1.6.07


Olhos olhando nos olhos, boca, cabelo e nariz, olhos perdidos nos olhos, sem dizer dizendo tudo, sem reservas sem tempo, com pressa de ter pressa, sem ser efêmero, olhos mirando na alma perdido no espaço de um tempo vazio, olhos molhados de felicidade, piscando tão rápido para não perder milésimos de olhar, sorriso sem graça escondido, enrolado no pescoço querendo gritar, bocas coladas suadas de tanto beijar, lábios cansados arfados mordidos, desejo incontido, mãos buscando o toque da pele, contato quente, o peso do corpo caído, coração pulsando tão forte, batendo um contra o outro num ritmo doido, que nunca antes existiu, palavras que parecem não dizer, não dizem mesmo tudo que se quer fazer compreender, mas os olhos, ah os olhos, esse sim, dizem repetem o tempo todo, sem censura, quase que gritam alto demais,

Cada segundo é um, único, não volta, guardado, com pompa, numa caixa repleta de instantes que não se querem ser esquecidos, repleto sim, mas não cheio, nunca estará, e será construído um castelo para guardar todos os tesouros dessa história tão linda que está sendo escrita, bordada com cuidado na seda branca, com linhas coloridas, fios de ouro e pedras preciosas, mas também as não preciosas, pois nesta reside a beleza de uma coisa tão simples e tão importante, um castelo sem portas, sem pontes, aberto para quem quiser visitar, pois tão belo será teu reino, e teus domínios que é maldade não dividir...é felicidade que não cabe, e parece as vezes nem mesmo ser possível existir.

Simplicidade de detalhes, um gesto, um toque, uma fala, um momento precisado, cada pequeno momento é maior que todas as grandes histórias, achado, sim estava lá, escondido, fingindo não saber de nada de fora, mas achado, puxado com força, arrancado do vaso e agora livre para voar, sem querer fugir, sem grades, sem gaiolas, pousado querendo ficar, sem nunca partir, achado, foi tão procurado, em todos os cantos, nos mais escondidos, achado e parece que já tinha passado e que não era para ser, pois nunca antes imaginado, pensado, nem ao menos por um segundo, achado, porque tinha que ser agora, neste momento onde antes separados precisavam ficar, aprender e viver, agora que achado uma nova história, uma nova vida, uma nova trilha há de se seguir, com curvas sinuosas, lindas, as vezes de noite outras tantas de dia, não importa, é nova e será sempre, seguida com o cuidado de ser sentida, colocando cada dia mais lenha para não apagar ou virar apenas carvão morno, não, será sempre incêndio, queimando, ardendo por dentro, sempre.

Sempre, sempre, palavra que quer dizer tudo o que diz, é o que vai ser ser, sempre, um adeus existiu no meio e não existirá jamais, sempre, olhos nos olhos, silêncio gritado, momentos novos que parecem antigos, já de muito muito tempo atrás, momentos já vividos guardados na alma momentos que serão revividos agora, desta vez, neste planeta, pois num outro já ficou para trás e não se há de lembrar mais, agora achado, será vivido, cada dia mais.

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