28.11.13

FofocaBoatoBuxixoFalação


Fofoca é feio, falo essa frase ao menos 100 vezes por dia, sem exagero, "mas professora, o fulano tá com chiclete, a beltrana pegou o giz..." Não quero saber, não perguntei!!!!!
Fofoca é feio, mas faz parte do dia a dia do ser humano, fofocamos como comemos, dormimos, peidamos e cagamos, sim, porque não fazemos só coisas bonitinhas....
Seria a fofoca a cagação da boca? Ou ainda, seria a cagação do cérebro ou da imaginação? Não importa...
A fofoca tem sempre por objeto uma pessoa, minto, geralmente mais de uma, fofoca envolve, geralmente, no mínimo, dois indivíduos, dois indivíduos tratados como objeto passivo de um assunto,  sim, passivo, pois objeto apenas executa uma ação, não pensa, não sente e não tem história. O poder da fofoca é ilimitado, visto que somos seres que nos importamos com a boca pequena... Pera, você se importa? Será que deveríamos mesmo nos importar? A resposta óbvia é: Um bom e categórico, Não!!! Mas nos importamos, eu me importo, me importo pois sei que a fofoca fere, fere todos que se envolvem nessa história, os que não tem direito de defesa, os objetos passivos das línguas ativas e cérebros ociosos...
Sim, porque ao meu ver, a fofoca nada mais é que a literatura do inculto, do ignorante... Ah desculpa, você fofoca? Porra meu, vai ler um livro, um bom escritor é também um bom inventor de fofoca, aliás, ele é tão bom que não trata seu objeto de fofoca como passivo, não, o obejto da fofoca é muito ativo, ele sente, ele pensa, ele reflete, existe uma razão para cada escolha do objeto, o bom autor fofoqueiro nos mostra todas as facetas do objeto da fofoca, vamos lá, quem nunca em algum momento entendeu o motivo do bandido, apoiou o marido que traiu ou mesmo a mulher que matou? Claro que nos identificamos com esses personagens, afinal, que atire a primeira pedra quem não tem teto de vidro!
Todos temos, todos já erramos, mas melhor falar dos outros que olhar pro próprio umbigo!!!! 
Quer saber, me cago pra vida alheia, não, mentira, não me cago não, admiro, as vezes me pego olhando o mundo, olhando em volta, olhando pessoas, me pego pensando "caramba, cada serzinho desse tem uma vida, uma família, uma história..." É muito mágico pensar que cabe tanta história no mundo, tanta vida... Fico sempre aqui no Blog euzando, mas me esqueço do outro, mesmo nossos amigos mais chegados, sabemos da vida dele, damos palpites, falamos, mas não sentimos, então, como falar do outro sem vestir sua pele, andar seus passos, sonhar seus sonhos e arfar seus desejos?
Fofoca doi, fofoca mata e destrói, fofoca é arma letal em mãos incompetentes. 
Alimetamos a fofoca diariamente, adoramos, não diga que você é diferente, nunca leu uma manchetezinha de jornal dizendo que fulana se separou de beltranos e que o pivô da separação foi o ciclano? Nunca leu capa de revista de "famosos" na fila do mercado? Ou ainda, não adora uma boa trama de novela? Porque, pensando bem, novela nada mais é do que uma grande janela para a vida alheia (mesmo que fictícia) onde ficamos especulando o que vai acontecer com quem...
Me pego agora pensando, a novela nada mais é do que a escola de todo fofoqueiro!!!! Pronto, me convenci, vou para com a novela e viver, parei de querer saber dos outros, parei com essa merda toda, eu parei, e você?

