27.1.08

Um tanto de tudo no mesmo lugar, apenas colocando, colocando, tão cheia já de tudo que me sinto sufocar, sentimentos tão distintos que nem deveriam ocupar o mesmo lugar. Está tudo tão confuso que nem ao menos consigo expressar, as vezes sinto que tudo isso é um jogo... não tenho tanta certeza se quero apostar, quero jogar as cartas para o alto, virar a mesa, sair da sala, fechar a porta e só andar, nada mais.
Afinal, o que significa ganhar no jogo da vida? Vivemos assim, ganhando e perdendo, sem poder apenas seguir, ir, gostaria mais de sentir que neste momento é apenas rio, que vai indo, seguindo seu fluxo, as águas em sua calma, passando, sem ter tempo para chegar, apenas ir, sem ter de apostar.
As fichas na mesa, é tanto a se perder, já não me sinto mais parte, apenas um pedaço perdido no meio do nada, o que ganharia então, uma doce ilusão construída de sonhos que as vezes já penso impossíveis, já não me sinto parte de lugar nenhum, não lembro mais onde foi, não me lembro em que parte do caminho me perdi, acho que fui indo, indo, seguindo sonhos impossíveis e nem me vi errando o caminho.
E agora depois de todos os ditos e não ditos, já não sei mais, as vezes acho que nunca soube...o que tem lá na frente? Eu ia pedir uma chance, ia pedir para se deixar me conhecer, e quem sou eu? E me questiono, tanto e tanto e só acho tudo isso muito errado, não sei se espero mais ou menos de mim, me pergunto quem sou, me pergunto como, e se poderia dar mais de mim, me pergunto o que seria eu, sou feita de sonhos, de mil coisas bonitas que quero realizar, o que sei eu?
Ontem falávamos do conjunto da obra, e como poderia eu pedir que soubessem de mim, se nem eu sempre sei, as vezes acho que mudei tanto que já me perdi de mim mesma, o tempo vai passando e embora as vezes rodeada de tanta gente, me sinto só, me sinto Dom Quixote, lutando contra monstros imaginários que só eu posso ver.
Acontece que não quero mais, cansei, já não sei mais o que é real, me perdi entre ilusões, e para onde quer que olhe, não vejo mais nada além da neblina que me cega, branca, tão densa que sinto poder tocar, então estou aqui sentada, me sentindo no meio do nada, sozinha mesmo estando rodeada, não vejo nada além e se eu coloco minha mão frente aos olhos, nem ao menos sei quantos dedos tenho, engraçado, sinto o corpo, não o vejo, nem sei mais que formato poderia ter, será que mudei?
Já não sei mais, ontem eram sonhos, hoje, realidade em chamas.

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