5.11.13

EntreOsDedos


Estou escorrendo entre os dedos, parecendo areia fina, indo, indo, indo, caindo, espalhando, fugindo...

A certeza de me ter foi o que atrapalhou tudo, era tão certo como dois e dois são quatro.... em que mundo mesmo, dois e dois são quatro? Porque, olha, no meu mundo, dois e dois é uma infinidade de números e respostas, pior ainda quando é um mais um, um mais um complica a vida as vezes, uma mais um, são dois cheios de pensamentos, desejos, caminhos, vontades... e se caminharem para lados opostos? E se mentiras atrapalharem os passos, e se desejos cruzados, cruzarem o centro e despertarem os olhos? E se um e um de repente viram três? E se um e um, de repente viram quatro? Como chama isso? Se enganam as mentes que já pensam e suruba, eu penso em família, olha como eu mudei... Penso em família... Palavrinha gozada, família, do que é familiar, do que eu conheço... Conheço? mas assim, conheço mesmo? Me assombro, não sei, tem dias assim, cheios das incertezas mais certas, da verdades mais mentidas, dos desejos mais contidos...

E olha eu aqui divagando de novo, falando de tanta coisa, sem falar de nenhuma específica, cá estou eu, de novo, jogando palavras, esperando ser lida nas entrelinhas das minhas verdades, procurando enxergar um bocadinho ali na frente do meu novo caminho, o que me espera atrás da curva...

Agora os dedos correm, os sentimento mais uma vez virando palavras, as dúvidas, transformadas em linhas, e eu aqui sentada, olhando o dia clarear, tá nublado lá fora, frio, úmido... Prefiro os dias de sol forte, janelas abertas, pássaros voando e eu sonhando. Dias de chuva, são pura melancolia. 

Me sinto assim mesmo, como o tempo, mudando, instável, e pobre de você meteorologista tolo, pobre de você que penso poder prever a instabilidade da mãe natureza...

Sou assim como o tempo, tem horas que chovo no meio do dia, mas logo logo faço sol e redemoinhos de ventos, lambendo cabelos, levantando folhas, então esfrio, o com o vento frio um arrepio, transformo, mudo, sol com chuva, chuva e sol, arco-íris no caminho, entre as lágrimas salgadas de tudo o que estou deixando para trás, o velho o novo, indo, indo... escorrendo entre os dedos feito areia fina, daquela bonita, das garrafas coloridas, compradas numa viagem linda num feriado de sol...

Cá estou eu, misturando cores, levando sonhos, desmanchando as dores...

Indo.

Respiro fundo, me calo, inspiro, pergunto.... eu voltaria? Eu ficaria? Eu me pergunto, e você, o que faria? Me guardaria numa redoma de vidro? Me jogaria pro alto? Me poria num aquário? O que você faria?

Estou indo, feito areia fina, nem sei mais se ainda é possível fechar os dedos, se ainda há um grão entre os dedos, não sei, me sinto no vento, jogada, arremessada, voando... estou no vento e nem sei se ainda há tempo de me resgatar de novo...

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