14.12.13

OTempoASaudadeEAMorte


Oi Jah, você reparou como o tempo está correndo ultimamente? Hoje faz seis anos que você se foi, não passa um dia que eu não lembre, as vezes falo para os meus alunos de você, eu conto que você sentiu uma dor tão grande dentro de você e que não conseguiu aguentar, eu digo para eles que quando a gente sente uma dor assim tem que conversar com alguém, tem que dividir, assim dói menos... Ai eu me pergunto, por que é que eu não estava do seu lado para dividir? Será que eu poderia ter feito alguma diferença? Vou passar o resto da vida pensando...
Eu vejo as fotos da Bia na página da sua mãe... ela é uma mini você, linda linda linda... mas me desculpe, eu não consigo ir ver sua mãe, não consigo ir ver a Bia... muito egoísmo? Ah Jah, acho que eu não ia dar conta não, ia chorar na frente da sua mãe, quem sabe um dia, não chamo o Bucha e o Alê e a gente vai junto na sua casa comer aquele strogonoff...
O tempo tá passando Jah, e eu me pergunto se você pode me ouvir, tem tanta coisa acontecendo na minha vida, será que daí de onde você está, você consegue ver? Será que você ouve toda vez que eu converso com você? Porque afinal de contas, mais do que ninguém, você sabe que eu falo pra caralho... a gente falava pra caralho, lembra? Eu ainda tenho aquele monte de besteira que a gente escrevia da aula, tá tudo guardado, as vezes eu mexo, aí a saudade dobra, triplica, mas nada muda, você continua só guardada na memória, viva só no meu coração...
Hoje faz seis anos que você se foi, e ainda me parece que foi ontem que a Dê me ligou para contar, parece que foi ontem a madrugada que passamos todos na casa dela, procurando um jeito de bloquear o seu Face, de ligar para os seus amigos, os que a gente não conhecia... e como o mundo é minúsculo, sabe que eu conheci o Farelo? Acredita nisso? Trabalhamos juntos, ele gostava de você, você sabia disso? Aliás, você sabia o quanto todo mundo gostava de você???? Você fazia a menos ideia de que quando partiu levou um pedaço do nosso sorriso? Levou um pedaço da nossa felicidade com você????? 
Eu as vezes não sei se ficou mais brava comigo por estar longe de você naquela época ou com você, por não ter me procurado, por não ter pedido ajuda, por não ter dito nada... Quem foi egoísta, eu ou você?
Porra, a gente passou por tanta coisa junta... A gente dividiu tanta merda, a gente segurou todas as barras da adolescência, porra meu... a vida sem você é mais cinza!
Lembra a gente dançando no seu aniversário? Lembra a gente pulando feito doida sem ligar pra nada? Lembro do seu sorriso larga, de você colocando a mão na boca e dizendo MEUUUUUUU e ria, gargalhava, e a gente era feliz e nem sabia, né?
Sabe quem vai se aposentar? A Zaíra, lembra dela? Lembra daquela prova que eu fiz depois da gente ter bebido todas na Maria Antônia????Lembra da Gracinha? Lembra que ela dizia que a gente fazia a lição uma da outra? E das vezes em que você me passou cola? (acho que em quase todas as provas?) E das nossas cantorias em sala de aula? Lembra quando brigamos com aquela baixinha chata, nem lembro o nome dela, e o Bucha foi defender a gente? E quando a gente brincava de Jig Jig Joy no pátio???? ah meuuuuuuu que saudade de você!!!!!!!!!
O tempo anda correndo tanto e essa ferida, essa saudade não vai passar nunca, Jah, um dia a gente se encontra, uma hora a vida passa e a gente se revê, né?!  Mas ó, saiba que você faz a maior falta aqui!
Hoje não tô conseguindo escrever bonito, hoje é só lembrança, sem poesia, hoje é só saudade e dor, te amo minha amiga, minha águia querida, um dia a gente voa junta de novo!

12.12.13

EuAcredito


Eu acredito, confesso, envergonhada, eu confesso, confesso que acredito no ser humano, confesso ter uma fé inabalável de que a mudança é possível. Creio na humanidade, creio que em todos reside uma verdade, que há beleza a ser descoberta em cada um de nós, sim, eu acredito, mais do que em Deus, acredito no homem, nesse ser de inúmeras faces que vai seguindo pela vida bêbado, trôpego, indo, rindo, seguindo e perdido, há em cada um de nós um pedaço pequeno de um todo muito, muito maior, sim, eu acredito no homem! 
Ah, e essa fé que eu tenho, sim, um pouco inocente, procurando encontrar resposta para os erros, buscando soluções para o que está torto, sim, eu digo, confirmo, sou até inocente, nem ligo, é nessa inocência que finco minha existência no chão, onde cravo e agarro minhas raízes, é justamente na inocência de meu próprio olhar que posso crer em algo melhor! 
Sim, eu me engano eu sofro, eu, tanta vezes olhando nos olhos digo verdades, ouvindo mentiras e sigo crendo, as vezes tem algo lá dentro que apita, um sinal vermelho que fica girando e piando e rugindo e eu sigo crendo, fecho os olhos e penso que mesmo na mentira do outro deve haver algo mais, tem que ter, cada um de nós tem a sua própria verdade, então, eu sigo...
Claro que também nem tanto assim, nada é tão simples assim, não sou tão boa assim, reconheço (depois de apanhar muito) a maldade do outro, vejo, mas não compreendo, que as pessoas são maldosas, que existem pessoas que fazem coisas ruins com o único intuito de magoar e machucar...
É aí que reside toda minha questão existencial, eu, de verdade, não entendo essas pessoas, não compreendo como tem gente que prefere magoar o outro do que ver o seu sorriso, não entendo, não entendo e ponto, não entendo e pronto.
Acho que é aí que mora minha ingenuidade, sou assim, eu gosto do ser humano, eu faço pelo outro, eu procuro não mentir, eu tento fazer tudo certinho, acho engraçado, enquanto eu escrevo, fico eu mesma me julgando, eu mesma pensando, olha só que boba, lá faz tudo certinho, que caxias, que piegas... 
Que loucura isso, até travei agora.
Como pode? Mas é verdade né?! Por isso que as vezes s pessoas me olham meio torto, né?! Será que pensam, ah, ninguém é tão bonzinho assim... Será também que sou tão boazinha assim? Tá, nem tanto assim, não penso bem de todo mundo e nem gosto de todo mundo, ufa, tava me sentindo uma tapada já...
Brincadeiras à parte, acho que um dos meus defeitos é que eu creio, eu creio até que me fodo. Putz, bem isso, eu prefiro acreditar no outro, e mesmo quando já deu merda, eu ainda pergunto, ah, será mesmo? 
Então, é isso, me vejo crendo, vou seguindo e crendo,  acho que no fundo é porque eu olho além, olho no fundo, por trás de tudo, eu sei que existe, uma coisa divina dentro de cada um de nós, uma parte santa, que um dia todos nós descobriremos (claro que eu também, afinal, não sou tão boazinha assim...) existe em todos, uma parte divina, que vai crescendo e crescendo, até que um dia se torne tudo e quem sabe neste dia o mundo vai ser um lugar melhor...
Por enquanto eu vou seguindo assim, com olhos de criança, seguindo e vendo um mundo colorido, vou seguindo, brincando com a vida, rindo de mim mesma, inocente, sim, vou seguindo e acreditando, que existe um melhor de cada um de nós, que só basta ser descoberto.