24.11.13

EuVocêEAsPalavras

Hoje não tá saindo nada, embora o desejo de escrever esteja na ponta dos dedos, no pulsar do coração, no choro engasgado, nas perguntas roubadas e reprisadas. Eu paro, eu penso eu falo, eu volto eu deleto e reescrevo, eu respiro, eu fungo, eu rezo, eu sento, eu choro, eu espero...
E pensar em tudo só me deixa mais confusa, eu talvez não entenda nunca o que foi que aconteceu, se fui eu quem imaginou uma história, se foi você quem criou uma memória, eu não sei, eu não sei, eu não sei..  E eu tô aqui tentando não falar em você, não falar pra você, mas os dedos me enganam, o coração reclama e me pego escrevendo, esperando que talvez você leia e perceba que existe algo, ou que quem sabe me diga que não, será que você já disse e eu não quis entender? Será que entre as linhas já ditas tinha algo que eu deveria entender? Será que eu deveria interpretar quando nossos olhos se cruzam, naqueles segundo em que não desviamos o olhar, que sorrimos cúmplices, o que disso tudo eu deveria entender?
E eu fico aqui, nessa angústia, será que eu te espero? Será que me agarro naquela ideia maluca de que você ficou com medo e fugiu, de que um dia você vai entender que se você fosse aquele que eu conhecia, aquele cara bacana que ria comigo, que aquele me basta? Que aquele é o que eu quero e que pode sim dar conta de mim? Mas se você não for ele, se for esse bosta, esse babaca idiota aí eu não quero mesmo, não...
O problema é não saber quem você é, o problema é não saber te decifrar...
Hoje eu tô assim, cansada de você, de saco cheio dessa história sem pé nem cabaça que nós fomos inventar, hoje eu tô virada, tô agoniada, tô com ressaca de você, hoje eu tô assim, tô desesperada por uma resposta, tô de saco cheio, tô querendo jogar você pro alto e fingir que foi tudo um sonho bem bom, mas que agora eu acordei e a vida segue, uma hora vai seguir e se você não virar realidade, um dia vai virar só palavras, registradas num blog, contadas por dedos cansados, por olhos marejados e por um coração que só se soube doar, doer, uma hora você vai virar mais uma história, dessas que eu gosto de reler, dessas que me fazem sorrir e saber de tudo o que eu vivi, uma hora vou te reler aqui, uma hora posso te reler pra mim. Agora, se você vai ou não estar aqui, não depende mais de mim...

23.11.13

AsasEAmarras

Fui, fui porque tenho asas nas costas e não amarras nos pés, corri pois a necessidade do vento me fez partir, fui, pois o coração pedia e a mente apenas obedecia, fui pois chegou em um momento em que a dor era demais...
Fui, fui porque coisas e pessoas as vezes me cansam e quero a solidão da minha cama, fui, fui porque o álcool que antes me fez dançar agora me fazia chorar...
Fui, mas deixei um pedaço para trás, fui sabendo que plantei uma semente, fui sabendo que embora todo torto, um dia o tempo volta, fui com a certeza que ganhei um amigo, fui, sabendo que uma hora encontro o caminho.
Fico, fico porque acredito que aqui precisam de mim, fico pois minha felicidade mora nos olhos das minhas crianças, fico porque o pôr do sol da minha ilha me enche de alegria, fico porque aqui quero criar raízes, fico, porque sei que é aqui que algum dia eu vou criar minha família, fico porque é aqui que meu coração fez moradia.
Mas entenda, as vezes, só as vezes preciso correr, as vezes eu não quero explicar, só ir. 

17.11.13

OTempoEADor


Por que a dor não dura muito, é só um jeito do coração dizer que está vivo, que sente, pulsa, vibra, que chora derrete e passa, que é inteiro mesmo sendo parte, que é inteiro mesmo aos pedaços, que é remendo do que já passou e retrato do que ainda virá.
Olha eu abraçando o tempo, deixando o tempo passar, curtindo uma fossa que logo vou abandonar, olha eu cutucando a feriada, arrancando a casquinha e fazendo sangrar, não seria eu se não fizesse doer antes de dar adeus, não teria graça se eu não pudesse contar rindo dos dias que passei fingindo, lágrimas por trás de sorrisos, desejos por trás de olhares. 
Mas como explicar essa calma? Estou serena, calma, tranquila, não sei o que me espera do outro lado da avenida, não sei se existem curvas ainda no meu caminho, estou caminhando, não quero correr, seria apatia? Estou, eu, passarinho tranquilo, olhando a vida passar, cantando fininho, esperando o dia chegar, não sei o que o amanhã trará, mas estou, eu, pássaro sereno, calmo, cantando pro tempo, olhando pro vendo, vendo o dia clarear...
As vezes eu olho pro lado, não há nada, nem sei que quero tenha, sou pássaro ferido, nunca deixando de acreditar, sou moça sofrida, que nunca parou de sonhar, sou senhora da vida, que a vida ensinou a não para de caminhar.
Eu as vezes ainda creio nas mentiras que quero crer, ainda finjo que me engano, olho pro alto e digo, hum hum, e sigo sabendo, fingindo... nem sei....
 E sigo tranquila curtindo a vida, do jeito que um malandro ensinou, sambando mansinho, só no sapatinho, esquivando das facas, adagas, punhais....
Vou seguindo sorrindo, pois o tempo não tarde a passar, errada ou certa eu vou caminhar, meu caminho há de ser divino, há de ser sortido, há de ser infinito, nas vidas pelas quais ainda vou dançar, vou seguindo assim, errada e sorrindo, certa e mentindo, fingindo não ver, querendo saber, dos olhos das coisas que escondem os sorrisos, vou seguindo, indo, deixando o dia terminar.

16.11.13

EuQueNãoQueriaDizerAdeus


Eu, que não queria dizer adeus, me vejo indo, me vejo acenado, te peço, te imploro, me faca voltar, te peço, me chama, me faça acreditar. Eu forte, senhora de mim, ajoelho, peço, imploro, volta. Eu, dona do mundo, senhora de tudo, te peço, te imploro, apaga.
Eu, meu, teu, era nosso, era um carnaval de vida, um sonho de verão, um desejo, um beijo, um amor?
Era meu, era teu, era nosso o destino, e o que você fez dele? Jogou pro alto! Por que? Por que, me pergunto todas as manhãs, me pergunto entre sonhos, cobertas, descalça na praia, vagando, areia. 
Era tanto, era só eu? Eu vi nos teus olhos, meus olhos, nós dois, um futuro, eu vi, EU VI! Eu vi, você viu? Tá passando, tá indo, agarra, pega e não larga, me chama, me cata, me faz voltar. Me puxa o cabelo, me pega de jeito e me faz ficar. Eu tô indo e você não está nem vendo, tá assim, malandro, vagando na vida, como se estivesse a passeio, era mentira? Era?
E eu tento fazer fazer sentido e não faz e por isso vou indo, vou seguindo e em algum momento eu vou encontrar, alguém que preencha esse buraco, que faça tudo o que sonhamos juntos, e vou seguindo e uma hora não vou mais olhar para trás...
Por enquanto são palavras jorrando, é o meu mundo rodando, são os pés caminhando, então me pega, me chama, me cata e me faz ficar, me prende no teu abraço e não me deixa ir, to indo, PORRA você tá vendo???? Eu tô indo, CARALHO, me pega, me agarra, me prende, me chama, me prende pra sempre, eu fico. Me pede?

