18.5.07

ARoseira


O modo como aquele pequeno querubim se agarrava ao ramo de rosas vermelhas, feliz, mas ao mesmo tempo ciente da partida prévia, um adeus sem querer dizer tchau, indo, mas querendo ficar, a maneira como a chuva não os toca neste momento, tocará, eventualmente, quando a rosa ou o querubim se forem, a chuva os despertará para a realidade...

Será esta a verdade que queremos sentir, ou os momentos do eterno abraço permanecerão nos corpos já molhados? A respiração ofegante, o desejo, o abraço que parece não caber em si.

Sim, é para você, exclusivamente, falando do abraço, do desejo, da boca que parece não caber de tanto tesão, de desejo, o espaço me parece pouco, um centímetro talvez, mas uma eternidade para tocar, lábios colados....

Como seriam teus lábios colados aos meus, mero desejo não realizado que permanecerá guardado, acuado, doído...sim doído, sabes o quanto me custou afastar teus lábios dos meus? Ah, eu sei, mas me segurei a promessa de que seria apenas isso, nada mais, samambaias presas à parede...meras testemunhas de algo sem vírgula, de desejo se remédio, suspiros sem fim...

Volta, mais uma vez, volta, mais um abraço e vai, só mais um, me ponhas na cama e me faça dormir...me cubra com teus braços até adormecer sem tempo, um beijo não dado, calado, esperando...querendo, implorando, volta...só mais uma vez, volta...

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