16.4.08

PerguntaESolução


Vale triste e ponto? Triste sem querer dar muitas explicações, um triste assim, de choro engasgado na garganta sem querer chorar, um triste assim de não saber muito bem por onde começar, onde aparentemente deveria existir apenas calmaria, tá tudo assim meio revirado, um tanto remexido por sei lá o que exatamente...

Faltando um pouco de arte, de poder pôr pra fora um tantão das coisas que não sei explicar, e já me dei minha razão, me falta a minha arte a minha expressão.

E só de dizer já é um alívio ao coração. Me falta eu, me falta eu me dando pra mim e mais nada.

10.4.08

Lov.E


O clubinho se foi, levou com ele a lembranças dos tempo que não voltam mais, tempo de uma adolescência tardia onde não existia hora pra noite acabar, levou consigo a lembrança de um lugar que era praticamente a sala de casa.

Deixou na memória momentos hilários, amizades começadas e terminadas, vai deixar na boca o gosto da comida do Dedé, de passar pela pista com um prato de pizza na mão, de pedir pasteizinhos na área vip e enche-los com molhinho de shitake, deixou no coração a lembrança dos amigos que fizemos lá, de um lugar que era sempre fácil encontrar um amigo e papear.

O clubinho fecha as portas e deixa no coração uma saudade grande de quem já foi cliente, foi funcionário e virou família.

Ah o clubinho, dos altos e baixos da turma, de dormir na sala vip, de poder entrar e sair sem pedir licença, clubinho de tomar cerveja atrás do balcão, de sentar no chão de vestiário e chorar de rir, de arrumar encrenca e ter sempre o Buchecha para defender, clubinho...

E nem cabe aqui contar tudo, é bom, deixar as lembranças na memória, o clubinho fecha as portas e eu viro uma página da vida, de certa forma, lá foi também uma escola, posso dizer que amadureci.

O clubinho fechou as portas e como dizem por aí, deixou herdeiros, mas mais do que isso, deixou órfãos.

3.4.08


A vida passa assim mesmo, num indo e vindo constante como mar, num infinito divido que só os verdadeiros de alma sabem aproveitar, são as dúvidas diárias dos que sabem amar. E não existe um momento certo para se dizer do que foi, no deparamos eternamente, com as verdades que a alma conta e o coração chora, são as vírgulas e os pontos finais nos lugares errados que nos fazem pensar, fico aqui falando em nós, mas é tudo muito eu, sou eu sentindo, é meu, escondido guardado, sentimento gozado esse do se lembrar, e as vezes é assim mesmo, é a lembrança batendo à porta, pedindo para ficar, é estranho porque não é assim tão eu, é um pouco do universo conspirando a favor e fazendo tudo girar numa mesma direção.

E eu fico me lembrando do tempo em que escrevia sem pudores e sem amarras, hoje me sinto mais contida, afinal é um tanto complicado mesmo sem assim aberto, sem assim online esse diário de sentimentos, e já me expus demais, não me importa que sejam palavras lidas, acho até bom, mas que é estranho quando se pára para pensar, ah isso é.

Eu encontrei uma luz na escuridão um tempo atrás, parece pouco mas já faz muito e aí vira e mexe, me´pego pensando me pego sentindo uma saudade esquisita, meio reprimida, saudade de poder não falar nada, saudade de não precisar dizer o que não se quer. E as vezes é assim mesmo, é o silêncio que faz o coração falar mais alto.

Tô precisando voar um pouco, me sinto com os pés cimentados no chão, me falta a intensidade característica, me falta o peito arfando, me falta o grito rouco, me falta uma parte de mim que está meio perdida por aí, olho pela janela, e nesse céu nublado tem um pássaro bem grande vinda lá longe por cima do arranha céus da cidade da garoa, as vezes batendo asas, outras só ali, planando pelo ar.

E não sei se me sinto velha para sentar na cadeira de balanço e esperar a vida passar ou se ainda me sinto nova demais para dançar até o dia raiar, não sei mais de mim, eu que já tive tanta certeza, agora me cubro de dúvidas, querendo entender onde estou e quem eu sou.

2.4.08


Dizem por aí, que o ser humano se inspira nos momentos de equilíbrio, entre a dor e o prazer, felicidade e tristeza, é preciso equilíbrio para criar, me questiono...

Acho que a arte se dá na duvida, na busca por uma resposta que a alma pede, é o querer entender mais de si próprio, é querer ver o mundo com os olho d'alma. E não existem respostas definitivas, o mundo está em constante movimento, é a dança silenciosa dos corpos nas ruas, questionarei a todos os instantes cada instante em que vivi, não tanto pelos "e se" da vida, porque afinal, e se já é passado e não poderia ser mudado, se faria algo diferente da vida? Não, não mudaria nem um mínimo erro, eles são parte de quem eu sou, quem eu sou?

Essa é uma bela pergunta, sou assim, um bichinho esquisito, que não sabe bem por tanto desejar, as vezes, eu ouço coisas a meu respeito e não sei direito digerir.

Faz tempo que não vem aquela ânsia de escrever, onde as palavras vinham e eu não podia controlar, hoje eu penso mais, não gosto tanto, me sinto assim um tanto separada de mim mesma, um pouco mais racional, posição que sempre reneguei, continuo não gostando, e fico assim, com o pés no chão, esperando que as asas tomem fôlego para voar, estão cansadas, querem paz, o coração quer ventania, temporal, pés colados no chão...Olhar vagando pela multidão, procurando um sorriso de consolo, um olhar de admiração, uma mão boba procurando um calor quente, um coração buscando respostas.

Só assim, desse jeito meio estúpido, mais um ser humano, vagando na contra-mão