25.4.07

BenditasMãosDescalças




De uns tempos para cá, uma pergunta vem me incomodando, quanto tempo demora o tempo para passar? Veja bem, não falo sobre esse tempo do relógio, que contamos quanto tempo falta para o banco fechar? Quantos dias faltam para o feriado chegar, não, tenho pensado num tempo subjetivo, o tempo de cada um. Cada um de nós tem um tempo próprio, de onde vem esse tempo?
Quanto tempo demora uma ferida para cicatrizar? Quanto tempo se demora para se apaixonar? Quanto tempo demora para se decidir? Quando tempo demoramos para amadurecer ideias, pensamentos, atitudes? Quanto tempo demoramos para esquecer?
Será que quanto mais penso nisso, mais o tempo demora a passar, ou será que se pensar bastante no tempo ele pensará mais em mim?
Hoje acordei bem, não incrível, mas bem e me parece que com o coração mais limpo, mais leve.
Escrever todos os dias tem sido bom demais, não importa que as vezes sejam coisas meio desconexas, visto que, a vida não tem uma lógica sentimental mesmo, acho que aí que está a graça, já pensou se todos nós fizéssemos sentido, que coisa mais chata e monótona seria.
Onde estaria o grande mistério do outro? O que haveria de se descobrir...
Não quero fazer sentido, quero continuar sendo esse bichinho estranho, cheio de pensamentos abstratos, confusos, desconexos...
Quero continuar me descobrindo a cada dia, a cada milésimo de segundo, as descobertas nos impulsionam para frente. Quero viver essa vida, assim, mais leve, com menos dramas, acredito que a melhor forma de isso acontecer seja focando mais em mim mesma, porque o coração só dói, quando focamos nos outros.
A felicidade depende de nós, e não creio que seja preciso procurar muito, ficamos escavando sim, mas busca das tristezas que tomam conta de todo nosso ser, cavamos, cavamos e cavamos até encontrar algo com o que nos preocupar, a felicidade está aí, ao alcance dos dedos da mão, sim, dessa mão descalça, bendita mão descalça que agora pode sentir o toque da felicidade, posso senti-la nas pontas dos dedos...
Vou tapar o buraco da tristeza, não com terra ou com cimento, deixarei que a felicidade vá preenchendo aos poucos esse buraco, até que a tristeza não aguente mais e fuja, corra para bem longe, nesta casa agora só há lugar para gente feliz.


Não é bonito? Eu acho...

2 comentários:

Roberta Ristori disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Roberta Ristori disse...

Lindíssimo! Me reconheci nele, eu e minha eterna desarmonia com o tempo! rss