11.12.13

CaminhosCaminhadaCaminhante


Somos todos caminhantes da vida, do mundo, do espaço, do tempo, caminhamos eternamente, mesmo sem saber direito para onde estamos indo... Ou será que sabemos? Será que alguma parte de nós sabe? A alma sabe, né?! pelo menos, eu espero que sim, afinal de contas, já pensou se estivéssemos caminhando a esmo, indo para lugar nenhum, sem objetivo, sem rumo, sem prumo...
Eu, ultimamente ando refletindo muito sobre essa história do caminho, confesso que não gostei muito do rumo dessa reflexão, estava eu, numa praia linda, sentada numa pedra, entre o mar e a floresta (pois é, pode morrer verdinho de inveja...), papeando sobre a vida com uma amiga incrível, quando chegamos nessa coisa dos caminhos, qual o nosso caminho nessa vida, o que viemos aprender... porra, pensamos na minha vida, em tudo o que é recorrente nela... cara, eu vim para aprender a ser sozinha, a me virar sozinha, a compreender a fazer por mim, sem esperar do outro, sem atrelar à outro a minha felicidade...
Tá, eu sei que já falei sobre isso no blog, que saio sozinha, que me viro, que sou mais eu, tá, sou mesmo,  mas nem todo dia né?! Tem dias que sou manha, que quero colo, que quero amigos, que fico sozinha e choro, que me sinto criança abandonada na porta da igreja sem ao menos saber se existe Deus...
Essa coisa do abandono, isso é meio recorrente na minha vida (não estou reclamando, não tenho traumas, estou apenas analisando fatos, mãe, por favor, não surte!!!!!!) pais separados, meu pai, que eu adoro de paixão, não somos assim, super hiper presentes na vida um do outro, minha mãe foi embora do Brasil, assim, no susto, já perdi todos os meus avós e um tio (morte conta como abandono SIM), esse mês vai fazer 6 anos que uma das minhas melhores amigas acabou com sua vida, alguns homens me abandonam assim, do nada (um monte deles depois me diz que nem ao menos sabem o porquê... é deve ser uma força além da compreensão, hum hum ) e tem também os outros homens tantos que eu abandonei, que faço minha mala e vou, também sem muita explicação...
Será que a explicação é isso, é esse desejo da alma de ficar só, de se saber inteira sem outro... 
Aí, outro dia me vejo abandonando de novo, largando tudo no meio, precisando correr para minha caverna, sem saber o porquê, estava lá eu correndo, fugindo, quando vi, eu já tinha ido...
Eu não sei se gosto dessa coisa de ficar sozinha, quer dizer que vou ter que ficar sem paixões? Sem amores? Sem amigos? Ah, porra, não sei se quero isso, não...
Ou será que o que eu tenho que aprender é que preciso primeiro saber estar comigo mesma, sem depender de mais ninguém para ser feliz? Como isso funciona realmente? Ah isso tudo é muito confuso pra mim... essa coisa dos nossos caminhos, dessa escola que é a vida, cadê o professor para dizer se a prova tá certa? Se pelo menos a linha de raciocínio tá indo numa boa direção? 
Eu as vezes me sinto andando em círculos, as vezes acho que não estou chegando à lugar nenhum...
Mas vou assim, caminhando, indo, procurando caminhos, caminhante da vida, uma hora eu acho um caminho...

5.12.13

DasDificuldadesDaVida

Uma das coisas mais difíceis que aprendi nessa minha jornada de vida foi a enfrentar a vida, enfrentar as coisas de cara limpa, com a verdade, quando temos razão e mesmo quando não temos o importante é ir em frente, não fugir, dar a cara à tapa! Não é fácil, pelo contrário, dói, nos sentimos sozinhos, temos medo, achamos que não vamos dar conta de enfrentar o mundo, de enfrentar pessoas, de enfrentar problemas...
Mas damos, damos sim, no fim, saímos fortalecidos, mais conscientes de nós mesmos.
Acredito que na vida fazemos escolhas a cada segundo, escolhemos que caminho seguir, que amigos manter, que amores guardar, que memórias lembrar, que lutas lutar e quais, simplesmente, deixar para lá... 
Eu, particularmente, tenho um jeito de lidar com algumas coisa, e sou assim desde pequena, não ligo muito quando é comigo, sigo a vida, vou vivendo, falem falem falem, não ligo, vou seguindo, mas, mexeu com amigo meu, é quase pior que mexer com a mãe, viro bicho, jogo a mesa, arremesso garrafa... Se é certo ou não, não me cabe, não ligo, tenho pra mim que uma das coisas mais importantes nessa vida é a lealdade.
Não é fácil ser leal, e leal em tudo, leal com amigos, leal com o que sentimos, leal na hora de devolver um troco a mais, leal em admitir um erro, leal consigo mesmo...
Olha lá eu, para variar, passando de um assunto para outro...
Na verdade esse post era para ser bem específico, é para um amigo, um pedido, uma súplica, seja bravo, vamos, lá, tô do seu lado, vamos enfrentar isso juntos, você não tá sozinho...
Mas é difícil quando o outro não quer ouvir, quando parece não ter forças, quando o outro desiste. PORRA meu, pra tudo nessa vida tem solução, menos para a covardia, quando somos covardes com as situações em que nos metemos, elas vão nos perseguir para o resto da vida, como assombrações no pé da cama, são monstros que moram no nosso armário e que nos visitam todas as noites quando fechamos os olhos!
Tudo nessa vida passa, o tempo (ah, lá vou eu com o tempo...) o tempo vem caminhando, a passos lentos, caminhando no bosque, mas uma hora, quando menos esperamos ele passa, tudo se vai e vira memória, isso quando enfrentamos, quando estufamos o peito e dizemos, tá certo, bora lá, venham , estou pronto, estou seguro, estou seguindo! Isso é que é o tal do "ligar o foda-se", é seguir tua vida indiferente das adversidades, todos temos coisas, problemas, quizilas, rusgas, trecos, enfim, todos temos coisas e monstros para enfrentar diariamente, e fugir, não soluciona problema, apenas adia o inevitável, as lições que temos que aprender nessa vida, aprendemos, cedo ou tarde, do jeito fácil ou do difícil!
Sim, enfrentar é difícil, assumir erros é foda, descobrir os inimigos (os declarados e os não declarados), enfrentar as intrigas, seguir de cabeça erguida, é foda, é doído, mas é rico, é lindo, saímos vivos, prometo que saímos vivos. Vamos lá amigo, me dá tua mão e vamos seguir, prometo não te abandonar no meio do caminho, vou estar aqui, vou estar do teu lado, vem amigo, fica, não foge,  vamos juntos, acredite em mim, entre mortos e feridos, passaremos vivos!








