acontecer, sempre deu certo, e neste momento, não consigo soltar, me prendo, me agarro ao grande cavalo negro, ele empina quer ir, seguro, não deixo, o vento sopra, nuvens se formam, estou parada, não quero ficar, sem coragem de ir, para onde? Não sei mais para onde quero ir, estou perdida, admito. Me arrumo, me pinto, na porta, pronta, não vou, os pés não deixam, colados ao chão da cozinha escura, elevador abre as portas, eu volto, tranco a porta, ligo a tv, dou play, me esqueço, duas horas, e volto, mais um outro, qualquer um, não importa, é só sumir de mim, tirar férias, não ser.

Me lembro, sei quem sou, os olhos, meus olhos, me encaram, questionam, não crêem, não há resposta, a boca abre, não tenho palavras, se foram, casca vazia, sem saber de quê encher, as mãos buscam palavras, imagens, nada, nada acalma ou faz sentido, me sinto buscando algo que nem sei se perdi, nem sei o que é, uma busca sem futuro, afinal como encontrar o que não se sabe que está buscando?

Vejo alguns rostos que já conheço, fecho os olhos, não quero ver, pra não lembrar, não sei se é de coisa nova, não sei de mais nada, e quanto mais eu busco, mais pareço me perder nesse labirinto que eu mesma criei.

Quero me lembrar de coisas que não conheci, sentir novamente as coisas que nunca senti na vida, reviver momentos nunca antes vividos, estranho dizer isto? Creio que vindo de mim, não, não é estranho, na verdade seria estranho se eu não dissesse essas palavras, quero algo novo todos os dias, quero me sentir nova a cada manhã, a rotina me cansa, me mata, consome, tritura, envenena, não é de mim entende?

Algumas rotinas me cabem, não me são estranhas, como entrar numa sala de aula todos os dias, ver os sorrisos, as piadas, as brigas, as travessuras que me deixam doida, entrar na sala, ligar o som, olhar nos olhos dos pequenos e dizer, ok, vamos lá, não, essa rotina não me atordoa, pelo contrário, me foca, me estrutura. É um momento na vida em que me centro, mais ou menos, afinal, não me considero mesmo muito tradicional em minhas aulas, mas acho que no espaço artístico, posso me dar a este pequeno luxo não é mesmo?

Enfim, voltando ao assunto, rotina, a rotina de fora não me cabe, não entre, não combina, nem encaixa, quero mais da vida, muito muito mais, acho que consigo, na medida do possível conviver com uma certa rotina, mais ou menos sem surtar, mas acho que vou acabar entrando em colapso se algo não me fizer tremer em breve.

Dá uma certa depressão, até que é gostoso, ficar em casa vendo filmes, eu sorrio, choro com finais melosos, e pequenas declarações de amor, pessoas andando de mãos dadas, beijos roubados, paixões que dão tudo errado para depois dar tudo certo, sim, as malditas comédias românticas, confesso, as adoro, tanto, que algumas já vi bem mais de três vezes, gosto porque fala de paixões impossíveis, pequenos contos de fada que parecem inacreditáveis, mas garanto, meu querido leitor, eles existem sim, é possível e é real. Mas em minha defesa, antes de continuar com minha tese sobre filmes melosos, amores possíveis (sim, é nome de filme), choro, rotina, calmaria e paixão, quero dizer que assisto também outros tipos mais refinados de cinema, de uma beleza sutil, que falam de mil outras coisas, principalmente a dura vida real, esses me fazem pensar um pouco mais e sonhar um pouco menos, então, definitivamente, não servem para esses momentos onde quero mais uma vez acreditar em paixão.

Voltando, mais uma vez de outro devaneio, e acredite, tenho muitos, paixão, ah, a paixão, essa coisa que começa num friozinho na barriga e vai crescendo e tomando conta, é a boca que seca, os lábios adormecem e parece que um abraço não cabe em si, é o querer entrar dentro do outro, de tão perto que se quer estar, olhar nos olhos e saber o que há lá dentro, mas veja bem, não é querer ser parte do outro ou achar que encontrou uma outra metade, pois acredito que somos já completos, o outro é apenas alguém para caminhar, lado a lado, enquanto tiver que durar, é o rir junto, chorar, berrar, gritar, quebrar copos, chorar, abraçar, fazer as pazes, ah a paixão, essa palavrinha tão pequena que me move, sim, me move, me alimenta, me toma, me leva, quero mais.