15.11.13

Respostas


Página em branco e eu aqui pensando, buscando uma forma de colocar em palavras... Nada, vazio, e na impossibilidade de colocar em linhas toda história que quero contar, é que me vejo no meio de uma história que mistura o abstrato e o surreal... Possível?
Creio que nem se contasse de cada detalhe que lembro, não me lembro de todos, ainda sim seria difícil encontrar respostas...
Então fiz, fiz o que qualquer pássaro com a quantidade de voos que tenho, faria, bati asas, disse adeus, fechei a gaiolinha e voei...
Simples assim, sem dor, talvez um buraquinho de vazio, um fiozinho de saudade e uma lágrima solitária no canto esquerdo do olho, fui, talvez nem tão longe assim, mas fui, sobrevoo ainda olhando,  procurando, esperando talvez uma resposta, um aceno, um qualquer coisa....
A gente voa, a gente se afasta, mas isso não quer dizer que deixe de buscar respostas, não deixe de querer entender o que não é obvio, ou será que é e só eu não vi?
Cá estou, deitada na cama de pijamas esperando por algo que não sei o que é, com o desejo e a sensação de ter o mundo nas mãos, cá estou eu respirando, viva, vivida, inspirada, resumida em palavras....
Eu e minhas reticências, é a vida por vida, é o tempo que corre, brinca e passa, é o instante que passa, mas gruda na memória. Estava eu aqui, procurando palavras para contar um história... Mas já me perdi nos devaneios, ah os amados devaneios, que me levam para tão longe, que me fazem sentir tão viva dentro de mim, ah meus olhos cansados que olham o mar, meus pés calejados na areia fina, meu corpo suado no frio do mar.
Sorrindo entre amigos, num riso infinito daqueles que não querem lembrar...
Te amo vida, sempre mudando, sempre voltando, sempre me levando para qualquer canto...

13.11.13

VoandaFicandoIndoParadaNoMesmoLugar

E no meio da noite eu acordo e me toco que eu já sabia, sempre soube, são anos e anos, já vi disso aos montes...

Eu sabia e mesmo assim quis pousar, acreditei em palavras, me fixei num olhar, eram apenas palavras...

Era só palavras, jogadas, largadas, usadas nos mínimos detalhes, palavras calculadas, toques pensados, suspiros roubados, coração que nunca se chegou a dar...

E mesmo agora, em que tudo volta ainda é muito difícil de acreditar, um palco, lindo, atores, ilusões, papeis...

E mais uma vez, eu, bobo da corte, pulando sozinho, crendo num infinito de mentiras que só fizeram sonhar....

Cá estou eu, sentada na beira do abismo, tentando encontrar um caminho e nem sei por onde começar...

Dias que vão, dias que vem, tentado desesperadamente acabar com um uma dor que nem sei se sinto.

Matando tempo, bandido, puto, cretino tempo.

E mais uma vez me vejo no meio de tudo o que quero e desejo, mas achando que nem quero mais...

E é tão besteira, que acho que nem sofro tanto assim, mas não entendo, será que é a certeza de que tudo não passou de ma grande besteira? Ou seria como todas as outras vezes em que tinha razão e que mais uma vez é tudo só uma questão com o tempo?

Ah tempo, velho amigo traiçoeiro, andamos assim aos tropeços, quando eu penso que agora anda tudo com oassos certos, chega você e faz vendaval na vida, vem você e transforma tudo em ruina. Me deixa lá, criança sozinha, recolhendo as cartas da vida e mais uma vez recomeçando um castelo...

Ah tempo, não temo, sorrio, grito, choro e xingo, vou serena e sigo, ah tempo,dessa vez vamos andar de mãos dadas? Seguir numa bela caminhada? Vamos fazer uma trégua, vamos dar risada, desse monte de gente de cara pintada...

Vamos tempo, que eu não quero te esperar, deve haver algo num outro lugar... Vamos tempo, não tarde a chegar, nesse lugar eu me recuso a ficar, estou indo, já fui, ao longe, se quiser corre tempo, ainda dá tempo...


12.11.13

NemSempreTãoSeguraAssim...

Aí de manhã a pessoa posta um texto babado falando de força, de felicidade, de ser ma laranja inteira... Aí, é só o vento ventar pro sul invés do Norte que já dá revertério na alma, coração aperta e a insegurança bate na porta, medo segura nas pernas, dúvida pega pelo pescoço e pronto, tudo cai pelo ralo....
Pqp, mulher é um bicho complicado, na proxíma encarnação quero vir homem, de preferência viado!!!!!