1.12.13

EuQueroDaVida


Eu quero na vida gente que não tem medo de errar, quero aliás gente que erra pra caralho e sabe rir dos seus erros, cansei de gente fingida, gente sem cara, sem cor, sem vida, cansei desse gente feita, construída! Quero mais dessa vida, quero sorrisos jogados, passos tropeçados, danças sem ritmo! Quero uma vida mais leve, quero mágica no olhar...
Eu quero mais, muito mais dessa vida!
Tô querendo rir mais, ser feliz mais, ser alegre mais, quero MAIS e pronto, mais de tudo, mais de sonho, mais de vontade, mais de desejo, mais de lágrimas, mais de amigos, mais de noitadas, mais de livros, mais de piadas! A vida é muito curta para carrancas, caras fechadas, mentiras lavadas e gente sem graça!
Aí eu travei, porque, afinal, isso que eu quero, penso eu, todo mundo quer também, então, estou eu aqui chovendo no molhado? Ou será que na verdade eu quero mesmo é tudo errado?
O que eu quero do mundo não cabe nas mãos, escapa dos braços, é bem mais que dois passos, é preciso um bocado de desejo, é preciso saber ver o mundo com outros olhos, amar a diversidade dos tons de verde do mundo, é saber olhar as beleza de cada coisa que se encaixa e faz parte desse tudo que somos nós, eu, você e mundo!
E lá estou eu confundindo alhos e bugalhos, falando tudo meio aos pedaços, procurando algo que não sai de lá de dentro, tem alguma coisa presa, e eu não estou sabendo tirar, fico aqui, batendo teclinhas, indo e vindo, deletando e pensando e a coisa tá engasgada, presa...
Quero falar de um sorriso, um sorriso garoto, maroto, besta, um sorriso solto, foi um sorriso que despertou esses desejo do erro, do mais, de mais... Foi um sorriso assim, sem jeito que me fez de novo lembrar do tempo que eu não tinha hora pra chegar, foi um sorriso que despertou de novo esse desejo do novo, de novo querer mais que o olhar.
Foi esse algo que eu não sei explicar que hoje me fez querer fazer mais no mundo, querer olhar meu tudo e replanejar.
Hoje acordei assim, sorrindo um sorriso que eu roubei, hoje acordei assim, cantando, pássaro novo, voando feliz, acordei alegrinha, com desejo de mais, hoje tô assim, tô mais de mim...

28.11.13

FofocaBoatoBuxixoFalação


Fofoca é feio, falo essa frase ao menos 100 vezes por dia, sem exagero, "mas professora, o fulano tá com chiclete, a beltrana pegou o giz..." Não quero saber, não perguntei!!!!!
Fofoca é feio, mas faz parte do dia a dia do ser humano, fofocamos como comemos, dormimos, peidamos e cagamos, sim, porque não fazemos só coisas bonitinhas....
Seria a fofoca a cagação da boca? Ou ainda, seria a cagação do cérebro ou da imaginação? Não importa...
A fofoca tem sempre por objeto uma pessoa, minto, geralmente mais de uma, fofoca envolve, geralmente, no mínimo, dois indivíduos, dois indivíduos tratados como objeto passivo de um assunto,  sim, passivo, pois objeto apenas executa uma ação, não pensa, não sente e não tem história. O poder da fofoca é ilimitado, visto que somos seres que nos importamos com a boca pequena... Pera, você se importa? Será que deveríamos mesmo nos importar? A resposta óbvia é: Um bom e categórico, Não!!! Mas nos importamos, eu me importo, me importo pois sei que a fofoca fere, fere todos que se envolvem nessa história, os que não tem direito de defesa, os objetos passivos das línguas ativas e cérebros ociosos...
Sim, porque ao meu ver, a fofoca nada mais é que a literatura do inculto, do ignorante... Ah desculpa, você fofoca? Porra meu, vai ler um livro, um bom escritor é também um bom inventor de fofoca, aliás, ele é tão bom que não trata seu objeto de fofoca como passivo, não, o obejto da fofoca é muito ativo, ele sente, ele pensa, ele reflete, existe uma razão para cada escolha do objeto, o bom autor fofoqueiro nos mostra todas as facetas do objeto da fofoca, vamos lá, quem nunca em algum momento entendeu o motivo do bandido, apoiou o marido que traiu ou mesmo a mulher que matou? Claro que nos identificamos com esses personagens, afinal, que atire a primeira pedra quem não tem teto de vidro!
Todos temos, todos já erramos, mas melhor falar dos outros que olhar pro próprio umbigo!!!! 
Quer saber, me cago pra vida alheia, não, mentira, não me cago não, admiro, as vezes me pego olhando o mundo, olhando em volta, olhando pessoas, me pego pensando "caramba, cada serzinho desse tem uma vida, uma família, uma história..." É muito mágico pensar que cabe tanta história no mundo, tanta vida... Fico sempre aqui no Blog euzando, mas me esqueço do outro, mesmo nossos amigos mais chegados, sabemos da vida dele, damos palpites, falamos, mas não sentimos, então, como falar do outro sem vestir sua pele, andar seus passos, sonhar seus sonhos e arfar seus desejos?
Fofoca doi, fofoca mata e destrói, fofoca é arma letal em mãos incompetentes. 
Alimetamos a fofoca diariamente, adoramos, não diga que você é diferente, nunca leu uma manchetezinha de jornal dizendo que fulana se separou de beltranos e que o pivô da separação foi o ciclano? Nunca leu capa de revista de "famosos" na fila do mercado? Ou ainda, não adora uma boa trama de novela? Porque, pensando bem, novela nada mais é do que uma grande janela para a vida alheia (mesmo que fictícia) onde ficamos especulando o que vai acontecer com quem...
Me pego agora pensando, a novela nada mais é do que a escola de todo fofoqueiro!!!! Pronto, me convenci, vou para com a novela e viver, parei de querer saber dos outros, parei com essa merda toda, eu parei, e você?

