15.6.07

SentidosPerdidos


Sempre esteve aqui, guardado calado, fingindo as vezes não existir, tentando sempre não acreditar, mas nada daquilo se foi, e agora que voltou, parece que foi ontem que tudo aquilo aconteceu, as conversas, as risadas, os instantes que quase falávamos, as músicas, o palco, as luzes, o som alto demais, mas quem precisava falar?

Incrível como o tempo nos dá tempo para tantas coisas, mas não para esquecer plenamente, seguir sem pensar, sem sonhar, apenas adormecido pelos momentos conflitantes que precisávamos crescer, passar por dores e amores, para entender, mas ainda não é tempo, aprendi isso, deixar que o tempo dê seu jeito, com calma, embora totalmente fora de minha natureza impulsiva, serei calma.

Que a vida tome seu rumo, no lugar e hora marcados, um dia, quantos forem precisos, não deixarei que a ansiedade tome conta, não cantarei músicas de Bebel e Cazuza, embora esta, ainda viva em minha memória, serei outra, uma nova, calma, serena e tranquila, outra, embora ainda a mesma, outra, embora nova.

Foi preciso tempo, para que o tempo se encarregasse do momento, foi preciso calma, para que a calma se mostrasse própria, cheia de mistérios que talvez só Alice possa compreender, ou talvez nem ela, mas são delas as palavras que sempre mantiveram esse algo vivo, alguns dias adormecido, outros, é, nem tanto.

E quando penso parece que tudo sempre fez questão dos encontros desencontrados, de coisas que nos obrigam a ter coragem, pois se um dia, isso for real, será preciso muito, será preciso mais que força para retirar pedras, coisas, pessoas, tanta coisa no caminho...que até me aprece impossível que possa se concretizar.

Mas é a memória, dos teus olhos, do chamado, da música, das pequenas histórias, isso ainda vive, estranho, pois me parece tão perto, mas provamos, um para o outro, um pelo outro que fomos capazes de não apagar os momentos, de lembrar, recordar, das pequenas coisas. Não adianta explicar, não vale a pena compreender, é isso, ponto, e vai ser, como tiver de ser...

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