12.7.07


A doçura de um momento roubado, um amor destonado, perguntas que não querem responder, instantes que não querem ceder, as dúvidas e são muitas, os olhares poucos para tanto tempo, o não saber mas ter certeza do amanhã, ou não.

Respostas vazias, sem o querer confirmar, pois do amanhã, nem meu destino pode confirmar, continuamos na corda bamba, sem pender para lá ou para cá, nos olhos apenas a certeza de um dia chegar do outro lado, que lado? É mesmo o que quero? Caminhando sem juízo, querendo encontrar um destino já perdido, nada aqui dentro, nem dor, nem sofrimento, talvez momentos de pura fantasia, cores escondidas, por trás de tanta purpurina.

Alguns momentos voltam, tão rápido quanto se foram, mas são apenas minúsculos instantes, sem fundamento algum, apenas não deixando esquecer o que já foi esquecido e perdido, mas existiram passagens, que não quiseram dissipar e por noites que me pareceram intermináveis, atormentaram meus sonhos e pesadelos, e lágrimas escorriam, nessas noites, pensava nunca mais poder encontrar, nada igual, hoje apenas a certeza de que embora nada possa comparar, outras ainda surgirão, talvez com mais ou menos intensidade, talvez com mais ou menos paixão.

Me pego de novo, envolvida em palavras que jurei não mais proclamar, envolta em pensamentos em lembranças em momentos...talvez, talvez ainda sinta algo, talvez ainda lembre, mas não quero, já morreram todas as flores, faleceram, de morte morrida, não matada, em seu próprio tempo, tempo, coisinha gozada, o tempo, correndo em seu próprio momento.

Um dia, tão logo me permita a vida, também irão as flores do meu próprio jardim, não deixando nem semente, apenas lembranças, nem doces, nem amargas, apenas lembranças, memórias sem gosto, sem cheiro nem cor.

Eu e meus devaneios, perdida no que ansiava em dizer no começo, me esqueci, já não têm importância, eram apenas palavras, que puxaram outras, dizendo coisas, fazendo lembrar, apenas lembranças, nada mais.

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