24.11.13

EuVocêEAsPalavras

Hoje não tá saindo nada, embora o desejo de escrever esteja na ponta dos dedos, no pulsar do coração, no choro engasgado, nas perguntas roubadas e reprisadas. Eu paro, eu penso eu falo, eu volto eu deleto e reescrevo, eu respiro, eu fungo, eu rezo, eu sento, eu choro, eu espero...
E pensar em tudo só me deixa mais confusa, eu talvez não entenda nunca o que foi que aconteceu, se fui eu quem imaginou uma história, se foi você quem criou uma memória, eu não sei, eu não sei, eu não sei..  E eu tô aqui tentando não falar em você, não falar pra você, mas os dedos me enganam, o coração reclama e me pego escrevendo, esperando que talvez você leia e perceba que existe algo, ou que quem sabe me diga que não, será que você já disse e eu não quis entender? Será que entre as linhas já ditas tinha algo que eu deveria entender? Será que eu deveria interpretar quando nossos olhos se cruzam, naqueles segundo em que não desviamos o olhar, que sorrimos cúmplices, o que disso tudo eu deveria entender?
E eu fico aqui, nessa angústia, será que eu te espero? Será que me agarro naquela ideia maluca de que você ficou com medo e fugiu, de que um dia você vai entender que se você fosse aquele que eu conhecia, aquele cara bacana que ria comigo, que aquele me basta? Que aquele é o que eu quero e que pode sim dar conta de mim? Mas se você não for ele, se for esse bosta, esse babaca idiota aí eu não quero mesmo, não...
O problema é não saber quem você é, o problema é não saber te decifrar...
Hoje eu tô assim, cansada de você, de saco cheio dessa história sem pé nem cabaça que nós fomos inventar, hoje eu tô virada, tô agoniada, tô com ressaca de você, hoje eu tô assim, tô desesperada por uma resposta, tô de saco cheio, tô querendo jogar você pro alto e fingir que foi tudo um sonho bem bom, mas que agora eu acordei e a vida segue, uma hora vai seguir e se você não virar realidade, um dia vai virar só palavras, registradas num blog, contadas por dedos cansados, por olhos marejados e por um coração que só se soube doar, doer, uma hora você vai virar mais uma história, dessas que eu gosto de reler, dessas que me fazem sorrir e saber de tudo o que eu vivi, uma hora vou te reler aqui, uma hora posso te reler pra mim. Agora, se você vai ou não estar aqui, não depende mais de mim...

23.11.13

AsasEAmarras

Fui, fui porque tenho asas nas costas e não amarras nos pés, corri pois a necessidade do vento me fez partir, fui, pois o coração pedia e a mente apenas obedecia, fui pois chegou em um momento em que a dor era demais...
Fui, fui porque coisas e pessoas as vezes me cansam e quero a solidão da minha cama, fui, fui porque o álcool que antes me fez dançar agora me fazia chorar...
Fui, mas deixei um pedaço para trás, fui sabendo que plantei uma semente, fui sabendo que embora todo torto, um dia o tempo volta, fui com a certeza que ganhei um amigo, fui, sabendo que uma hora encontro o caminho.
Fico, fico porque acredito que aqui precisam de mim, fico pois minha felicidade mora nos olhos das minhas crianças, fico porque o pôr do sol da minha ilha me enche de alegria, fico porque aqui quero criar raízes, fico, porque sei que é aqui que algum dia eu vou criar minha família, fico porque é aqui que meu coração fez moradia.
Mas entenda, as vezes, só as vezes preciso correr, as vezes eu não quero explicar, só ir. 

17.11.13

OTempoEADor


Por que a dor não dura muito, é só um jeito do coração dizer que está vivo, que sente, pulsa, vibra, que chora derrete e passa, que é inteiro mesmo sendo parte, que é inteiro mesmo aos pedaços, que é remendo do que já passou e retrato do que ainda virá.
Olha eu abraçando o tempo, deixando o tempo passar, curtindo uma fossa que logo vou abandonar, olha eu cutucando a feriada, arrancando a casquinha e fazendo sangrar, não seria eu se não fizesse doer antes de dar adeus, não teria graça se eu não pudesse contar rindo dos dias que passei fingindo, lágrimas por trás de sorrisos, desejos por trás de olhares. 
Mas como explicar essa calma? Estou serena, calma, tranquila, não sei o que me espera do outro lado da avenida, não sei se existem curvas ainda no meu caminho, estou caminhando, não quero correr, seria apatia? Estou, eu, passarinho tranquilo, olhando a vida passar, cantando fininho, esperando o dia chegar, não sei o que o amanhã trará, mas estou, eu, pássaro sereno, calmo, cantando pro tempo, olhando pro vendo, vendo o dia clarear...
As vezes eu olho pro lado, não há nada, nem sei que quero tenha, sou pássaro ferido, nunca deixando de acreditar, sou moça sofrida, que nunca parou de sonhar, sou senhora da vida, que a vida ensinou a não para de caminhar.
Eu as vezes ainda creio nas mentiras que quero crer, ainda finjo que me engano, olho pro alto e digo, hum hum, e sigo sabendo, fingindo... nem sei....
 E sigo tranquila curtindo a vida, do jeito que um malandro ensinou, sambando mansinho, só no sapatinho, esquivando das facas, adagas, punhais....
Vou seguindo sorrindo, pois o tempo não tarde a passar, errada ou certa eu vou caminhar, meu caminho há de ser divino, há de ser sortido, há de ser infinito, nas vidas pelas quais ainda vou dançar, vou seguindo assim, errada e sorrindo, certa e mentindo, fingindo não ver, querendo saber, dos olhos das coisas que escondem os sorrisos, vou seguindo, indo, deixando o dia terminar.

16.11.13

EuQueNãoQueriaDizerAdeus


Eu, que não queria dizer adeus, me vejo indo, me vejo acenado, te peço, te imploro, me faca voltar, te peço, me chama, me faça acreditar. Eu forte, senhora de mim, ajoelho, peço, imploro, volta. Eu, dona do mundo, senhora de tudo, te peço, te imploro, apaga.
Eu, meu, teu, era nosso, era um carnaval de vida, um sonho de verão, um desejo, um beijo, um amor?
Era meu, era teu, era nosso o destino, e o que você fez dele? Jogou pro alto! Por que? Por que, me pergunto todas as manhãs, me pergunto entre sonhos, cobertas, descalça na praia, vagando, areia. 
Era tanto, era só eu? Eu vi nos teus olhos, meus olhos, nós dois, um futuro, eu vi, EU VI! Eu vi, você viu? Tá passando, tá indo, agarra, pega e não larga, me chama, me cata, me faz voltar. Me puxa o cabelo, me pega de jeito e me faz ficar. Eu tô indo e você não está nem vendo, tá assim, malandro, vagando na vida, como se estivesse a passeio, era mentira? Era?
E eu tento fazer fazer sentido e não faz e por isso vou indo, vou seguindo e em algum momento eu vou encontrar, alguém que preencha esse buraco, que faça tudo o que sonhamos juntos, e vou seguindo e uma hora não vou mais olhar para trás...
Por enquanto são palavras jorrando, é o meu mundo rodando, são os pés caminhando, então me pega, me chama, me cata e me faz ficar, me prende no teu abraço e não me deixa ir, to indo, PORRA você tá vendo???? Eu tô indo, CARALHO, me pega, me agarra, me prende, me chama, me prende pra sempre, eu fico. Me pede?

15.11.13

Respostas


Página em branco e eu aqui pensando, buscando uma forma de colocar em palavras... Nada, vazio, e na impossibilidade de colocar em linhas toda história que quero contar, é que me vejo no meio de uma história que mistura o abstrato e o surreal... Possível?
Creio que nem se contasse de cada detalhe que lembro, não me lembro de todos, ainda sim seria difícil encontrar respostas...
Então fiz, fiz o que qualquer pássaro com a quantidade de voos que tenho, faria, bati asas, disse adeus, fechei a gaiolinha e voei...
Simples assim, sem dor, talvez um buraquinho de vazio, um fiozinho de saudade e uma lágrima solitária no canto esquerdo do olho, fui, talvez nem tão longe assim, mas fui, sobrevoo ainda olhando,  procurando, esperando talvez uma resposta, um aceno, um qualquer coisa....
A gente voa, a gente se afasta, mas isso não quer dizer que deixe de buscar respostas, não deixe de querer entender o que não é obvio, ou será que é e só eu não vi?
Cá estou, deitada na cama de pijamas esperando por algo que não sei o que é, com o desejo e a sensação de ter o mundo nas mãos, cá estou eu respirando, viva, vivida, inspirada, resumida em palavras....
Eu e minhas reticências, é a vida por vida, é o tempo que corre, brinca e passa, é o instante que passa, mas gruda na memória. Estava eu aqui, procurando palavras para contar um história... Mas já me perdi nos devaneios, ah os amados devaneios, que me levam para tão longe, que me fazem sentir tão viva dentro de mim, ah meus olhos cansados que olham o mar, meus pés calejados na areia fina, meu corpo suado no frio do mar.
Sorrindo entre amigos, num riso infinito daqueles que não querem lembrar...
Te amo vida, sempre mudando, sempre voltando, sempre me levando para qualquer canto...

13.11.13

VoandaFicandoIndoParadaNoMesmoLugar

E no meio da noite eu acordo e me toco que eu já sabia, sempre soube, são anos e anos, já vi disso aos montes...

Eu sabia e mesmo assim quis pousar, acreditei em palavras, me fixei num olhar, eram apenas palavras...

Era só palavras, jogadas, largadas, usadas nos mínimos detalhes, palavras calculadas, toques pensados, suspiros roubados, coração que nunca se chegou a dar...

E mesmo agora, em que tudo volta ainda é muito difícil de acreditar, um palco, lindo, atores, ilusões, papeis...

E mais uma vez, eu, bobo da corte, pulando sozinho, crendo num infinito de mentiras que só fizeram sonhar....

Cá estou eu, sentada na beira do abismo, tentando encontrar um caminho e nem sei por onde começar...

Dias que vão, dias que vem, tentado desesperadamente acabar com um uma dor que nem sei se sinto.

Matando tempo, bandido, puto, cretino tempo.

E mais uma vez me vejo no meio de tudo o que quero e desejo, mas achando que nem quero mais...

E é tão besteira, que acho que nem sofro tanto assim, mas não entendo, será que é a certeza de que tudo não passou de ma grande besteira? Ou seria como todas as outras vezes em que tinha razão e que mais uma vez é tudo só uma questão com o tempo?

Ah tempo, velho amigo traiçoeiro, andamos assim aos tropeços, quando eu penso que agora anda tudo com oassos certos, chega você e faz vendaval na vida, vem você e transforma tudo em ruina. Me deixa lá, criança sozinha, recolhendo as cartas da vida e mais uma vez recomeçando um castelo...

Ah tempo, não temo, sorrio, grito, choro e xingo, vou serena e sigo, ah tempo,dessa vez vamos andar de mãos dadas? Seguir numa bela caminhada? Vamos fazer uma trégua, vamos dar risada, desse monte de gente de cara pintada...

Vamos tempo, que eu não quero te esperar, deve haver algo num outro lugar... Vamos tempo, não tarde a chegar, nesse lugar eu me recuso a ficar, estou indo, já fui, ao longe, se quiser corre tempo, ainda dá tempo...


12.11.13

NemSempreTãoSeguraAssim...

Aí de manhã a pessoa posta um texto babado falando de força, de felicidade, de ser ma laranja inteira... Aí, é só o vento ventar pro sul invés do Norte que já dá revertério na alma, coração aperta e a insegurança bate na porta, medo segura nas pernas, dúvida pega pelo pescoço e pronto, tudo cai pelo ralo....
Pqp, mulher é um bicho complicado, na proxíma encarnação quero vir homem, de preferência viado!!!!!

3.3


Todo aniversário eu costumava acordar e pensar, o que mudou? E na verdade, nunca nada mudava, continuava tudo igual ao dia anterior, mas ontem, mudou. Mudou, simples assim, eu acordei sabendo que estava diferente, nova, renovada, pronta para uma vida novinha em folha... Ops, nem tão novinha assim, né?! A mesma eu, mas diferente, mais consciente de mim, com menos medo de errar, com mais disposição para curtir as coisas pequenas e lindas da vida, com menos vergonha de pedir desculpas, com mais coragem de sentar sozinha no barcom mais sorrisos para distribuir, com mais fôlego para cantar bem alto, mas isso é pouco, é pequeno perto da coisa mais bacana que descobri, na verdade não descobri, vamos falar sério, a verdade é que assimilei, eis aí a diferença, assimilar, ter para si, é diferente, bem diferente de só saber e não fazer nada à respeito...
Ai que suspense, eu me dei conta que a minha felicidade reside em mim, que ter um outro alguém é agregar valor, ter pessoas com quem voar junto é bom, é gostoso e tem aqueles dias (se é que vocês me entendem...) que é necessário um outro alguém, mas para ser feliz, não!
Para ser feliz basta a gente mesmo, para ser feliz, é preciso ser feliz com a gente mesmo, é preciso se bastar. Eu ontem acordei me bastando, acordei feliz dentro do meu corpo, acordei agradecendo à Deus por tudo, acordei sabendo que tenho muita gente bacana na minha vida que me faz ser mais feliz, mas que minha felicidade depende de mim. Acordei sabendo que se algum dia eu encontrar um outro alguém, vai ser para multiplicar felicidade, multiplicar sorrisos, multiplicar risadas, multiplicar prazer, enfim para multiplicar vida, porque, pensa comigo, vivemos dizendo que precisamos de alguém para dividir a vida... porra, dividir???? Dividir é pegar o que se tem e porcionar em frações menores... Não quero dividir, quero multiplicar, quero no mínimo somar, dividir nunca mais, sou eu inteira, quer? vamos somar, vamos multiplicar, vamos muito mais que essa porcaria de dividir, sou inteira, vida, pulsante, sedenta, sorrindo, sou mais eu de novo, parei dessa coisa besta de dividir...
Não pense que estou dando uma de mulher independente que não precisa de homem, que se basta sozinha, quero um homem sim, quero beijos, afagos, colos, sexo, suor, lágrimas, abraços, quero muito, mas não preciso de um homem para ser inteira, não sou metade de uma laranja, sou uma laranja inteira!!!
Sou pássaro verde voando, inteiro, completo, sorrindo, quem quiser voar comigo será sempre bem vindo, multiplicando sorrisos, multiplicando a vida, multiplicando...

