25.5.07

Escolhas


Somos produto das escolhas que fazemos, dos caminhos que decidimos trilhar, não julgo pelas decisões tomadas, não quero saber do que será por diante, não me interessa, não interessa pois não quero crer nas palavras, não quero crer no lido, não quero crer nas lágrimas, não quero crer em nada. Será esse um caminho mais fácil?
Me falaram em covardia, talvez, mas não quero pensar nisso, na verdade, prefiro pensar, pensar, palavra um tanto diferente de acreditar, mas acho que se tentar bastante, chego lá, foi só um jogo não foi? Pra sair da rotina? Esquentar o passado, não quero saber, as vezes acho que quero, mas logo me convenço que não. Pois existem duas coisas que ainda ressoam nos ouvidos e fazem arder o coração, "me espera", esperaria a eternidade, esperaria, mas não, não foi o que disse no final, quando respondeu que "sim". Engraçado como são contraditórias não?! Talvez eu esteja sendo um tanto cruel, sim, estou sendo sim, cruel, mas não é assim que a vida é?

Queria poder gritar com você, te dizer entre lágrimas tudo o que sinto, mas quer saber, não valeria de nada, pois já não acredito no que foi, minhas flores estão mortas, todas murchas num vaso já sem cor. Tudo o que eu queria era você, estar ao seu lado, viver tudo aquilo que me parecia tão lindo, tão mágico e inexplicável, ainda não há, explicação, não haverá...
E se eu tivesse dito sim, eu se minha escolha fosse outra, seria eu eternamente a outra? O que seria? Esperaria eternamente por um momento meu, um dia só meu ou algo que seria pra mim? Me diz, me diz alguma coisa, qualquer coisa, não tente ler em meus olhos, a resposta que quero ouvir de teus lábios, de teu coração, diga algo, o que sobrará em tua memória do ontem?


Não quero ser apenas memória entende? Quero estar lá, te contar dos meus dias, quero saber dos teus, te mandar fotos e dizer coisas engraçadas quando SEI que precisa, não quero preencher as lacunas, quero sê-las todas, entende agora? Sei que posso, e não me venha falar em cumplicidade, não use isso como uma desculpa, quero te pedir para ter coragem, quero estapear você, e te pedir para acordar, para ser o homem que conheci, impulsivo, irracional, vivo.


Essa história, eu já sei de cor o final, já sabia, e nem sei porque vivê-la novamente, mas algo me impulsionou e foi tão maior que eu, tão mais forte que não pude controlar, e me sinto estúpida, uma verdadeira idiota por acreditar nas palavras de um ator, por me deixar levar e fazer voltar um milhão de sentimentos que eu tinha por tanto tempo dormindo num quarto escuro.


Podia me fazer voltar e não o fez, trancou a porta desapareceu, são os pequenos gestos que contam no final, fechou a porta, acabou a mentira.


Não lhe desejo mal algum, desejo que sejas feliz com tuas escolhas como tens sido até hoje, lembra quando me disse isso, que acredita assim como eu que é o passado, que faz de nós o que somos, o passado è composto essencialmente, de escolhas.
Entretanto, existem sempre bifurcações...


Um comentário:

Anônimo disse...

Sim... são contraditórias sim, desde o começo... foi jogo aberto. A razão contra a emoção... o "sim" contra o "me espera". Cartesiano de merda que sou... O "sim" reflete incerteza, pois se houvesse certeza, não haveria dor nem lágrimas. O "me espera" reflete meu coração, desnudo, escancarado... , querendo novas e deliciosas descobertas, mas... confuso. Fiz o que tinha que ser feito, disse o que tinha de ser dito, impulsivamente ou não. A minha natureza está repleta de contradições.... interprete-as você, se bem quiser!

Não me importo com a sua crueldade, fomos nós cruéis desde o início... brincamos com fogo, e agora ardemos... Mas serei cruel com ti também, porque não gritou? Porque não chorou? Porque não me estapeou? No fundo era o que eu queria... era SIM. Talvez desta forma a história teria sido outra. E se... Como vc mesmo escreveu outrora, palavrinha maldita cheia de interrogações... E se tivesse dito sim? Não disse.

Entendo, e entendo perfeitamente... sempre entendi. Mas por favor, não reduza o que desconhece. Não me julgue, por favor... Não coloque em dúvida meus sentimentos. Só lhe peço isto.

Me abri, fui sincero... mostrei meus medos, meus conflitos... chorei, apertei meu coração quando falei, e no entanto fui classificado como um dissimulado, um ator? Seria digno de palma de ouro em Cannes com larga vantagem, acredito.

Sim, fechei a porta... esta é minha maneira de estancar a dor, cessando-a rapidamente.... foi assim, igual ao 1° dia. Se pra você este gesto significou simplesmente o término da mentira, nem imaginas o que tenha significado pra mim...

Só uma coisa justifica tuas duras palavras, a dor que creio também está sentindo.