3.3


Todo aniversário eu costumava acordar e pensar, o que mudou? E na verdade, nunca nada mudava, continuava tudo igual ao dia anterior, mas ontem, mudou. Mudou, simples assim, eu acordei sabendo que estava diferente, nova, renovada, pronta para uma vida novinha em folha... Ops, nem tão novinha assim, né?! A mesma eu, mas diferente, mais consciente de mim, com menos medo de errar, com mais disposição para curtir as coisas pequenas e lindas da vida, com menos vergonha de pedir desculpas, com mais coragem de sentar sozinha no barcom mais sorrisos para distribuir, com mais fôlego para cantar bem alto, mas isso é pouco, é pequeno perto da coisa mais bacana que descobri, na verdade não descobri, vamos falar sério, a verdade é que assimilei, eis aí a diferença, assimilar, ter para si, é diferente, bem diferente de só saber e não fazer nada à respeito...
Ai que suspense, eu me dei conta que a minha felicidade reside em mim, que ter um outro alguém é agregar valor, ter pessoas com quem voar junto é bom, é gostoso e tem aqueles dias (se é que vocês me entendem...) que é necessário um outro alguém, mas para ser feliz, não!
Para ser feliz basta a gente mesmo, para ser feliz, é preciso ser feliz com a gente mesmo, é preciso se bastar. Eu ontem acordei me bastando, acordei feliz dentro do meu corpo, acordei agradecendo à Deus por tudo, acordei sabendo que tenho muita gente bacana na minha vida que me faz ser mais feliz, mas que minha felicidade depende de mim. Acordei sabendo que se algum dia eu encontrar um outro alguém, vai ser para multiplicar felicidade, multiplicar sorrisos, multiplicar risadas, multiplicar prazer, enfim para multiplicar vida, porque, pensa comigo, vivemos dizendo que precisamos de alguém para dividir a vida... porra, dividir???? Dividir é pegar o que se tem e porcionar em frações menores... Não quero dividir, quero multiplicar, quero no mínimo somar, dividir nunca mais, sou eu inteira, quer? vamos somar, vamos multiplicar, vamos muito mais que essa porcaria de dividir, sou inteira, vida, pulsante, sedenta, sorrindo, sou mais eu de novo, parei dessa coisa besta de dividir...
Não pense que estou dando uma de mulher independente que não precisa de homem, que se basta sozinha, quero um homem sim, quero beijos, afagos, colos, sexo, suor, lágrimas, abraços, quero muito, mas não preciso de um homem para ser inteira, não sou metade de uma laranja, sou uma laranja inteira!!!
Sou pássaro verde voando, inteiro, completo, sorrindo, quem quiser voar comigo será sempre bem vindo, multiplicando sorrisos, multiplicando a vida, multiplicando...

9.11.13


Um passo à frente, dois passinhos para o lado e três para trás, numa dança sem pé nem cabeça que eu nem sei se queria dançar...
E eu tento escapar, fugir, voar, e os olhos que me puxam de volta, tão negros quanto a noite escura, escondendo segredos, não revelando nada além do próprio desejo de olhar, e a nuca arrepia com a mera lembrança....
Mãos e braços que me tiram do chão, me carregam, querendo ir, querendo ficar.... Sem saber o que há depois da curva...
Eu devia estar me divertindo, estou achando que envelheci, não sei se ainda quero só diversão, estou ficando como aquele cartesiano de merda que eu tanto julguei? Querando tudo certinho, muito amorzinho e pouco fogo? Não me reconheço assim, quero sorrisos, abraços, fogo e paixão, pernas, braços, beijos... Cabelos, suor, suspiros, dentes, dedos.... 
Acho que o que me incomoda é não saber que jogo estou jogando, será que existe um jogo? O que será que é isso? Na verdade, acho que não quero me sentir só mais uma, quero mais, muito mais, tanto mais quanto poderia querer, mas não sei onde meus pés descalços estão pisando....
Me irrita me ver adolescente pensando, tentando imaginar o que poderia fazer, o que devo fazer.... 
No fundo, acho que devia mesmo era só deixar o vento me levar....
Voltar a ser eu e não me preocupar, dançar conforme o ritmo da minha música, sem me preocupar com o que toca na vitrola da vida, foda-se, sou mais eu assim, feliz, sorrindo, cercada de novos amigos, rindo bebendo curtindo e o que for dessa vida será, hoje, amanhã, aqui ou em qualquer outro lugar, vou voltar a trilhar meu caminho, vou seguir sorrindo, chorando, gritando e cantando, vou correr, andar, voar, bater minhas asas no mundo ir pra onde o vento tiver que me levar, pro sul, pro norte, pro leste, voltando pro sul e correndo para oeste, vou brincar com a rosa dos ventos e deixar tonto um observador atento, ahhhh que a vida me leve, que o destino me cace, e se esse pássaro de asas negras que por instantes cruza meu voo, me arrepia a alma, me faz sorrir, quiser voar comigo, será bem vindo, amigo, amante, monstro e herói. Do jeito que for, como a vida escolher, vou seguir meu caminho, me acompanhe, se puder....

