A paciência, a espera, a passividade, o conformismo, a acomodação, a apatia, a neutralidade, adjetivos que não se encaixam em meu vocabulário, não fazem parte de minha natureza, entretanto os enfio goela abaixo embrulhados em miolo de pão para que consigam deslizar a alcançar o âmago, desce pesado doído, sinto ânsia e quero pôr tudo para fora.
Esse tempo não me agrada, não me espera e eu não espero por ele e como sou o que sou já sinto raiva, mordo os lábios e olho para os lados, nem faz tanto tempo assim, mas já me consome algo, já não sei se quero assim tanto saber, pois não me parece algo bom, notícia ruim chega logo sempre me disse, uma senhora de cabelos loiros, nariz que apontava para os pés e sorriso dócil, mas não sei se quero esperar que cheguem, quaisquer que sejam tais notícias, uma tempestade se forma aqui dentro e não sei quando vai chover, o medo misturado com uma certa tristeza e me sobe uma ira pelas veias, não gosto da combinação de tudo isso, muito menos em como isso se mostra.
Um impulso de falar, de saber e de berrar, qual é? E fico oscilando entre o racional e o irracional e as teclas do computador batendo cada vez mais rápido, cada vez mais forte , como se isso apaziguasse a ansiedade, mas é apenas uma pequena válvula de escape para tudo o que quero dizer e sentir, tenho medo que a coragem tenha fugido de teus olhos e teus lábios e que ... é é isso mesmo, e sei que não devo dizer, mas digo, tenho medo que este cartesiano de merda tenha deixado a racionalidade tomar conta e tenha se esquecido de tudo, do quanto foi incrível... ahhhh vou gritar.
Estou de mãos atadas, e é isso o que mais me dói.
Um comentário:
Tens que crer no que lhe digo... se tivesse, não precisaria ter lidado com tais adjetivos. Este cartesiano de merda tem uma ótima memória e não se esqueceu de absolutamente nada. Como poderia esquecer? Desate o nó que prende tuas mãos, e trate tua dor. Grite se for aliviar. Não houve e continua não havendo o que temer, assim... como vc leu em meus olhos.
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