15.6.07

PalavrasEVírgulas


Entre palavras e vírgulas e frases, tentando entender, querendo explicar, não existe forma, não tem contorno, são pensamentos, jogados, espelhados numa tela de computador, mil sentidos, cada um com o seu, não importa, são palavras, não têm a pretensão de ferir, nunca tiveram, foram palavras, sentidas com tamanha intensidade que pediram ser escritas, tatuadas, eternizadas de qualquer forma possível, cabível, menos que o sentimento, pois não cabe em si, nem no outro.

Entre gestos e beijos, nada cabe, nem tudo conta, apenas o momento, ficará guardado, entre tantos outros, mas palavras talvez não expliquem, nem pretendem, é a verdade de cada um lida com os olhos da alma, palavras sem podem ser mal interpretadas, mas de que importa medi-las então, nunca farão o mesmo sentido, serão sempre lidas, sempre interpretadas à maneira que nos cabe, únicas, palavras, jogadas, não ditas, esquecidas, fugidas, roubadas, palavras que só querem dizer, sem se importar com o quê.

Palavras que contam aos pedaços, que mexem com os passos, que correm noutra direção, não querem ferir, já quiseram, e mesmo em sucesso, não curam, não querem mais, são doces, ou o tentam ser, mas´são as mãos que tomadas de sentimentos, insistem em escrever de forma que pareça mais do é, menos ternura e mais agulha, mas são palavras, apenas palavras, histórias, tantas, instantes, infinitos...

Mas agora em face de outras palavras, trocadas, escritas, não ditas, são novos rumos, novas verdades, já não há mais espaço para ferir, agora, graças as palavras, são doces, memórias, contos, caixas, não caberia em uma, é grande o que foi.

Talvez num outro mundo, em outra vida, de novo, mas agora não mais, e isso entristece, por saber que era certo, por ainda no fundo crer em coisas banais, mas não se pode dizer que foram caminhos ou momentos errados, foi um encontro, mas por motivos outros, desencontrado, momento errado, talvez?

Foi antes, mas éramos apenas transeuntes, passamos, um pelo outro, sem nos ver, fechando os olhos, mas talvez não fosse lá, e quando foi, alí, tão perto, não existem forças para lutar, caminhos se cruzaram, e poderiam seguir juntos, mas agora separados, lá na frente, não acho, não acredito, mas é o mundo, pregando peças?

Quem se engana de si mesmo? Não se engana, não creio que se engane, mas quem sou eu, apenas um pássaro sobrevoando, tirando conclusões por trás de nuvens, não, são apenas o que os olhos cansados já não podem ver, então, não valeria tentar compreender, está embaçado...

Mas são apenas palavras que já foram e já voltaram e nada disseram, nem vão, não há o que dizer, são apenas palavras, voando com o vento.

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