Acontece que em mais um momento ambíguo de minha vida, quero paixão, mas ao mesmo tempo, me dá uma certa preguiça de sair por aí olhando para os lados, vendo gente estranha, a grande verdade é que embora queira essa paixão, quero também que ela bata à minha porta, me dê um grande tapa na cara e diga, olha, estou aqui, não quero mais ter que procurar, sei que está por aqui, em algum lugar ao alcance das mãos, mas também não sei se pretendo esticar meu braço e tocá-la.

Acho que é isso, um tanto cansada dessa busca pelo que me alimenta, sei que eventualmente isso passa, e sairei da toca novamente, neste momento, não quero, embora queira, as vezes o telefone toca, eu atendo, mas sei que não sairei, saí esses dias, apenas para cumprir pequenas obrigações diárias, voltava para casa, correndo, tão rápido quanto podia, logo mais estarei longe, férias merecidas, naquele lugar só meu onde sempre me refugiei, alguns talvez saibam de onde falo, para os que não sabem, desculpem-me, não contarei, talvez atenda alguns telefonemas, procure algum lugar onde postar, talvez não.

Como a fênix, acho que algumas vezes preciso renascer, para isso, creio ser preciso estar só, pensar, criar, chorar, beber, dormir, talvez algo aconteça, tenho que contar um segredo, receberia alguém para um jantar, um bom vinho, música e água, lua e estrela, mas não contarei que sim, não convidarei ou talvez até convide entre linhas, ou não também, pois se bem me conheço e convidasse, acabaria esperando e não quero mais esperar por ninguém, já é tarde, e preciso me recolher.

Tem uma música, linda que diz assim, me dê uma razão para ficar aqui e eu darei meia-volta, talvez a tradução esteja um tanto esdrúxula, mas é da Tracy Chapman, chama Give Me One Reason, já devo ter ouvido um milhão de vezes, algumas chorando, outras sorrindo e mais um tanto cantando tão alto que nem podia ouvir. Mas acho que fala um pouco disso, de estar cansada, tão cansada de tudo, que se vai embora, mas uma razão, um pequeno motivo, pode me fazer voltar, ficar.

Mas neste momento só quero ir.

4.7.07


Silêncio, calmaria, nem nada a dizer, cabeça anda meio vazia demais da conta, coração ainda pulsa, seu eco faz vibrar o corpo leve, sem mais movimentos, inerte, sonhando com um filme todo em branco, cabeça encostada, sono, olhos fechando, bocejos, nada, sem sentir nada, estranho.

Sem saudade, nem falta nem tem, é essa a paz de que as pessoas falam? Não estou triste, nem feliz, só assim, meio sem nada, não sei se gosto ou desgosto, é novo, acho que talvez um incomodo, é, pode ser isso, não quero gritar, nem sussurrar palavras, acho que falta um pouco de paixão, de tempestade e tormenta, ondas batendo, vento soprando, fazendo tudo ao redor voar, mas o céu hoje acordou claro, tons amarelados, não venta, mas faz frio, não ligo, não me importo, meio inerte mesmo, como flutuando e mar aberto, sem ondas, sem peixes, apenas o som da respiração, ar dentro, ar fora, mais nada, silêncio.

Aumento o volume do rádio, está abafado, ou sou eu? Vozes ao longe, nem me esforço para ouvir melhor, vou seguindo sem pressa, o dia demora a passar, nada para fazer, nem filmes, mas filmes me fazem sorrir ainda, acendem algo dentro, mas acaba, tão logo subam os letreiros, falta uma luz, talvez, ou não, nem sei.

É como estar e não estar ao mesmo tempo, fazer parte sem prestar atenção, meio zumbi, nada parece se mover também, nem vontade, em câmera lenta, rodando rodando, tão lento que nem me sinto tonta.

