9.6.07


Estou achando tudo um tanto chato demais, sem sabor, sem cor, sem cheiro ou forma, tudo tão igual a qualquer dia normal, sem intensidade, odeio dias comuns, sem nada de novo para ver o ouvir, apenas as mesmas caras, os mesmo papos, a mesma eu, andando sem sair do lugar, procurando o que já encontrei, nada, tudo igual a ontem, preciso de algo que faça arder, aqui tá tudo morno, sem nada para contar, novidades de um dia qualquer, não tem ninguém com quem eu queira falar, me enterrar na cama, um bom livro vai ajudar, nada, tudo igual...

O tédio é pior que a morte, consome, aos poucos, olho e não vejo nada, nada interessa, nada onde queira realmente pousar os olhos, procurando, tentando achar o brilho em qualquer coisa, mas me parece tudo um pouco opaco, nada, nem sol, nem chuva, tempo bobo, sem foco, sem ter no que apostar, nem sei se quero também.

Tudo tão chato, não gosto assim, nunca gostei, olho pro mar e está tão calmo, nem peixes nadando, nem brisa soprando, sem nuvens no céu, nem marolas para contar história, nada, calmaria, estou navegando no meio do nada, sem ilhas ou portos, também não faria diferença, não quero atracar em lugar algum, uma tempestade seria bom, mudaria os rumos, levaria tudo para um antigo baú, empoeirado, mudaria a vista da janela, que já conheço todos os detalhes, são imagens que já vi tantas vezes e me canso, é dia, mas não vejo nada, a noite chega e estou na mesma, querendo ir, mas não sabendo como partir, é tudo igual e não tem pra onde ir.

Estou andando, caminhando sem parar, em círculos, ou seja, parece que ainda não saí do lugar, não é mesmo? Não existe um motivo aparente, nada, mas é assim, sem graça, sem movimento, são as coisas que me matam por dentro, essa vontade do novo, mas sem saber como, não há ninguém com quem queira falar, sei que é preciso, mas não quero, nesse momento, parece que nada agrada.

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