4.11.13

DesejosSonhosRealidadeEImaginação



E cá estou, uns brancos a mais, uns dentes a menos, juízo imperfeito... Cá estou eu novamente do jeito que já estive um dia, será que não aprendo a lição, ou sou mesmo tão apaixonada pelos altos e baixo da vida que vira e mexe me jogo do precipício sem rede de segurança, sem fundo a vista, apenas para bater as asas no último segundo, no instante que precederia a morte, apenas para me sentir viva de novo...
Cá estou eu, mãos sem luvas, pés descalços, cabelo ao vento, sorrindo, chorando e indo. Cantando, gritando e sorrindo. Cá estou eu, coração na boca, peito vazio, procurando, querendo esperando encontrar no outro o que falta em mim... Falta? Falta mesmo? Ou é tudo ilusão? Falta mesmo ou é só religião? Falta mesmo ou é só tesão?
São as muletas que usamos diariamente para seguir em frente, são os artifícios usados para não desmoronar...
Cá estou eu, mais uma vez, trancada no banheiro, cantando alto em frente ao espelho, todas as letras que eu sei e as que eu também não sei, cá estou eu berrando no quarto gritando bem alto, dançando e pulando, jogando o cabelo, pondo para fora toda vida há dentro, trocando palavras por melodias, reafirmando tudo aquilo que sinto e que as vezes desacredito...
Cá estou eu relendo todos os textos, relendo e relembrando tudo aquilo que já passei, cá estou eu me vendo de novo com a mala na mão, os pés na porta, cá estou eu, de novo, dizendo adeus, voando pra sabe-se lá Deus onde, cá estou eu de novo, jogando todo para o alto, querendo sentir paixão, sentindo paixão, sentindo ódio, sentindo usada, sentindo sozinha, sentindo feliz, sentindo triste, sentindo e ponto.  Estou novamente com os pés na rua, indo rumo ao desconhecido, amedrontadamente feliz e corajosamente triste, cá estou eu, do único jeito que sei ser, sem certo ou errado, aos tropeços, cá estou eu, escrevendo e apagando tudo o que sinto, oensando e voltando atrás, me sentindo tão eu que as vezes me parece até demais.
Pois é, estou aqui de novo, escondendo o que sinto no meio das vírgulas, tentando buscar nas minhas próprias entrelinhas a explicação de quem eu sou. Me olho no espelho, gosto mais dessa eu mais  velha, admiro as rugas, o olhar maduro, a confiança, mas confesso, ainda me sinto meio menina,  perdida, jogada, largada, abandonada, fugida, amada, querida, odiada, incompreendida... Menina. Cá estou eu, uma mulher de mais de trinta, com sentimentos de menina....

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