13.10.13

DasVoltasQueAVidaDá....


Eis que cinco anos depois de um sonho realizado se passaram, cinco anos de altos e baixos, cinco anos de felicidade e de tristeza, cinco anos de certezas e incertezas, cinco anos de quase uma vida juntos.... E cá estou eu novamente com esse nó na garganta, com a mala nas mãos e a necessidade de dizer adeus e não saber como, Cá estou eu, de mala na mão e um milhão de caminhos à frente, o velho medo do desconhecido, a insegurança do coração partido.
E ao mesmo tempo que esse momento de se sentir sozinha me toma como uma força avassaladora, o medo da solidão me devora como um monstro faminto... Será coisa da idade? Ainda posso me dar ao luxo de jogar tudo para o alto? 
Cá estou eu, coração apertado, olhos molhados e corpo cansado. A vida seguiu, o momento passou e coisas que nem sei explicar voltam a rondar... Será que eu desejei isso? Essa montanha russa? Não duvido, apesar da dor, os altos e baixos sempre agradam àqueles que flertam com as artes, como uma droga que nos entorpece e formiga nos dedos fazendo da dor, arte. 
É o frio e o calor, o corpo que sua e ao mesmo tempo sente frio, a impossibilidade de levantar da cama, de abrir os olhos, é verter a alma em forma de água e não conseguir parar, afinal o que é a tal felicidade? Ela está na rotina do dia? No bom dia morno, na falta do sexo? A felicidade é saber que o outro estará lá indiferentemente de qualquer coisa? Felicidade é segurança?
O que tanto eu procuro e não acho? 
O que é essa tal felicidade que tanto procuramos? Está no outro? Está em nós? Está na partilha da vida? 
Cá estou eu, mala na mão, coração na boca e olhos no céu, pedindo auxílio à alguém que eu nem mesmo sei se está lá... Procurando respostas, procurando uma vida, procurando uma. Metade de laranja que eu nem sei se existe... 
Cá estou eu, pés plantados na porta, sem saber se entro ou se saio, com medo da magiar, com medo de ser magoada, com medo de seguir um novo caminho, de largar tudo que já me é conhecido e que nem sei se gosto tanto assim, existe alguém que nos faça pleno, que divida a vida, os conceitos e respeitos, ou devemos nos contentar com o que temos? A vida é feita para ser "contentada"? Ou devemos, sim, procurar algo a mais? Existe um momento em que sabemos que chega, que tá bom assim, que agora é?
E mais uma vez os parágrafos se perdem, as vírgulas passeiam e os pontos finais se tornam reticências. Mais uma vez estou eu aqui escrevendo tanto, sem dizer nada, apenas apara aliviar o peito e poder voltar a respirar, cá estou eu com medo de deixar o velho ir e permitir um novo entrar, cá estou eu de novo, com a cabeça aqui e o coração lá, cá estou eu dividida, sentida, amedrontada e sozinha.
Cá estou eu, bem longe dos vinte, mas me sentido criança com medo de amar, cá estou eu ponderando entre o certo e o errado, cantando bem alto parar a tristeza espantar, querendo um canto só meu, com saudade de um vida que eu nem sei se levei, cá estou eu respirando, nariz fungando de tanto chorar, cá estou eu decidida a deixar o velho, com a certeza de que isso passou, que infelizmente aquele sonho adolescente só funcionava na minha imaginação, cá estou eu mais calma, graças à todas essas palavras que mesmo bagunçadas fizeram sentido na minha mente aflita, cá estou eu, de malas na mãos, pés na porta, olhando um caminho, desejando o novo e sabendo que nesta vida fiz o que pude, persegui a felicidade e quando um dia eu morrer, podem dizer por aí que conheceram um pássaro que nunca deixou de voar rumo a essa tal felicidade que a gente nem sabe se existe! Quando eu encontrar eu conto, tá?!

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