21.6.07

PortasEJanelas


Feche a porta, não passei mais por este batente, tranque também as janelas, não pularei o muro, não deixarei que nada interfira no percurso, não olharei para os lados, embora, algumas vezes os olhos saiam de foco, não, essa porta não, acharei outras, tantas abertas ou encostadas, mas não esta, ainda as vezes suspiro, baixo, escondido mesmo de mim, mas não mais, não importa, não é hora, nem chegará, talvez, mas não agora.

As vezes o coração lembra, a cicatriz lateja, mas não, não mais, embora, não, foi duro chegar até aqui, mas que graça teria o caminho sem as pedras que nos fazem mudar, embora a saudade sussurre, me finjo de surda, sigo, canto, pulo e danço, não importa, já importou, muito, agora, apenas imagens, um tanto apagadas, cheiros, perdidos, gosto...não lembro, apenas imagens e alguns sentimentos.


O pensamento voa e lembro, não quero, busco outras coisas, vasculho no interior do armário por outros momentos, os acho, os revivo em minha mente, busco na realidade, olho, vejo me vê, não sei, é estranho, ainda existe algo, mas não sei em que tanto, em que canto, talvez seja apenas ilusão, mas busco, para não pensar no resto.


Comparo, tão distinto, chega a ser até engraçado, como pode, só comigo mesmo, assim que eu gosto, pessoas diferentes, me fazem sentir diferente. Não há como comparar, são sorrisos, olhos, cabelos, corpos, tudo avesso, contrário, oposto, então a música, esta me agrada mais, muito muito mais, mas é a música que os torna iguais, a paixão pela melodia, o saber do som. Embora diferentes acordes.


Então, mesmo não sabendo se ainda é, busco, olho e me faço crer, talvez nem queira realmente, mas é só para me enganar, faço isso de maneira consciente, quero mais, ajuda, atrapalha, sou assim. Me faz sonhar, talvez hoje, se torne realidade, ou talvez não, mas ainda assim, vou me divertir, como sempre fiz, e rir, e dançar e cantar e escrever e quem sabe até pintar.


A vida é curta demais, e existem portas que simplesmente, é melhor fechar.


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