Parece que está tudo atrasado mas também sem pressa de chegar, falta algo que me faça querer mover, não quero procurar também, aí fico, aqui parada neste lugar que não sei onde é, olhando para os lados, sem vontade de nada, respiro fundo, olho em volta, inúmeros caminhos, nada que me faça querer correr.

3.7.07


Momentos com gosto conhecido, no entanto tão novos quanto a brisa que bate em meu rosto, são novas chances que nos demos, e que talvez dessa vez, só neste momento algo aconteça, naquele momento, sim fiz uma escolha, mas por acreditar que era preciso, que era necessário naquele momento colocar a casa em ordem, para deixar que algo novo aconteça, fechar uma porta e abrir essa janela, não me importa se serão apenas alguns momentos, ou não, estou gostando disso, entre linhas, falando sem dizer.

Algumas vezes, leio coisas e acredito que possa haver algo nelas para mim, bobagem não? nem tanto, leio mesmo assim e interpreto da maneira que me cabe interpretar, não importa que não sejam, mesmo se forem, não são nas coisas lidas, são as palavras, foi a atitude, quero mais disso, o que for necessário, o tempo que for preciso...enquanto durar esse infinito.

Perceba que entre as linhas e vírgulas do que digo, não me importo com o tempo, nem se for durar, que seja apenas um passeio sob a lua, de mãos dadas, em silêncio, me basta, não tenho mais pressa, é o calor dos momentos divididos que estou alimentando, se tiver que ser fogo, que incendeie, mas não importa, pois se não for, mesmo assim vale cada momento.

Vou gostar de continuar te pedindo opiniões e fazendo tudo ao contrário, de ver como você sorri quando faço isso, de ver que você entende quando tomo a decisão certa mesmo que o coração fique apertado com vontade de estar com você, ainda quero, nem que seja por pouco tempo, e fico feliz.

Não sei tudo que quero dizer, nem sei também se tenho muito a dizer, estou calma, e isso pra mim é muito estranho, muito novo, e está tudo bem, seja como for.


Instantes


Foi um milésimo de segundo, um instante, entre tantos outros, deveria voltar? Voltar a ser quem fui em outro momento, será que seria mesmo preciso?

Errado, errado, tão errado que até dói, mas tão bom, e pensei, esqueci e pensei novamente, esqueci, estou pensando agora, na verdade, não estou pensando, sentindo talvez? Espero que não, realmente, não, é errado, tão errado, instintivo? Por que não lá atrás? Agora, não mais, embora, não, não posso, não devo e não vou, mas sim, quero, lá no fundo, nem tão fundo, merda, não, não por quem seria, não por quem estaria envolvido, merda, mas sim, penso, sinto, quero, um pouco, nem tão grande assim que a razão não apague, não neblina, mas sim, faria, nem por tanto tempo assim, pois não seria, não me passa algo que seja eterno, nem o quanto dure, talvez o erro, da imagem, do pensamento, de tudo, são momentos, errados, não estou lá, já fui, era, não mais, vou correr, ou não, sim, vou, longe, não posso, não faria, por tudo, pela amizade, mas quero, mas não, não dá, é muito forte, qual?

Ambos, desejo, apenas, apenas isso, um desejo, são tantos, esse passará, como tantos outros, natural, faz parte, instintivo? Falamos sobre isso, e pensando nisso, o que seria realmente correto nesta vida?

O que fazer, não é? Errado, certo, entraria de penetra nesta festa que não me pertence, que não me cabe nem comporta, já foi esta fase, embora algo ainda me chame, não é mais do que já foi, agora percebo, e mais do que ego, menos que desejo, é apenas o olhar, algo novo que penetra, entra, modifica, ainda mais depois de saber que, deixa, não quero, não vou, não faria, não...

Mas que fique algo, de bom, um gosto do que não foi, nem será, foi-se o tempo, passado, não volta, talvez, os ses novamente, não existem, e quem sabe mais mil coisas, mas não disso, outras passadas disso, de novas, confusa, mas certa, do que deve e não...