12.1.08


Parece a cabeça pregando peças no coração, tudo funcionando numa velocidade que nem posso mais acompanhar, tanto a fazer e me sinto sem forças, nada parece tão real quanto pareceu ser num outro dia qualquer, só posso fazer imaginar já que não tenho forças para fazer mais nada, me deito na cama fecho os olhos, tento esquecer, procuro imagens guardadas que não tenham nada a ver, procuro músicas que não possam me fazer reviver, procuro qualquer coisa que faça um pouco disso tudo parar. Como num carrossel sem controle, girando e girando sem sair do mesmo lugar, nem posso mais ver, está tão rápido que são apenas cores flutuando em volta de mim...

Pessoas a minha volta procuram respostas que justifiquem meus atos, não existe resposta e não me importa justificar mais nada, sou o que sou, assim mesmo, as vezes sinto que os outros ficam buscando algo para poder me classificar, como uma espécie de animal desconhecido, qual o gênero, qual família, que espécie? Nada disso, desculpe, não sou classificável as vezes um pouco Rita, assim, meio mutante, só uma garota, procurando ser mais do que feliz, só uma pessoa, mudando de idéia, atravessando as ruas, perdida no meio do caminho.

Só eu do jeito que sei ser, só eu, sem rótulos, só eu indo sem me importar, sem querer me explicar ou justificar. A imagem toda é mesmo um tanto confusa, parece tudo um tanto desconexo, corpo, alma, rosto, imagem, roupas, casa, fala, as vezes parece que é um retalho de tudo um pouco, é assim que sou, não vou justificar...

Toda errada mesmo, e no meio da cominho talvez mais erros, um pouco menos corajosa eu acho, estico os braços, forço os dedos, tento alcançar o inalcançável, não há nada lá, só ar, estico o corpo, está escuro, nada, um puro vazio, uma imagem que eu mesma criei e que talvez não exista, eu, assim, procurando querendo encontrar algo que talvez não exista, estou cansada, já não tenho mais forças.

Só minha cabeça pregando peças no coração, só eu tentando encontrar o caminho entre o certo e a razão, e não sei mais em que parte de mim eu posso confiar, coração tá meio mudo, calado e a cabeça falando sem parar, gosto mais de ouvir o coração, que cego de paixão não sabe dizer não, quero mais é ouvir um som e dançar sem me importar...

Me sinto dias, na beira de um precipício, a segurança do chão desagrada, fere os pés, queima o corpo, quero o vento do salto, e talvez dure apenas um segundo até mais uma vez encontrar o solo, mas não é por esses segundos que vivemos, sim, eu sei, quero algo mais concreto, mas neste momento, apenas a opção entre o asfalto quente e o voo, que tipo de pássaro seria eu se não batesse as asas?

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