2.11.13



Ah, eu e as palavras, esse regurgitar de sentimentos contidos no peito, no corpo, na alma... cá estou eu as voltas com minha palavras, com esses suspiros que tento traduzir em letras....
Hoje acordei e não consegui sair da cama, fiquei ali, sentindo, rodando para lá e para cá, desejando coisas que nem sei o que são, fiquei ali, deixando o corpo sucumbir a tudo, suspiros, doces lembranças, apenas, desejos, contidos, guardados, trancafiados... esperando.
Essa espera é o pior de tudo, esperar, esperar, esperar, o primeiro passo já foi dado, agora é uma questão de tempo, ó lá, já estou cá eu de novo as voltas com o tempo, quem disse que com a idade vem a paciência mentiu, tá?! Não, não vem a paciência, vem o bom senso, mas a paciência, não. 
Ainda desejo tudo com a mesma ânsia que desejava sete anos atrás quando esse diário cibernético surgiu, ainda desejo tudo com todos os poros do corpo,  ainda quero tudo agora, tudo já, ainda me vejo mergulhando de cabeça em tudo o que sinto, com a única diferença que agora eu penso antes, é, admito, penso antes, será que estou virando uma cartesiana chata e pensadora???? Espero que não, gosto da eu selvagem, da que faz e pronto tá feito, agora vamos recolher os cacos e partir para outra! Já recolhi tantos cacos na vida... nem ligo, vou seguindo assim, toda remendada, sorrindo, amando, olhando o mundo com olhos cada dia mais cheios de .... de quê? De histórias? De vida? De luz? De certezas? De quê exatamente estariam cheios meus olhos? Acho que é de sonhos, definitivamente, de sonhos...
Os novos sonhos podem te parecer assim, meio piegas, mas ando sonhando com uma família, ando sonhando com risos de crianças, ando sonhando com um companheiro, ando sonhando com uma vida um pouco diferente, não ponha na sua imaginação uma família piegas de subúrbio americano, não!!!! Minha família, é do meu jeitinho, sim, o sonho é meu e eu sonho do jeito que eu quiser... mas é assim, crianças na praia (já contei que me mudei para a praia? mudei, sim, eu, garota cosmopolita, amante da noite paulista, estou na praia, amando cada instante, mas vamos deixar isso para outro post, porque, como sempre, estou divagando e fugindo do assunto...) um menino que já vai crescer de prancha nos pés, cabelo assim, comprido, cheio de marra meu menino, colado no pai, acho que vem uma euzinha também, amante da arte, da vida, da natureza, um casal, é um casal, quero ficar aqui mesmo nessa casa na montanha, quintalzão, pertinho da cachoeiras de minha mãe Oxalá, meus rebentos vão crescer sem muita frescura, pés descalços, mão na terra, com cachorros e gatos, terão eles o nosso brilho no olhar? Nosso? Nosso? Ato falho? Ato falho. fica, deixa, Freud explica...
Então, minha vida anda assim, agora, sete anos mais velha, com mais histórias que dentes para contar (piadinha interna, acabei de tirar o penúltimo siso, me sinto meio banguela....) com mais anos que dedos (de pés e mãos..), com um ou outro fio de cabelo branco (pois é, abafa o caso...) mas ainda com muito desejo, ainda com muito sarcasmo, ainda com muito sorriso de lado, ainda tão cheia de vida que poderia explodir...
Mas é assim, a vida vai caminhando, cedo ou tarde o sonhos se realizam, precisava primeiro fugir, precisava primeiro ter a coragem de abrir a portinha e sair, lá vou eu, de novo, voando alto, dessa vez perto do mar, onde vou construir meu ninho, onde encontrei minha vida, lá vou eu voando alto, lá vou eu, me deseje sorte...

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