23.2.08

AKP 3517

Que mundo é esse habitado por seres que me causam tanto asco? Jovens, talvez mais velhos ou mais provavelmente mais novos do que eu saem de seus carros e espancam outros jovens, talvez mais novos ou mais velhos que você. É sempre diferente, ouvir falar destes fatos e realmente presenciá-los. É sexta-feira à noite, já início de uma madrugada quente que deve reservar a vários outros jovens uma noite espetacular, a outros, como esse menino do carro branco, apenas um tanto de dor, dentes quebrados, um carro destruído e quem sabe quais outras mazelas, as meninas que acompanhavam os outros dois jovens covardes, devem restar lágrimas, remorso e espero que um pouco mais de discernimento em suas futuras escolhas de companhia para o futuro.
O que reserva o futuro aos moleques covardes? O mesmo que reserva a muitos outros dos bem nascidos sem consciência do mundo, uma boa faculdade, um bom emprego e obviamente uma vida de impunidade!
Se o que fiz foi o mais correto, não sei dizer, só sei que o homem do outro lado da linha me perguntava se eu ainda estava no local, não, não estava, tive medo, muito medo e de portas trancadas, sim, deixei o local, me dizia o homem, os dados não batem, insisti na placa, na cor do carro, mas não sabia dizer a marca, pensava numa saveiro, talvez não fosse...Mas não consigo dormir, quem dera tivesse forças para fazer alguma coisa, quem dera tivesse a coragem talvez não fosse o ato mais esperto, mas ao menos, não teria sido conivente.
Eu, entre tantos outros espectadores da barbárie humana, só pude olhar, eu e mais uma multidão de homens, mulheres, jovens, velhos, não fizemos nada...
Todos os dias homens se batem, se ferem, machucam uns aos outros das mais diversas formas, onde nasce esse ódio contra o próximo? De quem é a culpa? E o que podemos fazer para mudar?
Cada dia, perco um tantinho mais da esperança depositada no outro, cada dia, um tantinho mais, a maldade humana me assombra.
Ainda dá tempo de mudar?

Nenhum comentário: