23.12.07

Busco palavras, procuro explicações, as palavras não me bastam, os cigarros só me enjoam...
Achei que seria preciso esperar um pedido, as mesmas palavras que outrora num passado nem tão bem esquecidos, foram jogadas ao ventos de forma displicente. Naquele tempo era preciso um porto seguro, um lugar onde aportar...
Neste momento já não importa, se ele estiver lá, que esteja, será bem vindo, muito mais do que imagina...
Entretanto não precisa pedir, melhor assim e é difícil querer explicar, compreendo o que me fiz mostrar, indecisa, incerta, os atos contestaram as palavras, concordo, fiz tudo que jurei não fazer, disse nunca mais, e voltei, como poderia outra vez acreditar em mim? Estou certa de que eu não acreditaria, espero que sejas alguém melhor que eu ...
Quero ir, por mim, não precisa pedir... e se eu estiver errada, já estive tantas vezes, como diria o poeta, colecionarei mais um soneto, outro retrato em branco e preto...
Mas não posso ficar na morada onde o coração não reside, não poderia, não sou assim.
Sou feita de alma, desejo e coração, tá faltando uma parte de mim e nem que saia por aí à procura pelo resto da vida, bêbada errante pelos bares da vila, estarei procurando esse meu coração.
Confesso, o medo está escondido atrás da porta, só de olho esperando a tão esperada hora da decisão, a ansiedade se instalou em meu leito e dorme abraçada comido nas noites de solidão.
Desta vez, é tudo um tanto mais difícil, na verdade um tantão assim, mas com poderia eu, abdicar dos sonhos que com tanto zelo cuidei por toda a vida, confundi tudo, troquei os pés pelas mãos de novo, sou assim, vou consertando os erros no caminho, trilhando essa vida assim meio perdida, o que se há de fazer?
Como poderia eu não sentir como a pele arrepia, como a boca suspira, como poderia eu negar, por toda a minha vida?

Nenhum comentário: