26.9.07

A calma apressada que o momento me traz agora, são planos encantos de uma realidade bordada, dos desenhos de infância que me parecem agora tão reais, e nem tudo tão igual quanto os olhos infantis um dia chegaram a sonhar, embora ainda apenas imagem, parece que as vezes já posso tocar...
A vida me trouxe lá de longe, talvez nem tanto assim, algo novo, embora já velho conhecido de outros carnavais, e tem sido folia, risada e música, é calmaria e meus olhos já se habituam ao mar sereno e a manhã de sol. É cor é luz, um sossego estranho que me parece agradar.
Ando ainda pela boêmia, sempre em boa companhia, daqueles que tanto quero bem, que me fazem sorrir e viver, as vezes ainda com certo assombro talvez um encosto que ainda me faz tremer, é o medo do escuro, dos monstros absurdos que as vezes em meus sonhos vêm, faço como fazia na infância, acendo a luz, a claridade as vezes acalma, traz a segurança de tudo o que posso ver.
E tenho pensado, sonhado e desejado ter um novo ser, talvez seja a idade batendo à porta, e faz parte é da mulher, mas ainda não é tempo, ainda não temos dinheiro, nem teto, só emprego, mas ainda é cedo, existem sonhos e vontades, algumas verdades que ainda quero possuir. Talvez nem todas do mundo, mas apenas as vírgulas, que me fazem respirar...
Tem dias que ainda me sinto perdida, não sei se um dia encontro, me encontro, mas ainda vou seguindo, do jeito que sou, que sei ser, apenas aquilo que me faz mover...um pássaro, voando baixo, procurando um galho, para me sentar...

20.9.07

Especialidades

Qual é a sua especialidade?
Quando penso nas crianças que digo serem especiais, na verdade, é o lado positivo ao que me refiro, ao fato de que esses seres especiais, nos ensinam todos os dias muito, sobre superação, sobre não nos dar por vencidos diante das dificuldades impostas não apenas pela vida, mas também, por problemas físicos e/ou mentais, que dificultam ações do cotidiano, não, eles não desistem, descobrem maneiras diferentes, novos pontos de vista.
Entretanto, um aluno me fez uma pergunta, querendo saber o que me tornava especial, respondi que era o fato de eu ser única, diferente de todo o resto, assim como ele e como todas as pessoas, eu tentei explicar que somos todos especiais, então ele me perguntou qual era o meu defeito, na hora me ocorreu algo até engraçado, é o humor que me falta quando estou com sono, quando eu era pequena, minha mãe dizia que eu ficava até meio esverdeada quando com sono, hoje sou um pouquinho pior que um pitt bull com raiva, não me ocorreram outros no momento, agora, óbvio que me vêem outros à cabeça, mas enfim, não vou ficar fazendo propaganda negativa não é?
O que me leva a escrever nesta manhã ainda nublada é a pergunta, qual é a sua especialidade? O que te torna tão único?
Você agradece todas as manhãs por ser você, esse serzinho tão singular? Eu agradeço, afinal de contas, que graça teria o mundo se fossemos todos iguais? Veja bem, não quero ser mal interpretada, não falo de diferenças sociais, de cor de pele, religião, visão política, enfim, as coisas que nos diferenciam por fora, mas sim das coisas que nos diferenciam por dentro!
Um brinde a todos que são únicos!

15.9.07

Me ocorre as vezes algumas atitudes que podem modificar todo um percurso, cada passo muda tudo, e é tudo uma eterna mutação. É fato que nem tudo é escolha, visto que existem momentos em que não há nada a ser feito, hum, na verdade, poderia sim, ser feito algo, mas decidimos por não fazer. É então acabei de detonar meu primeiro argumento de que nem sempre podemos decidir...
É certo entretanto que algumas vezes continuamos caminhando e olhando para trás, procurando algo deixado lá no passado que não mais pode ser recuperado, como então, seguir sem aquele pedacinho que tanto nos faz falta?
Acho que terei de ser um pouco mais específica, pois nem eu mesma estou compreendendo direito, na verdade, nunca me compreendo mesmo. Quero falar sobre amor e paixão, dizem por aí que a paixão é algo passageiro, que um dia acaba, acaba mesmo? Ou seria apenas questão de alimentar o fogo?
Já o amor, dizem que é eterno, que engloba mil coisas como amizade, companheirismo, devoção, ah, mil coisas... mas não encontro no amor a paixão, acho o amor mais calmo, mais compreensivo, nos traz para um porto seguro.
É isso que me faz pensar ultimamente, nas paixões que deixei para trás e do amor que venho vivendo, um é melhor do que o outro? Como saber qual o melhor caminho?
Sei que não existe uma resposta, mas como sou, da maneira como sou, sinto falta do mar em fúria, do coração acelerado, da sensação do completo, mesmo sabendo que o futuro que desenhei está aqui vivo em minha frente, me falta acender o fogo da paixão, quero fogo e água juntos, quero amor e paixão...
É possível?

7.9.07

silêncio

A cidade amanheceu em silêncio, abri os olhos entre sonhos tortos, o corpo ainda cansado, tudo um pouco embaçado, busquei os sons dos carros e caminhões da Av. Bandeirantes, nada, apenas alguns pássaros que já cantavam ao nascer do sol.
Me mantive ali deitada, ainda um tanto atordoada pelas imagens que insistiam em ficar, sonhos sempre me intrigam, nem Jung poderia decifrar os arquétipos, os símbolos e signos que me assombram em sonhos, seria assombro? Era um sonho de sonhos antigos, de noite e música e músicos, presentes e buscas. Procurava algo que já tive e nem sei se perdi pois já não fazia mais falta.
Queria estar mais longe, sem preocupações, só sol e piscina, um pouco de álcool para deixar tudo mais leve, bons amigos para rir um pouco. O tempo passa rápido demais, e nem será tanto tempo assim, já nem sei se me preocupo com tudo ou se é só minha cabeça, sem parar de funcionar.