31.3.08


Nem tanto pelo que dizer, na verdade acho que não há nada mesmo, só o ser humano me impressionando cada dia, mais, a descoberta do outro é sempre um assunto fascinante, ultimamente venho pensando muito nessa questão das imagens que passamos, somos realmente o que aparentamos ser, aparentamos ser aquilo que achamos aparentar ser, já dizia aquele ditado antigo, as aparências enganam, enganam quanto e por quanto tempo?

O ser humano é um bichinho raro, raro por cada um ser uma espécie única e ameaçada de extinção, por isso, querido amigo, devemos sempre andar com olhos muito atentos, cada olhar pode ser o último.

Todo momento é único, e o instante perdido não volta no tempo, e lá vou eu de novo filosofando nesse negócio estranho que é o tempo, eita coisinha mais esquisita que é esse tempo doido, e nem venham os físicos dizendo que essa coisa de tempo é sempre linear, é nada, o tempo é tinhoso, anda do jeito que quer, na velocidade que bem entende, vai e volta dando voltas no mundo, fazendo as vezes tudo voltar ao ponto de onde partiu...

E eu fico pensando nessas voltas que o tempo me dá, na maneira como as coisas na minha vida parecem nunca partir completo, eu fico nessas voltas com minhas caraminholas, procurando respostas que parece nunca saberei encontrar e não sei se perco ainda tempo tentando achar o se deixo só o tempo me levar pra qualquer lugar.

Penso que, ah, hoje eu penso que mais nada, hoje eu tô é meio chata, querendo dizer coisas que nem mesmo sei explicar...

11.3.08

QuantasCriançasMais?


Quantas crianças mais perderemos até termos consciência de que é preciso mudar? Quanto tempo já perdemos apenas acreditando que o país vai mudar? Vai mesmo?

Parece que só percebemos o tamanho da merda quando a água já está batendo na bunda. Eu que sempre me considerei ajudando de alguma forma, percebo que na verdade, nunca fiz nada para mudar tudo isso, como outros milhões de brasileiros, reclamo da situação do país, digo que a solução é a educação, mas, no fundo no fundo, o que eu fiz de concreto? O que eu posso fazer de concreto? O que cada um de nós pode fazer, porque no fim das contas, ainda acredito que se cada um fizer um pouquinho talvez alguma coisa mude.

Falamos tanto desses marginais que vivem nas favelas, matando gente, roubando, nos esquecemos de que primeiro, fomos nós, os burguesinhos de merda, que financiamos tudo isso com um simples e inofensivo cigarro de maconha, não vou entrar no mérito das drogas mais pesadas, nós financiamos essa "empresa" que rouba nossas crianças da escola. Nos esquecemos que aquele cara lá do morro que hoje controla o tráfico de drogas já foi uma criança, e como tal, algumas pessoas ou quem sabe apenas uma, acreditava nesse menino, mas somos fracos demais frente a todo o paraíso que o mundo do crime oferece.

Sei, existe sim o lindo lado de alguns poucos, um número quase irrisório, que viraram as costas a este mundinho e se tornaram "alguém", mas isso é pouco, é pouco demais...

Existe sim uma saída possível, leva tempo, muito tempo, mas é preciso acreditar, é preciso educação, é preciso o governo parar de ganhar as custas dos cofres públicos, é preciso um auxílio às famílias, é preciso acabar com o uso ilegal de drogas, é preciso acreditar e mais do que isso, fazer alguma coisa para mudar!

E enquanto nos sentamos confortavelmente nos belos sofás de nossas casas assistindo tv a cabo, quantas crianças mais perdemos para o mundo cão?

A culpa é de cada um de nós, somos nós que criamos esses adultos perversos que hoje não tem mais coração, somos todos pais e mães dos marginais nos roubam nos faróis, somos todos os educadores desses meninos perdidos nas ruas das favelas.

Dói muito, dói só pra quem já sentiu essa dor de saber que um meninos de olhos tão brilhantes, de sorriso encantador, pode estar cada dia mais longe de casa, cada dia mais dentro desse labirinto sem saída, dói mais ainda lembrar, que como ele existem muitos mais por aí, e que com o passar do tempo, os olhos se apagam, para o sorriso será preciso a droga.

Perderemos muitos mais?