9.11.13


Um passo à frente, dois passinhos para o lado e três para trás, numa dança sem pé nem cabeça que eu nem sei se queria dançar...
E eu tento escapar, fugir, voar, e os olhos que me puxam de volta, tão negros quanto a noite escura, escondendo segredos, não revelando nada além do próprio desejo de olhar, e a nuca arrepia com a mera lembrança....
Mãos e braços que me tiram do chão, me carregam, querendo ir, querendo ficar.... Sem saber o que há depois da curva...
Eu devia estar me divertindo, estou achando que envelheci, não sei se ainda quero só diversão, estou ficando como aquele cartesiano de merda que eu tanto julguei? Querando tudo certinho, muito amorzinho e pouco fogo? Não me reconheço assim, quero sorrisos, abraços, fogo e paixão, pernas, braços, beijos... Cabelos, suor, suspiros, dentes, dedos.... 
Acho que o que me incomoda é não saber que jogo estou jogando, será que existe um jogo? O que será que é isso? Na verdade, acho que não quero me sentir só mais uma, quero mais, muito mais, tanto mais quanto poderia querer, mas não sei onde meus pés descalços estão pisando....
Me irrita me ver adolescente pensando, tentando imaginar o que poderia fazer, o que devo fazer.... 
No fundo, acho que devia mesmo era só deixar o vento me levar....
Voltar a ser eu e não me preocupar, dançar conforme o ritmo da minha música, sem me preocupar com o que toca na vitrola da vida, foda-se, sou mais eu assim, feliz, sorrindo, cercada de novos amigos, rindo bebendo curtindo e o que for dessa vida será, hoje, amanhã, aqui ou em qualquer outro lugar, vou voltar a trilhar meu caminho, vou seguir sorrindo, chorando, gritando e cantando, vou correr, andar, voar, bater minhas asas no mundo ir pra onde o vento tiver que me levar, pro sul, pro norte, pro leste, voltando pro sul e correndo para oeste, vou brincar com a rosa dos ventos e deixar tonto um observador atento, ahhhh que a vida me leve, que o destino me cace, e se esse pássaro de asas negras que por instantes cruza meu voo, me arrepia a alma, me faz sorrir, quiser voar comigo, será bem vindo, amigo, amante, monstro e herói. Do jeito que for, como a vida escolher, vou seguir meu caminho, me acompanhe, se puder....

6.11.13

CaminhosPassosESolidão


Caminhos, passos e solidão, só a minha respiração aqui dentro, no peito, as vezes arfando, noutras engasgando, suspirando, inspirando, precisando de algo mais que ar.
Cama vazia, olhos tristes, tem dias que p choro vem até fazer visita, olho pro lado, procuro um consolo, uma mão adulta que guie os passos vacilantes da eu menina.... Mas não existe nenhuma mão, apenas meus dedos sem luva, tateando no escuro, buscando uma vela para iluminar o caminho à frente, parece que a escuridão chega cada vez mais perto, onde antes havia um vislumbre de vida, agora apenas um negro temor do que será...
Andorinhas voam na janela, anunciando um verão que tarda a chegar, está frio, tão frio quanto poderia estar. E na cama vazia, os pés gelados procuram algo para aquecer, não há.
Tem dias que é assim, mas apesar de tudo é calmaria, coração vai bem, está se costurando, como sempre, agora me parece que se cura mais rápido do que antes, acho que a idade trouxe também maturidade emocional, será?
Hoje nem lá nem cá, vou aumentar o som e tentar dançar...

5.11.13

EntreOsDedos


Estou escorrendo entre os dedos, parecendo areia fina, indo, indo, indo, caindo, espalhando, fugindo...

A certeza de me ter foi o que atrapalhou tudo, era tão certo como dois e dois são quatro.... em que mundo mesmo, dois e dois são quatro? Porque, olha, no meu mundo, dois e dois é uma infinidade de números e respostas, pior ainda quando é um mais um, um mais um complica a vida as vezes, uma mais um, são dois cheios de pensamentos, desejos, caminhos, vontades... e se caminharem para lados opostos? E se mentiras atrapalharem os passos, e se desejos cruzados, cruzarem o centro e despertarem os olhos? E se um e um de repente viram três? E se um e um, de repente viram quatro? Como chama isso? Se enganam as mentes que já pensam e suruba, eu penso em família, olha como eu mudei... Penso em família... Palavrinha gozada, família, do que é familiar, do que eu conheço... Conheço? mas assim, conheço mesmo? Me assombro, não sei, tem dias assim, cheios das incertezas mais certas, da verdades mais mentidas, dos desejos mais contidos...

E olha eu aqui divagando de novo, falando de tanta coisa, sem falar de nenhuma específica, cá estou eu, de novo, jogando palavras, esperando ser lida nas entrelinhas das minhas verdades, procurando enxergar um bocadinho ali na frente do meu novo caminho, o que me espera atrás da curva...

Agora os dedos correm, os sentimento mais uma vez virando palavras, as dúvidas, transformadas em linhas, e eu aqui sentada, olhando o dia clarear, tá nublado lá fora, frio, úmido... Prefiro os dias de sol forte, janelas abertas, pássaros voando e eu sonhando. Dias de chuva, são pura melancolia. 

Me sinto assim mesmo, como o tempo, mudando, instável, e pobre de você meteorologista tolo, pobre de você que penso poder prever a instabilidade da mãe natureza...

Sou assim como o tempo, tem horas que chovo no meio do dia, mas logo logo faço sol e redemoinhos de ventos, lambendo cabelos, levantando folhas, então esfrio, o com o vento frio um arrepio, transformo, mudo, sol com chuva, chuva e sol, arco-íris no caminho, entre as lágrimas salgadas de tudo o que estou deixando para trás, o velho o novo, indo, indo... escorrendo entre os dedos feito areia fina, daquela bonita, das garrafas coloridas, compradas numa viagem linda num feriado de sol...

