14.7.07


Olhos abertos antes de adormecer, pensamentos, coração acelerando, acelerado, ouvindo apenas as pulsações, coisas deixadas para trás, por puro descaso de simplesmente não estar afim, tantas coisas que me esqueço diariamente, farei farei, farei, o quê, não quero, nem sei mais.

Afazeres diários que me cansam por não querer o cotidiano. O todo dia me cansa, sempre as mesmas coisas, rotinas que me prendem e coleiras visíveis, olheiras, olhos fecham, sono vêm, nada mais do que o mesmo de ontem, o mesmo papo, a mesma história, explicações que não quero dar, nem mais ferir, pois o é todos os dias quando digo não, não agora, não sei se depois...

Seria mais fácil dizer sim, voltar àquela velha rotina, apenas sorrir, fingir ser feliz? Não posso, negaria quem sou e seria eu a fechar as algemas de minha vida, pulso cortados, querendo fugir, os braços doendo, forçando um momento de partir, não seria eu se dissesse sim, nem em mim, morreria, tudo, tudo o que sou, não sei se o momento voltará, neste instantes, nesses dias, não acredito e nem quero pensar.

É bom, o reencontro, estar perto, nem tão perto, entende? É uma linha tênue entre dois mundos e não quero ultrapassar, mas acontece que a alma, bichinho engraçado, quer um pouco, mas nem tanto para abrir todas as portas novamente, então me prendo, digo não, e parece mentira e não sei explicar.

Porque é o querer fazer parte mas nem do todo, pois me parte, então confundo, confusa, sempre assim, e aí confundo, os olhos que buscam e vêem apenas o que querem ver, não ouvem as palavras que explicam mais que a alma, ao menos neste momento, onde tudo parece incerto e não sei nem quero responder mais a estas perguntas, nem mais falar nesse assunto, que me irrita, me enche, me deixa arredia.


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