19.12.07


Complicado provar que a verdade é muito mais simples que o próprio contexto, fazer crer que a realidade está naquilo que apenas os olhos podem ver, que as palavras calam no receio de tantos erros cometidos durante o tempo, palavras que poderiam querer dizer algo entre as linhas das rugas sob os olhos cansados de olhar o horizonte...

Estranho que o torpor do corpo permaneça mesmo à distância do tempo e espaço já percorridos, que o sabor permaneça nos lábios... lábios de sorrisos que fogem ao controle... vêm com a lembrança, nem que não seja aquela feita de imagens, são os sonhos, sonhados de olhos abertos...

É o querer dizer quando não se pode falar, é o que o tempo revela, mesmo já tendo passado, tempo esse que não parece ter existido já que é novo, já que é real, mais ainda do que outrora possa ter sido, visto que em tempos idos era a conquista e o querer conquistar, agora o tempo revela que são os mistérios que fazem o querer contar, mas palavras não seriam o mesmo tanto do que o coração quer dizer...

Palavras não contemplam, não iriam ser nada apenas de palavras jogadas ao vento, então que o tempo, este velho inimigo que se mostrou na verdade um dos melhores amigos daqueles que não sabem ver, revele aquilo que se queria pronunciar.

Não me valerei de rimas ou de jogos de palavras, basta a voz abafada, o suspiro guardado, os lábios grudados, olhos nos olhos, basta se fazer acreditar na simples e pura verdade, nem tão simples, nem tão cumplicidade.

Apenas aquilo, que não se pode falar

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