Cá estou eu, misturando cores, levando sonhos, desmanchando as dores...

Indo.

Respiro fundo, me calo, inspiro, pergunto.... eu voltaria? Eu ficaria? Eu me pergunto, e você, o que faria? Me guardaria numa redoma de vidro? Me jogaria pro alto? Me poria num aquário? O que você faria?

Estou indo, feito areia fina, nem sei mais se ainda é possível fechar os dedos, se ainda há um grão entre os dedos, não sei, me sinto no vento, jogada, arremessada, voando... estou no vento e nem sei se ainda há tempo de me resgatar de novo...

4.11.13

DesejosSonhosRealidadeEImaginação



E cá estou, uns brancos a mais, uns dentes a menos, juízo imperfeito... Cá estou eu novamente do jeito que já estive um dia, será que não aprendo a lição, ou sou mesmo tão apaixonada pelos altos e baixo da vida que vira e mexe me jogo do precipício sem rede de segurança, sem fundo a vista, apenas para bater as asas no último segundo, no instante que precederia a morte, apenas para me sentir viva de novo...
Cá estou eu, mãos sem luvas, pés descalços, cabelo ao vento, sorrindo, chorando e indo. Cantando, gritando e sorrindo. Cá estou eu, coração na boca, peito vazio, procurando, querendo esperando encontrar no outro o que falta em mim... Falta? Falta mesmo? Ou é tudo ilusão? Falta mesmo ou é só religião? Falta mesmo ou é só tesão?
São as muletas que usamos diariamente para seguir em frente, são os artifícios usados para não desmoronar...
Cá estou eu, mais uma vez, trancada no banheiro, cantando alto em frente ao espelho, todas as letras que eu sei e as que eu também não sei, cá estou eu berrando no quarto gritando bem alto, dançando e pulando, jogando o cabelo, pondo para fora toda vida há dentro, trocando palavras por melodias, reafirmando tudo aquilo que sinto e que as vezes desacredito...
Cá estou eu relendo todos os textos, relendo e relembrando tudo aquilo que já passei, cá estou eu me vendo de novo com a mala na mão, os pés na porta, cá estou eu, de novo, dizendo adeus, voando pra sabe-se lá Deus onde, cá estou eu de novo, jogando todo para o alto, querendo sentir paixão, sentindo paixão, sentindo ódio, sentindo usada, sentindo sozinha, sentindo feliz, sentindo triste, sentindo e ponto.  Estou novamente com os pés na rua, indo rumo ao desconhecido, amedrontadamente feliz e corajosamente triste, cá estou eu, do único jeito que sei ser, sem certo ou errado, aos tropeços, cá estou eu, escrevendo e apagando tudo o que sinto, oensando e voltando atrás, me sentindo tão eu que as vezes me parece até demais.
Pois é, estou aqui de novo, escondendo o que sinto no meio das vírgulas, tentando buscar nas minhas próprias entrelinhas a explicação de quem eu sou. Me olho no espelho, gosto mais dessa eu mais  velha, admiro as rugas, o olhar maduro, a confiança, mas confesso, ainda me sinto meio menina,  perdida, jogada, largada, abandonada, fugida, amada, querida, odiada, incompreendida... Menina. Cá estou eu, uma mulher de mais de trinta, com sentimentos de menina....

2.11.13



Ah, eu e as palavras, esse regurgitar de sentimentos contidos no peito, no corpo, na alma... cá estou eu as voltas com minha palavras, com esses suspiros que tento traduzir em letras....
Hoje acordei e não consegui sair da cama, fiquei ali, sentindo, rodando para lá e para cá, desejando coisas que nem sei o que são, fiquei ali, deixando o corpo sucumbir a tudo, suspiros, doces lembranças, apenas, desejos, contidos, guardados, trancafiados... esperando.
Essa espera é o pior de tudo, esperar, esperar, esperar, o primeiro passo já foi dado, agora é uma questão de tempo, ó lá, já estou cá eu de novo as voltas com o tempo, quem disse que com a idade vem a paciência mentiu, tá?! Não, não vem a paciência, vem o bom senso, mas a paciência, não. 
Ainda desejo tudo com a mesma ânsia que desejava sete anos atrás quando esse diário cibernético surgiu, ainda desejo tudo com todos os poros do corpo,  ainda quero tudo agora, tudo já, ainda me vejo mergulhando de cabeça em tudo o que sinto, com a única diferença que agora eu penso antes, é, admito, penso antes, será que estou virando uma cartesiana chata e pensadora???? Espero que não, gosto da eu selvagem, da que faz e pronto tá feito, agora vamos recolher os cacos e partir para outra! Já recolhi tantos cacos na vida... nem ligo, vou seguindo assim, toda remendada, sorrindo, amando, olhando o mundo com olhos cada dia mais cheios de .... de quê? De histórias? De vida? De luz? De certezas? De quê exatamente estariam cheios meus olhos? Acho que é de sonhos, definitivamente, de sonhos...
Os novos sonhos podem te parecer assim, meio piegas, mas ando sonhando com uma família, ando sonhando com risos de crianças, ando sonhando com um companheiro, ando sonhando com uma vida um pouco diferente, não ponha na sua imaginação uma família piegas de subúrbio americano, não!!!! Minha família, é do meu jeitinho, sim, o sonho é meu e eu sonho do jeito que eu quiser... mas é assim, crianças na praia (já contei que me mudei para a praia? mudei, sim, eu, garota cosmopolita, amante da noite paulista, estou na praia, amando cada instante, mas vamos deixar isso para outro post, porque, como sempre, estou divagando e fugindo do assunto...) um menino que já vai crescer de prancha nos pés, cabelo assim, comprido, cheio de marra meu menino, colado no pai, acho que vem uma euzinha também, amante da arte, da vida, da natureza, um casal, é um casal, quero ficar aqui mesmo nessa casa na montanha, quintalzão, pertinho da cachoeiras de minha mãe Oxalá, meus rebentos vão crescer sem muita frescura, pés descalços, mão na terra, com cachorros e gatos, terão eles o nosso brilho no olhar? Nosso? Nosso? Ato falho? Ato falho. fica, deixa, Freud explica...
Então, minha vida anda assim, agora, sete anos mais velha, com mais histórias que dentes para contar (piadinha interna, acabei de tirar o penúltimo siso, me sinto meio banguela....) com mais anos que dedos (de pés e mãos..), com um ou outro fio de cabelo branco (pois é, abafa o caso...) mas ainda com muito desejo, ainda com muito sarcasmo, ainda com muito sorriso de lado, ainda tão cheia de vida que poderia explodir...
Mas é assim, a vida vai caminhando, cedo ou tarde o sonhos se realizam, precisava primeiro fugir, precisava primeiro ter a coragem de abrir a portinha e sair, lá vou eu, de novo, voando alto, dessa vez perto do mar, onde vou construir meu ninho, onde encontrei minha vida, lá vou eu voando alto, lá vou eu, me deseje sorte...

