25.12.07

MeuEuLírico

Palavras, gestos, pensamentos, idéias, passam circulam, ressoam, ecos, momentos instantes, nada mais, nem certo ou errado, apenas está lá. Quieto maroto momento esperando a hora de chegar.
Que seja que se vá, que foi ou talvez ainda o é, nem sei nem quero, jogos de palavras, sentimentos entrelinhas, verdades escondidas onde não se quer encontrar, velamos os próprios olhos com tules coloridos, querendo acreditar que é tudo muito mais mágico do que fora do espelho é.
Buscamos cores inexistentes num universo vulgar, fui eu quem trancou os monstros no armário, deixei sair os seres fantásticos do espelho do banheiro, nem tão rosa assim, apenas mais divertido, um pouco mais de novidade num mundinho tão chinfrim, que graça tem se tudo já se sabe?
Queremos descobrir um mundo novo, mentimos tanto no passado que agora tudo virou verdade, o que seria melhor? Soltar os fantásticos ou desvendar a verdade de teus olhos? Quero tudo, tudo agora sem demora, mais graça, mais diversão, mais vida.
Quero os risos de crianças, quero mais ingenuidade, menos disso tudo, mais dos sonhos, que sonhos, tão cunfusos quando acordo ensopada no meio da madrugada, estrelas velando meus sonhos e pesadelos, sonhando inúmeras vezes de olhos abertos, sol como companhia...
Menos disso tudo, um tanto mais daquilo outro, que outro? Sabemos nós o que espera na curva da estrada? Apenas o doce canto das sombras chamando a caminhar, somente o desejo dos pés de continuar.
E vejam, vejam bem, não me quero fazer explicar, é a boca cantando os versos, outrora esquecidos, mudos pelo sonhar, de olhos abertos, agora, nem sei se quero lutar, viver neste instante me basta, a vida tomou outro significado dados os fatos, que ainda me fazem os olhos marejar, é curto, é êfemero... a efemeridade da vida encanta, então que seja, como diria o poeta, que seja eterno, o tempo que durar, sem ontem, sem amanhã, o agora, o instante, o que vale é o que se dá valor. Nem mais nem menos, nem dançarei conforme a música que toca, canto pra mim e nessa dança estranha, sou mais uma vez assim, desse jeito que sei ser, e se parece loucura sou assim, já cantamos sobre isso outra vez, e dizem mesmo que sou louca, mas eu sou assim, e feliz vou seguindo, enquanto o tempo aqui durar, vou indo, louca sim, mais consciente, é um trunfo, saber onde começa e onde termina a minha realidade, louca sim, do jeito que sou...
Entretanto não tenha medo, prometo que não vou morder, bem talvez um pouco, não vou surtar, quem sabe só um pouco, mas que gosto teria a comida sem sal nem pimenta? Que graça teria se soubessem tudo?
Não quero fazer sentido hoje, não pretendo, de que adianta me explicar? Bastaria olhar os olhos, bastaria ser também...um pouco louco.

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