6.11.13

CaminhosPassosESolidão


Caminhos, passos e solidão, só a minha respiração aqui dentro, no peito, as vezes arfando, noutras engasgando, suspirando, inspirando, precisando de algo mais que ar.
Cama vazia, olhos tristes, tem dias que p choro vem até fazer visita, olho pro lado, procuro um consolo, uma mão adulta que guie os passos vacilantes da eu menina.... Mas não existe nenhuma mão, apenas meus dedos sem luva, tateando no escuro, buscando uma vela para iluminar o caminho à frente, parece que a escuridão chega cada vez mais perto, onde antes havia um vislumbre de vida, agora apenas um negro temor do que será...
Andorinhas voam na janela, anunciando um verão que tarda a chegar, está frio, tão frio quanto poderia estar. E na cama vazia, os pés gelados procuram algo para aquecer, não há.
Tem dias que é assim, mas apesar de tudo é calmaria, coração vai bem, está se costurando, como sempre, agora me parece que se cura mais rápido do que antes, acho que a idade trouxe também maturidade emocional, será?
Hoje nem lá nem cá, vou aumentar o som e tentar dançar...

5.11.13

EntreOsDedos


Estou escorrendo entre os dedos, parecendo areia fina, indo, indo, indo, caindo, espalhando, fugindo...

A certeza de me ter foi o que atrapalhou tudo, era tão certo como dois e dois são quatro.... em que mundo mesmo, dois e dois são quatro? Porque, olha, no meu mundo, dois e dois é uma infinidade de números e respostas, pior ainda quando é um mais um, um mais um complica a vida as vezes, uma mais um, são dois cheios de pensamentos, desejos, caminhos, vontades... e se caminharem para lados opostos? E se mentiras atrapalharem os passos, e se desejos cruzados, cruzarem o centro e despertarem os olhos? E se um e um de repente viram três? E se um e um, de repente viram quatro? Como chama isso? Se enganam as mentes que já pensam e suruba, eu penso em família, olha como eu mudei... Penso em família... Palavrinha gozada, família, do que é familiar, do que eu conheço... Conheço? mas assim, conheço mesmo? Me assombro, não sei, tem dias assim, cheios das incertezas mais certas, da verdades mais mentidas, dos desejos mais contidos...

E olha eu aqui divagando de novo, falando de tanta coisa, sem falar de nenhuma específica, cá estou eu, de novo, jogando palavras, esperando ser lida nas entrelinhas das minhas verdades, procurando enxergar um bocadinho ali na frente do meu novo caminho, o que me espera atrás da curva...

Agora os dedos correm, os sentimento mais uma vez virando palavras, as dúvidas, transformadas em linhas, e eu aqui sentada, olhando o dia clarear, tá nublado lá fora, frio, úmido... Prefiro os dias de sol forte, janelas abertas, pássaros voando e eu sonhando. Dias de chuva, são pura melancolia. 

Me sinto assim mesmo, como o tempo, mudando, instável, e pobre de você meteorologista tolo, pobre de você que penso poder prever a instabilidade da mãe natureza...

Sou assim como o tempo, tem horas que chovo no meio do dia, mas logo logo faço sol e redemoinhos de ventos, lambendo cabelos, levantando folhas, então esfrio, o com o vento frio um arrepio, transformo, mudo, sol com chuva, chuva e sol, arco-íris no caminho, entre as lágrimas salgadas de tudo o que estou deixando para trás, o velho o novo, indo, indo... escorrendo entre os dedos feito areia fina, daquela bonita, das garrafas coloridas, compradas numa viagem linda num feriado de sol...

Cá estou eu, misturando cores, levando sonhos, desmanchando as dores...

Indo.

Respiro fundo, me calo, inspiro, pergunto.... eu voltaria? Eu ficaria? Eu me pergunto, e você, o que faria? Me guardaria numa redoma de vidro? Me jogaria pro alto? Me poria num aquário? O que você faria?

Estou indo, feito areia fina, nem sei mais se ainda é possível fechar os dedos, se ainda há um grão entre os dedos, não sei, me sinto no vento, jogada, arremessada, voando... estou no vento e nem sei se ainda há tempo de me resgatar de novo...

4.11.13

DesejosSonhosRealidadeEImaginação



E cá estou, uns brancos a mais, uns dentes a menos, juízo imperfeito... Cá estou eu novamente do jeito que já estive um dia, será que não aprendo a lição, ou sou mesmo tão apaixonada pelos altos e baixo da vida que vira e mexe me jogo do precipício sem rede de segurança, sem fundo a vista, apenas para bater as asas no último segundo, no instante que precederia a morte, apenas para me sentir viva de novo...
Cá estou eu, mãos sem luvas, pés descalços, cabelo ao vento, sorrindo, chorando e indo. Cantando, gritando e sorrindo. Cá estou eu, coração na boca, peito vazio, procurando, querendo esperando encontrar no outro o que falta em mim... Falta? Falta mesmo? Ou é tudo ilusão? Falta mesmo ou é só religião? Falta mesmo ou é só tesão?
São as muletas que usamos diariamente para seguir em frente, são os artifícios usados para não desmoronar...
Cá estou eu, mais uma vez, trancada no banheiro, cantando alto em frente ao espelho, todas as letras que eu sei e as que eu também não sei, cá estou eu berrando no quarto gritando bem alto, dançando e pulando, jogando o cabelo, pondo para fora toda vida há dentro, trocando palavras por melodias, reafirmando tudo aquilo que sinto e que as vezes desacredito...
Cá estou eu relendo todos os textos, relendo e relembrando tudo aquilo que já passei, cá estou eu me vendo de novo com a mala na mão, os pés na porta, cá estou eu, de novo, dizendo adeus, voando pra sabe-se lá Deus onde, cá estou eu de novo, jogando todo para o alto, querendo sentir paixão, sentindo paixão, sentindo ódio, sentindo usada, sentindo sozinha, sentindo feliz, sentindo triste, sentindo e ponto.  Estou novamente com os pés na rua, indo rumo ao desconhecido, amedrontadamente feliz e corajosamente triste, cá estou eu, do único jeito que sei ser, sem certo ou errado, aos tropeços, cá estou eu, escrevendo e apagando tudo o que sinto, oensando e voltando atrás, me sentindo tão eu que as vezes me parece até demais.
Pois é, estou aqui de novo, escondendo o que sinto no meio das vírgulas, tentando buscar nas minhas próprias entrelinhas a explicação de quem eu sou. Me olho no espelho, gosto mais dessa eu mais  velha, admiro as rugas, o olhar maduro, a confiança, mas confesso, ainda me sinto meio menina,  perdida, jogada, largada, abandonada, fugida, amada, querida, odiada, incompreendida... Menina. Cá estou eu, uma mulher de mais de trinta, com sentimentos de menina....