31.10.13

ViníciusEEu

Aí, estava eu vendo o documentário da vida de Vinícius de Moraes, aí ouço assim, Vinícius precisava de paixão para alimentar sua poesia, quando a paixão acabava, ele sofria, procurava uma nova paixão, obviamente que aquilo caiu como um pedra na minha cabeça! Meu Deus, EU TAMBÉM, eu também preciso da paixão na minha vida, preciso do coração batendo forte, PRECISO!!!! 
Mas espere, eu não disse por quem... Aí, que agora no auge dos meus trinta e muito poucos descobri, minha paixão não deve residir no outro, minha paixão mora em mim, é por mim que devo me apaixonar todos os dias de manhã, é para a minha felicidade que devo fazer juras de amor eterno antes de deitar, é pelo meu sorriso maroto que devo me encantar toda vez que pensamentos marotos passam pela minha cabeça, é no fundo dos meus olhos que devo me perder... E quando um dia, pintar um outro alguém na minha vida, que eu saiba bem o lugar que ocupo na minha vida!
Então correndo o risco de não ter modéstia alguma, eu diria que sou uma mulher FODA, que tenho um puta orgulho da profissional que sou, mais que isso, amo o que faço e faço por prazer, além do mais, outros adjetivos não me faltam, sou leve e densa ao mesmo tempo, sou intensa, amo com todo o corpo, amo com a alma, amo de peito aberto, ahhhhh hoje estou tão cheia de mim que estou me achando até metida demais....
Mas hoje, por hoje, eu posso, hoje eu me lembrei de mim, daquela menina que eu tanto amo, aquela que já virou mulher, mas ainda dança no banheiro, canta pro espelho, ri quando erra a letra, passa a tesoura na juba e se sente dona do mundo, seja bem vinda, velha amiga, você fez falta, estava adormecida não é mesmo?! Agora somos de novo eu e você no mundo, procurando por algo que nem sabemos se existe, somos nós caminhando sem luvas, sem máscaras, sorrindo, cabelos ao vento, sorriso nos lábios e a sensação de pertencer ao mundo e ao mesmo tempo te-lô entre os dedos! Seja bem vinda de volta à minha vida Eu, que falta que você me fez...
Hoje eu me reapaixonei por mim, foi assim, sem aviso, no portão de casa, tomando chuva, eu me toquei, eu acordei, eu recordei, eu me lembrei de mim, de quem eu sou, meu coração saltou, hoje eu descobri em mim o que procurava no outro, estava em mim, aqui o tempo todo!
Hoje estou terrível, hoje estou eu eu eu eu! E quer saber, nem ligo, hoje eu sei a mulher que sou, e se um dia eu cruzar o teu caminho e você me perder por bobeira, azar o seu, não meu!

13.10.13

DasVoltasQueAVidaDá....


Eis que cinco anos depois de um sonho realizado se passaram, cinco anos de altos e baixos, cinco anos de felicidade e de tristeza, cinco anos de certezas e incertezas, cinco anos de quase uma vida juntos.... E cá estou eu novamente com esse nó na garganta, com a mala nas mãos e a necessidade de dizer adeus e não saber como, Cá estou eu, de mala na mão e um milhão de caminhos à frente, o velho medo do desconhecido, a insegurança do coração partido.
E ao mesmo tempo que esse momento de se sentir sozinha me toma como uma força avassaladora, o medo da solidão me devora como um monstro faminto... Será coisa da idade? Ainda posso me dar ao luxo de jogar tudo para o alto? 
Cá estou eu, coração apertado, olhos molhados e corpo cansado. A vida seguiu, o momento passou e coisas que nem sei explicar voltam a rondar... Será que eu desejei isso? Essa montanha russa? Não duvido, apesar da dor, os altos e baixos sempre agradam àqueles que flertam com as artes, como uma droga que nos entorpece e formiga nos dedos fazendo da dor, arte. 
É o frio e o calor, o corpo que sua e ao mesmo tempo sente frio, a impossibilidade de levantar da cama, de abrir os olhos, é verter a alma em forma de água e não conseguir parar, afinal o que é a tal felicidade? Ela está na rotina do dia? No bom dia morno, na falta do sexo? A felicidade é saber que o outro estará lá indiferentemente de qualquer coisa? Felicidade é segurança?
O que tanto eu procuro e não acho? 
O que é essa tal felicidade que tanto procuramos? Está no outro? Está em nós? Está na partilha da vida? 
Cá estou eu, mala na mão, coração na boca e olhos no céu, pedindo auxílio à alguém que eu nem mesmo sei se está lá... Procurando respostas, procurando uma vida, procurando uma. Metade de laranja que eu nem sei se existe... 
Cá estou eu, pés plantados na porta, sem saber se entro ou se saio, com medo da magiar, com medo de ser magoada, com medo de seguir um novo caminho, de largar tudo que já me é conhecido e que nem sei se gosto tanto assim, existe alguém que nos faça pleno, que divida a vida, os conceitos e respeitos, ou devemos nos contentar com o que temos? A vida é feita para ser "contentada"? Ou devemos, sim, procurar algo a mais? Existe um momento em que sabemos que chega, que tá bom assim, que agora é?
E mais uma vez os parágrafos se perdem, as vírgulas passeiam e os pontos finais se tornam reticências. Mais uma vez estou eu aqui escrevendo tanto, sem dizer nada, apenas apara aliviar o peito e poder voltar a respirar, cá estou eu com medo de deixar o velho ir e permitir um novo entrar, cá estou eu de novo, com a cabeça aqui e o coração lá, cá estou eu dividida, sentida, amedrontada e sozinha.
Cá estou eu, bem longe dos vinte, mas me sentido criança com medo de amar, cá estou eu ponderando entre o certo e o errado, cantando bem alto parar a tristeza espantar, querendo um canto só meu, com saudade de um vida que eu nem sei se levei, cá estou eu respirando, nariz fungando de tanto chorar, cá estou eu decidida a deixar o velho, com a certeza de que isso passou, que infelizmente aquele sonho adolescente só funcionava na minha imaginação, cá estou eu mais calma, graças à todas essas palavras que mesmo bagunçadas fizeram sentido na minha mente aflita, cá estou eu, de malas na mãos, pés na porta, olhando um caminho, desejando o novo e sabendo que nesta vida fiz o que pude, persegui a felicidade e quando um dia eu morrer, podem dizer por aí que conheceram um pássaro que nunca deixou de voar rumo a essa tal felicidade que a gente nem sabe se existe! Quando eu encontrar eu conto, tá?!