17.8.07


Pousada pensando numa ilha paradisíaca, sentada num galho sem saber se ainda posso voar, querendo partir e ao mesmo tempo sem saber se ainda pretendo voar, não sei se existe algo que me prende ou se realmente estou por querer, na verdade explodir seria muito mais opção, berrar surtar, talvez seja a febre afetando todos os sentidos, quero apenas deitar, olhar para o teto deixar de pensar.

Novas manias, tudo muito diferente e tão conhecido, o que é tudo isso que jurei nunca mais ver, sabemos bem como é isso esse nunca mais que nem vem nem vai, e pode parecer que falo de coisas que já se foram mas na verdade não é isso, algumas boas lembranças não despertam mais o interesse, talvez alguns dias uma remota e leve ponta de saudade, nada mais, o passado que bateu à porta e eu deixei entrar.

E é bom, é igual e ao mesmo tempo totalmente novo, mas não deixo de pensar no que já foi e temer que volte a ser, e fico confusa, distribuindo as matinais patadas desse serzinho aqui dentro que as vezes é bem rude ao sol da manhã, sem saber expressar, querendo apenas ficar ficar sozinha, um pouco em minha própria ilha.

Mas nem só disso meus pensamentos vivem, é momento de pensar no amanhã, saber fazer coisas que não sei, contar moedas e fazer as contas, é preciso, caminhar um pouco só, sem mais palpites ou interdições, sem mais ninguém, apenas as próprias pernas, e é muita coisa, tanta informação e são sonhos de futuro, que não sei por onde começar.

Ouvir um pouco o outro e não mais uma só voz, sentar do lado oposto do divã, e tem que ser agora, o relógio não pára, e é tempo de tudo novo.

Como sempre ainda confusa, como sempre sempre certa da incerteza do amanhã, a febre só fazendo tudo um pouco mais cansativo, ficar mais um pouco, deixar que tudo flua sem ter tempo de ver o sol se pôr...apenas mais um pouco da minha doce ilusão.

Um comentário:

luz disse...

O pasado beteu naminha porta também, com força arrasadora, querendo tomar conta do meu presente e ser quase todo o meu futuro... Mas sem avisar troquei a fechadura, mudei de casa, de corpo e de coração. Esse passado que tanto me doeu, não volta mais não.Sou dono da minha vida, abandonei alguns sentimentos, estou dando ouvidos a razão. Beijos se cuida...saudades.