14.12.07


Alguns dias, quando acordo cedo, ligo a televisão, eu poderia escolher assistir aos desenhos, coloridos, divertidos, engraçados... acontece que sou teimosa e ligo no jornal, o dia que poderia começar com risos, se inicia com a revolta, com o questionamento do que eu poderia fazer para mudar.

Uma mulher morre, pois não tinha dez reais para completar o valor da bombinha de asma, policiais são presos por pedofilia, homem morre ao cair com carro no rio Tamanduátei, mas essas são diárias, já não me causa tanto espanto, olha só o que estou dizendo, as notícias já não me causam espanto, sim, me repito, pois não me conformo, é a realidade de todos nós, não nos espantarmos mais, ao ver e ouvir a desgraças alheias do dia-a-dia.

Como é isso né, não nos importarmos, essas coisas já fazem parte de nosso cotidiano.

Aí, então, hoje, uma reportagem sobre um morador de rua que mora num buraco no meio de uma Avenida, ele chama Sérgio, e respondeu ao repórter que se sentia mais seguro morando no buraco... ele tem filhos, já teve uma família, uma casa... perdeu tudo, e chorou, eu chorei junto, porque nesses momentos eu fico pensando nesse país que nós vivemos, não olhamos mais para o lado, e quando vemos alguém na rua, acho que nem pensamos mais que aquele cara lá, deitado no chão, é gente, que nem a gente... e que de certa forma é culpa minha e sua ele estar lá... o que fizemos para mudar essa situação? O que podemos fazer para mudar?

E eu fico pensando em formas de ajudar... e mil ideias me surgem, e confesso, não sei por onde começar.

Eu acredito que esse sentimento não seja só meu, e como não, onde3 estão estes tanto outros como eu que engolem seco esse sentimento, que fecham a boca quando deveria falar... as vezes falamos, e as palavras se vão com o vento, viram fumaça e se esquecem se si mesmas...

A culpa disso tudo não mudar, é um pouco minha, um pouco sua, um pouco de todos... e não adianta mais dizer que é daquele que detêm todo o poder... é nossa, e é momento de mudar, é o momento de começar, e um a um, espero que possamos todos juntos lembrar que o cara que está lá, e gente, que nem a gente.

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