2.11.13



Ah, eu e as palavras, esse regurgitar de sentimentos contidos no peito, no corpo, na alma... cá estou eu as voltas com minha palavras, com esses suspiros que tento traduzir em letras....
Hoje acordei e não consegui sair da cama, fiquei ali, sentindo, rodando para lá e para cá, desejando coisas que nem sei o que são, fiquei ali, deixando o corpo sucumbir a tudo, suspiros, doces lembranças, apenas, desejos, contidos, guardados, trancafiados... esperando.
Essa espera é o pior de tudo, esperar, esperar, esperar, o primeiro passo já foi dado, agora é uma questão de tempo, ó lá, já estou cá eu de novo as voltas com o tempo, quem disse que com a idade vem a paciência mentiu, tá?! Não, não vem a paciência, vem o bom senso, mas a paciência, não. 
Ainda desejo tudo com a mesma ânsia que desejava sete anos atrás quando esse diário cibernético surgiu, ainda desejo tudo com todos os poros do corpo,  ainda quero tudo agora, tudo já, ainda me vejo mergulhando de cabeça em tudo o que sinto, com a única diferença que agora eu penso antes, é, admito, penso antes, será que estou virando uma cartesiana chata e pensadora???? Espero que não, gosto da eu selvagem, da que faz e pronto tá feito, agora vamos recolher os cacos e partir para outra! Já recolhi tantos cacos na vida... nem ligo, vou seguindo assim, toda remendada, sorrindo, amando, olhando o mundo com olhos cada dia mais cheios de .... de quê? De histórias? De vida? De luz? De certezas? De quê exatamente estariam cheios meus olhos? Acho que é de sonhos, definitivamente, de sonhos...
Os novos sonhos podem te parecer assim, meio piegas, mas ando sonhando com uma família, ando sonhando com risos de crianças, ando sonhando com um companheiro, ando sonhando com uma vida um pouco diferente, não ponha na sua imaginação uma família piegas de subúrbio americano, não!!!! Minha família, é do meu jeitinho, sim, o sonho é meu e eu sonho do jeito que eu quiser... mas é assim, crianças na praia (já contei que me mudei para a praia? mudei, sim, eu, garota cosmopolita, amante da noite paulista, estou na praia, amando cada instante, mas vamos deixar isso para outro post, porque, como sempre, estou divagando e fugindo do assunto...) um menino que já vai crescer de prancha nos pés, cabelo assim, comprido, cheio de marra meu menino, colado no pai, acho que vem uma euzinha também, amante da arte, da vida, da natureza, um casal, é um casal, quero ficar aqui mesmo nessa casa na montanha, quintalzão, pertinho da cachoeiras de minha mãe Oxalá, meus rebentos vão crescer sem muita frescura, pés descalços, mão na terra, com cachorros e gatos, terão eles o nosso brilho no olhar? Nosso? Nosso? Ato falho? Ato falho. fica, deixa, Freud explica...
Então, minha vida anda assim, agora, sete anos mais velha, com mais histórias que dentes para contar (piadinha interna, acabei de tirar o penúltimo siso, me sinto meio banguela....) com mais anos que dedos (de pés e mãos..), com um ou outro fio de cabelo branco (pois é, abafa o caso...) mas ainda com muito desejo, ainda com muito sarcasmo, ainda com muito sorriso de lado, ainda tão cheia de vida que poderia explodir...
Mas é assim, a vida vai caminhando, cedo ou tarde o sonhos se realizam, precisava primeiro fugir, precisava primeiro ter a coragem de abrir a portinha e sair, lá vou eu, de novo, voando alto, dessa vez perto do mar, onde vou construir meu ninho, onde encontrei minha vida, lá vou eu voando alto, lá vou eu, me deseje sorte...